... E a Senhora Câmara, nada
Gulbenkian. Rede viária envolvente e próxima. Muitas anomalias. Manuel João Ramos (MJR) mora nas imediações. O presidente da ACA-M, a título individual e como cidadão – coisa que hoje mesmo me sublinhou –, escreveu a Santana Lopes há quatro anos. Sugeriu que fosse «constituído um grupo de trabalho, envolvendo representantes das vereações camarárias do trânsito, espaços verdes e cultura, das juntas de freguesia de Nª Sra. De Fátima e São Sebastião, especialistas independentes e representantes de grupos informais de moradores, bem como das entidades públicas e privadas sedeadas na área, para proceder à elaboração de um programa de requalificação da área envolvente da Fundação Calouste Gulbenkian, El Corte Inglès e Av. Berna, que possibilite a melhoria do conforto urbano, a valorização do fluxo pedonal, a protecção do património histórico que constitui o legado de Ressano Garcia para as Avenidas Novas, bem como a estruturação da envolvência da Fundação Calouste Gulbenkian».
Esse grupo de trabalho teria muito que fazer. Por todas, MJR adiantava na época «as seguintes possibilidades de intervenção:
- Aumento da largura dos passeios em torno da Fundação Calouste Gulbenkian e, nomeadamente, eliminação de uma faixa de rodagem na Av. Marquês Sá da Bandeira, para valorização do acesso Este ao Parque da FCG;
- Pedonalização da R. Nicolau Bettencourt e melhoria dos circuitos pedonais em S. Sebastião e Pça. de Espanha, para valorizar a circulação entre os jardins da Gulbenkian, o Centro de Arte Moderna da FCG, o El Corte Inglès, os teatros da Pça. Espanha, as Avenidas Novas e o Bairro Azul;
- Reorganização do tráfego automóvel e pedonal na Praça Azeredo Perdigão (por exemplo, desnivelando o trânsito na Av. Berna) para permitir a circulação pedonal entre a Av. Conde Valbom e Gulbenkian, o Hospital do Rego, a Estação da CP e os parques de estacionamento Berna e o de apoio à estação, junto da R. da Beneficência – a necessidade de valorização do tráfego pedonal nesta zona coloca-se, dada a anunciada abertura de um túnel sob a linha de caminho de ferro, para acesso ao Bairro do Rego;
- Beneficiação estética e patrimonial da Praça Azeredo Perdigão e outras áreas envolventes da Gulbenkian;
- Consideração de estabelecimento de um eixo de ligação pedonal entre a Baixa e as Avenidas Novas, não apenas para criação de alternativas sustentáveis de atravessamento da cidade e acesso ao casco histórico, mas também para valorização turística do património da Fundação Gulbenkian (criação de circuitos turísticos e comerciais para acesso à parte alta da cidade) – este eixo pedonal deverá prolongar o existente na R. Portas de Sto. Antão, pela R. das Pretas, R. de Sta. Marta, R. S. Sebastião da Pedreira – vias que constituíam um acesso histórico às portas da cidade, a norte».
Cidadão disponível para… nada
Na altura, 28 de Janeiro 2003, Manuel João Ramos ofereceu a sua disponibilidade. Mas de nada lhe valeu. Ninguém lhe respondeu, ninguém lhe disse fosse o que fosse.
Passaram quatro anos. MJR voltou a escrever ao Presidente da CML, agora Carmona Rodrigues. Foi há dias. Vamos ver se tem mais sorte.
Diz assim: «Dirigi-me à presidência da CML em 28 de Janeiro de 2003, propondo o alargamento dos passeios em torno dos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, para melhorar os acessos àquele importante equipamento cultural da cidade de Lisboa, não tendo obtido então qualquer resposta.
Venho agora renovar esse pedido, e também requerer que o acesso pelo Largo Azeredo Perdigão, nomeadamente a travessia pedonal no início da Av. Marquês da Bandeira seja completamente reformulada, para eliminar os vários problemas que evidencia (…).
Em particular, merecem referência os seguintes problemas:
- Ausência de sincronização da semaforização para peões, na travessia das vias de sentido contrário;
- Não coincidência espacial entre as passadeiras do sentido descendente e ascendente;
- Obstáculos perigosos na estreita ilha-placa central;
- Estacionamento recorrente de automóveis sobre a passadeira».
… Assim vamos indo em Lisboa… com a cabeça entre as orelhas, como diria o Sérgio… e a Senhora Câmara nas tintas, como diriam os nossos tri ou quadrisavós da segunda metade do séc. XIX.
4 comentários:
Há uma completa INSENSIBILIDADE para estes assuntos da parte da maior parte dos responsáveis.
Deve ser feito a olhómetro :)
Talvez estejam há 3 anos para constituir um grupo de trabalho que tenha por objectivo encontrar as melhores soluções, apoiadas nas melhores práticas internacionais, para se constituir o proposto grupo de trabalho ... quiça, para fazer parte do próximo programa eleitoral...
Para as benditas "entidades" isto não interessa nada.
E depois como é que vinham impantes às televisões dizer que os portugueses são pouco participativos?
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