quarta-feira, fevereiro 28, 2007
História de Lisboa
A sua história circula à volta da sua posição estratégica na foz do maior rio da Península Ibérica, o Tejo; do seu porto natural ser o melhor para o reabastecimento dos barcos que fazem o comércio entre o Mar do Norte e o Mediterrâneo; além da sua proximidade no extremo Sul e Ocidente da Europa, com os novos continentes da África Subsahariana e da América.
Pré-história
Existem vestígios de ocupação humana na área que hoje é Lisboa de há muitos milhares de anos, atraídos pela proximidade do rio Tejo. Os primeiros habitantes humanos da região teriam sido os Neandertais, extintos há cerca de 30.000 anos pela chegada à Península do Homem moderno. Durante o período Neolítico, os povos Iberos da região contruiram os megalitos de função religiosa, tal como os restantes povos da Europa Atlântica: dólmenes, menires e cromeleques terão sido comuns, e alguns ainda sobrevivem hoje na zona.
Índice:
2 Alis Ubbo: A fundação fenícia
3 Olissipo: Lisboa romana
4 As Invasões e os Germanos
5 Al-Ushbuna: Lisboa Muçulmana
6 Cruzadas: Portugal conquista Lisboa
7 Revolução
8 Lisboa, a Senhora dos Mares
9 Domínio Filipino
10 O Ouro do Brasil
11 Século das Luzes
12 Guerra Civil: Liberais e Conservadores
13 Lisboa entre a Europa e a África
14 A Revolução de 1910
15 República
16 Referências
17 Ver também
Fonte: Wikipédia
Outra vez?!
Antigas profissões e pregões de Lisboa #12
terça-feira, fevereiro 27, 2007
Esclarecido...
- Ah... É como na América, onde as leis variam de estado para estado?
Expliquei-lhe que em Portugal é ao contrário: a lei é a mesma; aplicá-la é que fica ao arbítrio das autoridades locais.
CML declara guerra à publicidade ilegal
Mas, publicidade ilegal, e muito mais grave que uns quantos posters colados aqui e ali, não será também aquela que existe sob a forma de telões gigantescos que ocultam propositadamente o estado de abandono de muitos edifícios em Lisboa, para que a imagem de certo prédio ou local se vá apagando da nossa memória de tal modo que, um dia, por magia, o prédio deixa de lá estar e aparece um outro em construção? Um exemplo disso é o bonito prédio de gaveto em plena Picoas, defronte à Maternidade Alfredo da Costa, paredes-meias com a Casa-Museu Anastácio Gonçalves, vulgo Casa Malhoa.
Esse prédio (e os dois que lhe estão contíguos), como se não bastasse o estado lastimável de abandono em que se encontra há décadas - foi vítima de incêndio «ocasional» e de demolição «imprevista» de paredes aquando das obras coercivas exigidas pela anterior vereação - mantém desde há largos meses um telão para publicidade que o envolve totalmente para gáudio de quem pensa, e tem razão, que a memória é curta. Motivo? Preparar terreno para a torre na foto em baixo, ou seja, para o chamado Edifício Compave, projectado há alguns anos pelo Arq. Ricardo Boffil, e em relação ao qual a actual CML tem vindo a mostrar particular interesse (vá-se lá saber a razão...) em «acarinhar».
Foto: Skyscrapercity Foruns
Os erros de raciocínio de Vital Moreira
Vital Moreira, às vezes apanha-me mesmo descalço. E surpreende-me tanto contorcionismo. No artigo dele hoje no 'Público' os malabarismos intelectuais até fazem ferver os cérebros...
A coisa é simples e vou pô-la como a vejo, em modelo de filosofia escolar:
Tese da qual parte Vital: Lisboa está mal. A Gebalis está cheia de boys do PSD.
Antítese: É porque a lei das autarquias permite que várias forças políticas participem na gestão.
Síntese: Então mude-se a lei, façam-se executivos monocolores (de um só partido)!
Isto, é um chorrilho de raciocínios errados, na minha opinião. E julgo saber bem mais do que se passa em Lisboa e na Gebalis do que Vital, que não quis saber de nada antes de escrever: já sabia à partida qual era a sua tese e as conclusões...
Há que mudar a lei eleitoral das autarquias para que os executivos sejam monocolores, beneficiando o PS e o PSD, os grandes, e arrasando os outros, os pequenos.
Ele, Vital, parece seguir por este caminho de erros: Lisboa está mal? Há boys do PSD na Gebalis e nas outras empresas municipais? Então é por causa da presença no executivo de várias tendências partidárias. Um raciocínio estranho, de pés no ar, todo ao contrário da realidade (que desconhece e não cuidou de conhecer antes de escrever). Um raciocínio que nem parece vir da mesma pessoa que escreve as tais sebentas: então Vital não sabe que, precisamente, há boys porque ninguém mais controla aquilo: porque o PSD manda naquilo sozinho? O PS na CML pode fazer o favor de explicar isso a Vital com urgência? Talvez ele, em vocês, acredite, pá! Digam-lhe lá que o PSD gere sozinho aquela coisa: talvez assim ele caia na real e não faça estas figuras, pá).
... Então, «conclui» Vital, mude-se a lei das autarquias e façam-se executivos monocolores, corra-se com os pequenos partidos que só empatam: assim, há mais vigilância democrática e tal...
Um encadeado de asneiras que não se compreende
em Vital Moreira...
Que parvoeirada de raciocínio, desculpem a expressão, mas nem parece vir de um intelectual de alta craveira. Fico desiludido. Vital faz tudo para alinhar pelo diapasão de Sócrates. Lamentavelmente. É que não era preciso mostrar tanta subserviência... Honestamente, não esperava uma destas de Vital Moreira. Até porque, se alguma coisa prova o actual estado de coisas em Lisboa, é exactamente o excesso de poder de uma força política sozinha, mesmo que sem maioria absoluta - e, isso sim, dá no que está a dar na capital. Se Vital fosse honesto, concluía exactamente que era preciso garantir muito maior vigilância plural sobre estas coisas... Mas não: a conclusão dele já estava tomada à partida: altere-se a lei. Que coisa mais básica armada ao intelectual inatingível. Desculpem o choque, mas fico revoltado com a falta de honestidade intelectual. E este é um caso disso, tenho a certeza: não é falta de clarividência, faço-lhe essa honra. Ainda se isto viesse de um analfabeto... Mas parece...
Vital Moreira tem tanto de mau analista político como de bom (óptimo) técnico constitucionalista (estudei pelo manual dele e de Canotilho quando ainda era em sebenta - vejam só). Vital Moreira é assim: torce, torce, até levar a água ao seu moinho.
segunda-feira, fevereiro 26, 2007
"Noites de desassossego nas ruas do Bairro Alto"
"Por um dia, Maria Helena Carmo foi a moradora mais vaidosa do Bairro Alto, em Lisboa. O prédio n.º 35 da Rua do Poço da Cidade estava coberto de grafitti, cartazes e manchas de humidade. Tudo isso desapareceu com duas demãos de tinta branca no início de Fevereiro. "Vieram cá uns senhores da câmara municipal, montaram os andaimes e limparam tudo", conta a pensionista de 73 anos. Esta felicidade, porém, esfumou-se em menos de 24 horas: "Na manhã seguinte estava um enorme rabisco em cima da minha porta." Alguém usou a fachada do seu edifício para protestar em letras vermelhas contra a penalização das drogas." (...)
No Bairro Alto, já não restam paredes lisas: há declarações de amor que ocupam fachadas inteiras, rabiscos que vão de uma ponta à outra dos prédios, cartazes que anunciam peças de teatro, espectáculos de kizomba e de hip hop. "Os sinais de trânsito estão cheios de autocolantes e cada canto está transformado em mictório para os jovens que vêm aí à noite beber copos", censura António Figueira, residente na Rua Diário de Notícias.
Madrugadas de terror
(...)
Nem com as portas e as janelas trancadas é possível abafar o barulho. "Batem nos vidros, sentam-se nos carros e até arrancam os retrovisores", denuncia a moradora.
E, no dia seguinte, há copos, garrafas e lixo amontoados nas esquinas e nas ruas, nas escadas dos edifícios e à entrada das casas: "Sextas e sábados de manhã, quando abro a porta já estou de vassoura na mão." Só assim Manuela Gato consegue desbravar caminho e chegar até à rua. Houve alturas em que se revoltou contra a desordem instalada nas noites do Bairro Alto, mas hoje diz não ter a "mesma fibra" para cortar pela raiz a "falta de respeito" dos miúdos pelos mais velhos. "(...)
Fernando Pessoa, azulejos Arte Nova e a brutalidade de Lisboa
É um excelente post este, que aqui reproduzo, dando-nos conta de um amigo do alheio apanhado com a boca na botija.
Foto: FJ
P.S. Por lapso, o link não estava activo. Mil desculpas.
domingo, fevereiro 25, 2007
Lisboa: uma tese que não partilho
A política, acho, não vai por aí. Mas logo veremos. Esta ideia há-de provocar muitos comentários.
EM 2003 "Abaixo-Assinado por uma Fiscalização Eficaz em Lisboa"
Para a "história" do caos no estacionamento:
Abaixo-Assinado: por uma Fiscalização Eficaz em Lisboa promovido pela Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados, de Janeiro a Maio de 2003
Ao: Comandante da Divisão de Trânsito da P.S.P. de Lisboa
Exmo. Senhor,
Todos os dias, o Código da Estrada, as normas cívicas e o direito à vida são desrespeitados em Lisboa.
O excesso de velocidade e o desrespeito pela travessia de peões na cidade são os principais factores de atropelamento, o qual é uma das primeiras causas de mortalidade rodoviária em Portugal.
Outro importante factor de atropelamento é o estacionamento indevido em passeios, passadeiras e cruzamentos, obrigando os peões a circular pelas faixas de rodagem, e reduzindo a sua visibilidade para atravessar em segurança.
As autoridades, e a Divisão de Trânsito da PSP em particular, estão incumbidas de zelar pelo cumprimento das regras de trânsito na cidade, e impedir a proliferação de comportamentos infractores na condução e no estacionamento.
Infelizmente, a passividade e o óbvio alheamento da PSP-DT tem contribuído fortemente para a falta de segurança rodoviária e para a desorganização do estacionamento na cidade.
A ausência de acção da PSP-DT nas zonas concessionadas pela EMEL é um factor acrescido da sua descredibilização perante os cidadãos.
Os subscritores do presente Abaixo-Assinado vêm requerer a V. Exa. que tome, com carácter de urgência, as medidas adequadas para combater activamente o excesso de velocidade e o estacionamento indevido, de modo a contribuir para o aumento do conforto, saúde e segurança dos cidadãos.
Porque têm directo e legítimo interesse na resolução dos dramáticos problemas acima referidos, os cidadãos abaixo-assinados pedem deferimento.
"4º no mundo, entre 200 países"
Total police personnel per 100.000 pop.
1. Mauritius 756
2. Italy 560
3. Barbados 516
4. Portugal 491
5. Hong Kong 487
6. Macedonia 482
7. Kazakhstan 464
8. Czech Republic 445
9. Latvia 436
10. Thailand 355
11. Malaysia 354
12. Slovakia 347
13. Lithuania 345
14. Singapore 324
15. Slovenia 318
16. Moldova 314
17. Ireland 307
18. Spain 293
19. Germany 292
20. Hungary 289
(The Economist, Pocket World in Figures, 2007 Edition, London)
NO BLOG BLASFÉMIAS
(Maria Isabel Goulão)
O DISPARATE À SOLTA
(publicado no Tomar Partido)
sábado, fevereiro 24, 2007
Sem regras nem apitos
sexta-feira, fevereiro 23, 2007
Nunca ouviram falar de Sísifo...
A força do mar voltou a destruir a defesa aderente em pedra e a galgar o paredão, colocando em risco os parques de campismo do Inatel e o Clube de Campismo de Lisboa, segundo a Agência Lusa.
Mas, esta manhã, as obras de reposição continuam. O Instituto da Água iniciou a intervenção no local na terça-feira, depois do avanço do mar ter provocado a derrocada das pedras que sustinham o paredão, abrindo dezenas de rombos, alguns deles destruindo de um lado ao outro a defesa aderente existente.
Para esta tarde esperam-se marés fortes, na ordem dos quatro metros.
Portugal dos Pequenitos (*)
Afinal a culpa é da CML!
Não fosse a cafeína e...
O interessante da coisa foram mesmo aqueles slides em que se vê claramente onde a CML anda a dar cabo do património de todos nós (ex. Inglesinhos!!!, Largo de Jesus!!) e onde se prepara para dar, via PDM (ex. Parque Periférico), ou de braço dado com o governo (ex. Convento da Graça).
Curiosidades: JSF referiu-se à «brutalidade» de Duarte Pacheco ... quando muita da cidade (e os logradouros) que pretende preservar (e bem) se deve exactamente àquele. JSF referiu-se aos toxicodependentes do Intendente como «drogados».
quinta-feira, fevereiro 22, 2007
Autismo e inconsequência política na CML
Cansa-me este arrastar da falta de vergonha política do actual executivo camarário.
Um constante alijar de responsabilidades.
Manobras inconsequentes, mais tristes que as anteriores, em tentativa desesperada de se manter no poder.
"Entre um governo que faz mal e o povo que o consente, há uma certa cumplicidade vergonhosa."
- Victor Hugo, Histoire d'un Crime
Mais broncas na Câmara de Lisboa
Uma mepresa municipal de que ele mesmo (o vereador) fora director-geral até há um ano e tal foi o pretexto. E parece que deixou muito a desejar.
O homem mandou investigar a actual gestão. Com tantos cuidados na delimitação do objecto da investigação que a coisa parou eli mesmo no dia em que ele de lá saiu!
É o que se chama pontaria!
Pior: o despacho devia ter fundamentação jurídica e não teve, dizem-me. Consequência: é ilegal.
Pior ainda: devia ter mandado ouvir os «acusados» e não mandou.
Péssimo: deu a conhecer o conteúdo à opinião pública antes de mais nada: os eleitos da CML souberam pelos jornais.
Pior que éssimo: toda a gente que leu o relatório garante que aquilo tem dois alvos: o presidente da empresa e a vereadora que até há dois ou três meses tutelava a empresa... A ser assim, é o que se chama agir «ad hominem», ou seja: atirar direitinho às pessoas que se querem atingir.
Tudo somado: mais uma data data de dores de cabeça para Carmona, no exacto momento em que ele precisa é de sossego e de paz para pôr a casa em ordem.
O nome do homem esteve hoje em foco nos Paços do Concelho: Lipari Pinto. Os atingidos: Francisco Ribeiro e Maria José Nogueira Pinto. A empresa: Gebalis, a empresa municipal que trata da habitação social em Lisboa.
A dança e a "contra-dança"
Ora, e como muito bem sabe quem já fez o mesmo que eu, as respostas que nos dão são variadíssimas, sendo a mais espantosa a de que «têm ordens para só actuar a pedido».
Por isso, quando oiço agora uma associação sindical da mesma corporação a reclamar contra o meritório trabalho da EMEL, não posso deixar de me lembrar da anedota da senhora que estava a dançar com um cavalheiro que só a pisava:
- O senhor não gosta de dançar? - pergunta ela.
- Adoro! - responde ele.
- Então porque é que não dança?
Que tempo faz na CML?
Este é o tempo que a BBC prevê para os próximos dias em Lisboa ... será desta que os metereologistas acertam?
"Já fui multada outras vezes pela EMEL e nunca dei importância, mas desta vez é mesmo para levar a sério"
DN-Kátia Catulo-"Fiscais da EMEL 'apanham' automobilistas desprevenidos" :
De cada vez que uma equipa de fiscais da EMEL - Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa - parou ontem a carrinha, o efeito foi sempre o mesmo. Houve quem deixasse o café a arrefecer e quem saísse do escritório ou de casa. Todos a correr, de chaves na mão, a tentar escapar a uma coima aplicada por um dos 50 agentes credenciados pela Direcção-Geral de Viação que, desde segunda-feira, têm competência para autuar e rebocar veículos estacionados em segunda fila, nos passeios e nas passadeiras.
As dez equipas da EMEL estão espalhadas pela Avenida 5 de Outubro e artérias transversais, mas o seu campo de acção alargar-se-á a partir da próxima semana. "As avenidas da República, Defensores de Chaves e o eixo entre o Terreiro de Paço e o Campo Grande, passando pelo Marquês de Pombal, Avenida da Liberdade e Saldanha serão os próximos alvos", advertiu Caetano Gomes, administrador da EMEL.
Os fiscais estarão a trabalhar das 08.00 às 20.00 todos os dias da semana e, na fase inicial, contarão ainda com a parceria da Polícia Municipal de Lisboa: "A fiscalização termina à noite, altura em que os nossos funcionários irão rebocar os automóveis dos condutores que não solicitarem o desbloqueio".
Atraso fatal
Quando Alexandra Melo regressou da agência bancária já era tarde. Ainda deu uma corrida na esperança de não ser autuada, mas o esforço foi em vão: o seu carro acabou por ser bloqueado na Avenida 5 de Outubro. "Já fui multada outras vezes pela EMEL e nunca dei importância, mas desta vez é mesmo para levar a sério", desabafou a moradora do Bairro de Santos, justificando não ter pago o parquímetro por pensar que iria demorar "menos de cinco minutos".
Atrasou-se um pouco mais e foi o suficiente para ser uma das vítimas dos agentes da empresa municipal. Nem sequer foi por desconhecimento que Alexandra Melo decidiu ignorar a lei: "Desde o início da semana que estou a par dos novos poderes da EMEL e até sabia que esta zona estava sob vigilância apertada".
Só nunca pensou que seria apanhada a prevaricar: "A partir de agora vou estar mais atenta porque são 60 euros que saíram do meu bolso". A expectativa dela é que os fiscais cheguem também à sua área de residência, no Bairro de Santos, na freguesia de Nossa Senhora de Fátima. "Ali é que eles deviam estar porque há transgressões em abundância, principalmente durante o dia", denuncia Alexandra, esclarecendo que um dos grandes males do seu bairro são os carros em segunda fila.
Escapar por um triz
(...)
E as más notícias não ficam por aqui: se a Direcção-Geral de Viação entender o automobilista pode ficar inibido de conduzir entre um e 12 meses. São as novas regras da EMEL para todos os condutores da capital.
quarta-feira, fevereiro 21, 2007
A LISBOA MÁRTIR
terça-feira, fevereiro 20, 2007
Lisboa: Câmara, EMEL e Polícia de candeia às avessas
A Câmara de Lisboa, nesta questão agora muito blogosférica e mediática das novas competências atribuídas à EMEL, tem a lei pelo seu lado.
Também Cavaco a tinha quando quis retirar ao pessoal o feriado ilegal do Carnaval (o dia de hoje, há uns anos atrás. Lembram-se?
Também Ferreira do Amaral e Dias Loureiro, seus ministros, a tinham quando quiseram aumentar as portagens da 25 de Abril. Lembram-se?
No caso da EMEL, a Câmara soltou os diabos todos com esta medida talvez por esta ser considerada apenas avulsa, apenas desgarrada. Não sei. Como observador (que quero ser, e atento), parece-me que falta aqui qualquer coisa a coser as pontas.
E vai daí, soltam-se as vozes antagónicas.
Uns (poucos), a defender a medida (e a atacar a PSP, digo-o já agora, o que me parece altamente deslocado); outros (a maioria, sem dúvida), a criticar a EMEL e a CML.
Esta é a realidade destes dias. Veio também a PSP dizer (o Sindicato) que há sobreposição de tarefas entre a EMEL e a Polícia; e veio a mesma Polícia dizer que a CML ainda não pagou verbas devidas à PSP desde os Santos Populares. Que diabo: paguem lá isso aos homens... E, já agora, coordenem-se entre as duas entidades. Não há-de ser muito complicado, acho eu.
Lisboa agradecia.
"Fiscais da EMEL bloqueiam 122 carros e rebocam 15 numa só avenida "
Na opinião do sindicalista, PSP e EMEL vão passar a desempenhar «serviços paralelos que, eventualmente, podem vir a prejudicar o serviço de trânsito e não a melhorá-lo».
A alternativa, segundo Paulo Rodrigues, devia antes passar pelo reforço de efectivos e meios da PSP e não pela sobreposição de funções.(...)"
Parodiantes de Lisboa
Da esquerda para a direita: Gabriela Seara, Fontão de Caravalho & Carmona Rodrigues
Publicado no DN de ontem
Conservar o executivo da Câmara Municipal de Lisboa é uma infeliz partida de Carnaval. Há muito que a câmara é um destroço. Arruinada, sem planeamento e com as principais obras sob suspeita, foi maquinando uma cidade-fantasma. Hoje, com vereadores arguidos, um presidente sem- -abrigo e o PSD extraviado, atolada no lodo da corrupção e das traficâncias, a maior autarquia é uma intriga de máfia medíocre. O que falta para novas eleições? Um pingo de decência do PSD e menos táctica caseira da oposição.
Mas os responsáveis ainda fazem humor. Um pagode bairrista. Quando Gabriela Seabra foi constituída arguida, Carmona afirmou que se demitiria se Fontão fosse pronunciado. Fontão, sabe-se agora, já era acusado de peculato num processo relativo à EPUL. Que faz Carmona? Permanece! As suas declarações reportavam-se apenas à Bragaparques, explica. A apropriação de dinheiro público não o incomoda. Cambalhota! O que será um sinal vermelho para Carmona? Todos os vereadores arguidos!? Pois se chegou mesmo a defender Fontão: "Se todos os autarcas arguidos suspendessem o mandato, o País não estava a funcionar." Acertou! A câmara está congelada. Enfim para Carmona autarcas arguidos é palha. Uma insolência que só concorre com a de Fontão, o vereador que jurou que não era arguido. Mentiu. Justificou o eclipse, qual petiz de cinco anos, alegando que ninguém lhe perguntou. Só suspendeu as suas funções quando o PSD lhe retirou a confiança política. E afirma que sai porque quer. Brincalhão!
No PSD a barafunda é grande. Aquando do caso de Seabra, Marques Mendes, mosqueteiro da transparência autárquica, cambaleou. Agora que Fontão é arguido, tira-lhe o tapete porque aldrabou, mas não o faz a Carmona que sabia o que se passava. Pirueta! Falta mais algum sinal do desvario no PSD?
Seabra e Fontão eram a Rainha e o Bispo de Carmona. Urbanismo e Finanças. É expectável que se sigam outros membros do executivo e quadros de empresas da CML. Não é possível gerir Lisboa neste imbróglio. Nem tolerar um executivo que já antes era totalmente inapto. Resta a saída. A oposição só pode exigir eleições antecipadas. A defesa da cidade não é compatível com tacanhos cálculos políticos. O Carnaval são três dias. Esperemos que na quarta-feira só sobrem as cinzas deste executivo.
segunda-feira, fevereiro 19, 2007
O ATAQUE DA BRIGADA AMARELA
Será perseguição a Cassiano?
domingo, fevereiro 18, 2007
O «antes»...
Pego na máquina fotográfica, vou a alguns sítios mais caóticos, e tiro fotos do «antes» para, a seu tempo, as comparar com o «depois».
Esta que aqui se vê (sugerida por R. Esteves Correia) já é antiga mas vem bem a propósito. Resta saber se ilustra o «antes», o «depois», ou ambos...
Bandeira, sempre certeiro!
sábado, fevereiro 17, 2007
Em Lisboa, ninguém diz «sim» ao Professor
Vamos a factos.
1.
Fontão era arguido há que tempos e não o disse a ninguém. Viria a dizer que ninguém lho tinha perguntado. Mas até custa a acreditar que nem a Carmona o tenha dito. No entanto, essa versão chegou a correr em primeiro plano na quinta-feira, após a notícia do «Expresso» on line, eram seis e tal da tarde.
2.
Nesse dia à noite Fontão virá dizer à comunicação social (eram 23 horas) que o processo era pouco importante e por isso não suspenderia o mandato. Mais tarde, ao princípio da tarde de sexta, Carmona dirá que essa decisão de manter Fontão tinha todo o apoio da Direcção Nacional do PSD.
3.
Mas decorria já a essa hora uma reunião do PSD nacional com Paula Teixeira da Cruz, na São Caetano. Andava todo o PSD a gritar de Norte a Sul que Fontão era arguido, ponto final: suspensão, não há filhos e enteados. Chamam Carmona. Entra mudo. Sai «cabisbaixo» (foi-me contado assim mesmo ao telefone por um jornalista presente no local, de atalaia). Saberemos mais tarde que Carmona acabava de ser traído por aqueles que, 24 horas antes, o tinham apoiado a manter Fontão e que vai dar o dito por não dito ao seu ainda vice.
4.
Depois de Fontão suspender o mandato perante as televisões, Paula Teixeira da Cruz elogiou-o nos mesmos écrans, a ele e a Carmona: em nome dos princípios, disse ela. A essa hora, já era vice-presidente Marina Ferreira, a sua favorita que a defendera com unhas e dentes na altura do conflito com Nogueira Pinto (a qual nunca aceitaria voltar a trabalhar com esta equipa, como pode ler adiante).
5.
Maria José Nogueira Pinto, acabo se saber por São José Almeida («Público»), foi de novo convidada já esta semana para retomar a coligação com o PSD na CML. Mas ela deu-lhe um rotundo «NÃO» como resposta.
Conclusão: tal como acontecia com coronel de Gabriel Garcia Marquez, a quem ninguém escrevia, em Lisboa também ninguém diz «sim» ao Professor.
.
sexta-feira, fevereiro 16, 2007
O banquinho
Entre elas, havia uma que questionava «porque é que um tripé tem 3 pés» cuja resposta, por sinal, até era simples: «Se tivesse mais, haveria desperdício; e se tivesse menos, cairia».
Ora presumo que o Engº Carmona Rodrigues, sendo uma dezena de anos mais novo do que eu, já não deve ter sido aluno de tão famoso mestre que, no meu tempo, já estava à beira da reforma. De contrário, como é que se explica que ache que tem todas as condições para governar a CML mesmo que o número de apoios se restrinja a um único - por sinal ele próprio?
NOTA: Segundo ele, «Se todos os autarcas que são arguidos tivessem de suspender o seu mandato, o país parava» - e proferiu essa enormidade com um sorriso tão aberto que, à força de nos querer fazer acreditar que isso é natural, quase nos convencia de que é desejável!
A EPUL afinal não é da CML!
quinta-feira, fevereiro 15, 2007
TIRO AO VEREADOR
E agora, Sr. presidente da CML?
Juntamente com quatro administradores da EPUL
Vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa omitiu o facto de ter sido constituído arguido há um mês.
Eduarda Napoleão, Luísa Amado, Arnaldo Carvalho João e Aníbal Cabeça foram acusados pelo Ministério Público de peculato, apurou o Expresso. Na origem da investigação conduzida pela 9.ª Secção do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP), de Lisboa, unidade do Ministério Público, estão os prémios de alegada produtividade que os administradores da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL) se auto-atribuíram em 2006, e que correspondem aos anos de 2004 e 2005.
A acusação estende-se a Fontão de Carvalho, "número dois" de Carmona Rodrigues na Câmara Municipal de Lisboa (CML). Na qualidade de vereador com o pelouro das empresas municipais, Fontão autorizou o pagamento dos prémios pecuniários. O Expresso apurou ainda que Fontão de Carvalho foi constituído arguido neste processo há mais de um mês. Quer isto dizer que quando Gabriela Seara e Remédio Pires foram constituídos arguidos no processo respeitante ao Parque Mayer, o «vice» de Lisboa já tinha sido indiciado pelos prémios da EPUL.
Os cinco visados receberam hoje a notificação. O Ministério Público sustenta que os quatro administradores da EPUL (ao tempo da atribuição destes prémios) e o vice-presidente da CML tinham conhecimento que os prémios eram indevidos e que se apropriaram das verbas ilicitamente. Os outros administradores da EPUL e de duas empresas participadas – a Imohifen, Mediação Imobiliária, SA e a GF, Gestão de Projectos e Fiscalização de Obras, SA – passaram de arguidos a testemunhas. A acusação inicial, participação económica em negócio, passou agora a peculato.
Recorde-se que, à excepção de Eduarda Napoleão, todos os administradores da EPUL devolveram os prémios, por ordem da vereadora Gabriela Seara, quando em Setembro do ano passado foi suscitada a dúvida sobre a sua legalidade.
- Expresso
EPUL:
Cinco arguidos acusados do crime de peculato
O Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa anunciou esta quinta-feira que cinco pessoas foram acusadas em co-autoria do crime de peculato no âmbito do caso «prémios pagos a administradores da EPUL».
Em comunicado hoje enviado à agência Lusa, o DIAP esclareceu que na sequência de uma denúncia apresentada em Setembro de 2006 foi deduzida quarta-feira acusação, sendo que a cinco arguidos é imputada a prática, em co-autoria, do crime de peculato (apropriação indevida de bens de uma empresa pública).
Em causa está a atribuição de prémios de produtividade a administradores da EPUL (Empresa Pública de Urbanização de Lisboa), tutelada pela Câmara Municipal.
O DIAP, que não identifica os arguidos, refere que o inquérito esteve a cargo da 9ª secção daquele departamento, responsável pela direcção de processos respeitantes a crimes de natureza económica e financeira e contou com a colaboração do Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira da Polícia Judiciária.
Na sua edição online de hoje, o Expresso noticiou, antes da divulgação do comunicado do DIAP, que os acusados do crime de peculato são o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Fontão de Carvalho, a ex-vereadora do Urbanismo Eduarda Napoleão, Arnaldo Carvalho João (administrador da EPUL) e os ex-administradores da empresa municipal Aníbal Cabeça e Luísa Amado.
Em causa, avança o Expresso, estarão os «prémios de alegada produtividade que os administradores da EPUL se auto-atribuíram em 2006, e que correspondem aos anos de 2004 e 2005».
Enquanto vereador com o pelouro das empresas municipais, Fontão de Carvalho «autorizou o pagamento dos prémios pecuniários», adianta o semanário.
- Diário Digital / Lusa
Artigo 375º
Peculato
2 - Se os valores ou objectos referidos no número anterior forem de diminuto valor, nos termos da alínea c) do artigo 202º, o agente é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.
3 - Se o funcionário der de empréstimo, empenhar ou, de qualquer forma, onerar valores ou objectos referidos no nº 1, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.
Lisboa: EMEL contra a Lei?
Mais uma guerra que aí vem?
Há quem me alerte de que, se ainda é ilegal, então vai deixar de o ser em breve: o governo, dizem-me, alterará a lei se for o caso.
Não sei se é assim.
Há também, do outro lado do debate, quem me pergunte por que razão é que de cada vez que se levantam medidas contra o estacionamento ilegal, estacionamento em segunda fila prejudicando a circulação de peões e viaturas, se levanta logo uma polémica dos diabos.
É o lóbi dos automobilistas a funcionar, asseguram-me.
Fico-me pelo meio termo: o do bom senso e o da intervenção legal por parte da CML.
E peço calma, como sempre.
Quando as questões são quentes é que vale a pena debatê-las e encontrar as soluções. Por exemplo: estou completamente de acordo com o facto de ser necessário intervir no estacionamento em segunda fila e em todos os casos em que a circulação de pessoas fique prejudicada. Intervir sem meias tintas. Mas quem é que intervém? Essa é a pergunta.
É preciso intervir, sim, mas nunca por cima da lei ou contra a lei. Por exemplo. Será legal intervir credenciando funcionários de empresas privadas para substituírem os funcionários da EMEL, pondo funcionários da EMEL a substituir a PSP – tudo por cima da lei – melhor, tudo em situação que aquele especialista demonstrou que é ilegal e que qualquer cidadãos ganha em tribunal de caras.
Isso é prestigiar o Poder Local? Não é, pois não?
Estamos a tempo de emendar a mão e fazer tudo direitinho, acho eu e quero-o.
Em nome de valores mais altos.
Não em defesa do estacionamento ilegal. Isso não.
Dupla adivinha: o que é este mega-mamarracho alienígena? quem é o seu autor?
Cartões (cont.)
O endereço que o leitor JCS refere é [este]. No entanto, a devolução ao banco só faz sentido em relação aos Portamoedas-Multibanco. O Net-Post foi emitido pelos CTT (€5,49) e, da última vez que fui a uma estação dos Correios - com ele na mão -, perguntar se ainda estava a uso... nem sabiam de que é que eu estava a falar!
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Um professor do IST dizia que «os portugueses são muito bons a inventar coisas úteis, mas péssimos a comercializá-las e ainda piores a acarinhá-las» - e, nesse aspecto, o caso aqui referido é paradigmático:
Passado um primeiro entusiasmo e muita propaganda (com palco garantido para os pavões-de-serviço - técnicos, administrativos e políticos), tira-se o pipo à coisa e «PFFFFFF...» - lá se esvazia o balão, ficando apenas em cena um monumento à incompetência... bem à vista dos palhaços que pagaram a brincadeira.