"O que me ocorre advém do que objectivamente vejo no início da Av. Fontes Pereira de Melo: duas embocaduras do túnel e quase 300m de alcatrão repartido por dez faixas de rodagem separadas por muros e frades, bordejadas longitudinalmente por dois passeios, e encimadas por duas passadeiras: uma em chegando à Rotunda e outra - a seguinte na avenida - acima do entroncamento com a António Augusto de Aguiar. À roda há um pedaço ajardinado do Parque e vários mamarrachos - deitam sombra à avenida mas encobrem-lhe o castelo e o Tejo.
Para os automobilistas que se não atrapalhem com tanta largueza de vias a obra está muito bem: cinco faixas em cada sentido numa avenida é um luxo. Para os que jornadeiem por ali a pé assiste-lhes porém maior estreiteza; no lado do Parque o passeio é para magrinhos; há sitios onde só cabe o candeeiro, que, claro, nunca se desvia; desvia-se o peão. Mas que importa. Quem mais anda ali a pé são turistas; não dão votos.
Mas adiante.
Prossigamos nos obstáculos que fragmentam a vista da Rotunda: este lugar na Fontes Pereira de Melo está [ainda] livre dos grandes cartazes de publicidade - os edis cá nisso agora foram prudentes. Menos mal. A sinalização de trânsito tapa a vista, sim senhora, mas a obra ali acabada é tão superior a uma auto-estrada que quase se consegue desculpar. Deixando a ironia, a verdade é que acima da Sidónio Pais, em qualquer dos passeios, o vislumbre da Rotunda é prejudicado pelo diverso... mobiliário urbano, como agora se diz, e pelo permanente trânsito de carros...
As imagens que aqui ficam valem o que valem; quem queira passear por ali e apreciar a cidade do futuro deve fazê-lo de popó: uma voltinha para lá, uma voltinha para cá e ele obtém-se os melhores ângulos para apreciar as vistas desde a moleza dos engarrafamentos. Fazê-lo a pé pelo meio da avenida também podia... Dá mais amplos panoramas mas - mesmo ao domingo de manhã - desaconselho. Os carros são como flechas apontadas para nós."
Bolds meus (Maria Isabel G)
3 comentários:
Obrigado pelo destaque!
Cumpts.
5 faixas é de facto um absurdo.
Infelizmente não é o único caso. Na Avenida da República junto à Feira Popular passa-se algo semelhante.
(...) pois é, nem sempre se consegue satisfazer gregos e troianos, automobilistas e peões (porventura, estes seriam os gregos ;), principalmente em projectos, em intervenções decididas por equipas de eng.ºs rodoviários! - afinal, o que é que seria de esperar, se a preocupação destes é a fluidez, o 'escoamento' do trânsito? ainda há uns tempos atrás, li aqui um comentário criticando o nº de vias (uma só ;) nas saidas...enfim!
AB
PS: nice pics
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