Em Portugal, a criação das primeiras empresas municipais começou por corresponder a um subterfúgio de algumas Câmaras Municipais mais endividadas para tornear os limites a esse mesmo endividamento que lhe eram impostos. Ou seja, a razão subjacente à sua criação já não era nada nobre.
Mas rapidamente alguns descobriram outra utilidade nestas empresas: Satisfazer clientelas partidárias de uma maneira que desse menos nas vistas. E assim, começaram a surgir como administradores destas empresas, com vultuosos ordenados e pouco trabalho, muitos políticos ligados às Câmaras Municipais no poder. Isto, quando não eram os próprios membros dos executivos camarários que se colocavam nessas empresas, muitas vezes com ordenados bem superiores aos auferidos nas Câmaras!
No caso de Lisboa, o crescimento de empresas municipais tem sido regular e constante. A ponto de nesta altura já serem mais de uma dúzia! Surpreendido, caro leitor? Pois, pois... E tudo com plena transparência... Ora vejamos alguns exemplos, por simples busca na net (não me venham com publicações em boletins municipais e outros, a que o comum cidadão não tem acesso).
Ambelis – indicadores económicos: página em construção. Associação de Turismo de Lisboa – omisso. Egeac – omisso. Emarlis – sem informação. Epul – relatório e contas até 2005. Gebalis – em reestruturação. Lisboa Ocidental – relatório e contas até 2006. Lispolis – sem informação. Lisboa Oriental – sem informação disponível. Lisboa e-nova – omisso. OML – omisso. Baixa Pombalina – em reestruturação. MARL – sem informação financeira. EMEL – omisso.
Ou seja, em 14 empresas, apenas duas apresentam de forma facilmente acessível as contas! Quanto à seriedade, rigor e transparência tanto propaladas pelo Engº Carmona Rodrigues, estamos conversados.
Em nome desse rigor e transparência, extingam-se estas empresas!
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