quarta-feira, dezembro 26, 2007

Como é gasto o nosso dinheiro...


Entrecampos

Alguém saberá quanto é que isto custou? Quanto tempo trabalhou e quando funcionou pela última vez? E alguém terá sido responsabilizado pelo dinheiro atirado borda-fora? E não haverá ninguém que tenha por obrigação manter estes equipamentos a funcionar?

E que tal desmontar estas porcarias e vendê-las para o ferro-velho, pois talvez dêem mais dinheiro do que as famigeradas amêijoas do Tejo?

Ou será que, apesar das aparências, está tudo operacional?

4 comentários:

Anónimo disse...

A proposta abaixo chegou a reunião de CML em 24 de Outubro, entregue pelos Cidadãos por Lisboa.
Apesar de vários pontos da proposta terem sido retirados, (por não serem da competência da CML) a CML foi, pelo menos, alertada para a situação de todos os acessos sobre essa linha ferroviária... Aguardando-se verba..

Pressupondo ser exigível garantir e manter a mobilidade dos cidadãos dentro de Lisboa, e, considerando que:
O túnel do Rego, um desnivelamento da via que permite a ligação entre a Rua da Beneficência (lado Sul – Hospital Curry Cabral) e a Rua Sousa Lopes (Centro Comercial Gemini e Av. Álvaro Pais), sob a linha ferroviária, foi construído na sequência de petições da população do Bairro do Rego, com a promessa de que iria permitir o trânsito pedonal entre o Bairro e as Avenidas Novas.
No entanto, foi este inaugurado, em finais de 2005, apenas na sua componente rodoviária, tendo o túnel para peões ficado encerrado, apesar de construído e sendo o túnel rodoviário actualmente utilizado por peões, que o atravessam pela faixa de rodagem, junto às colunas de suporte centrais (o túnel rodoviário não inclui, naturalmente, zona de passeio).
Dado que o túnel tem uma configuração ziguezagueante e por isso de fraca visibilidade, os peões são apenas visíveis pelos condutores a menos de 20 metros, o que significa um risco grave de atropelamento.
Esta situação foi exposta à CML pela ACAM, em Fevereiro de 2007, solicitando-se a conclusão e abertura urgente do troço pedonal do túnel.
Tendo na altura sido efectuada uma vistoria pelos serviços da CML, esta resultou na resposta em anexo, de Fevereiro de 2007, que se resume abaixo:
(…) os acabamentos que permitirão a abertura da parte pedonal do túnel são contrapartida e obrigação do promotor da urbanização projectada para o local.
(…) qualquer solução provisória que passe pela abertura, a curto prazo, do mencionado túnel aos peões, implicará a construção de um corredor pedonal numa zona pouco segura, atravessando terrenos baldios, sem arruamentos e pavimento.
(…) sendo preferível o recurso à passagem desnivelada, com elevadores, a acerca de 100m do lado sul da entrada do túnel.
(…) a Câmara Municipal de Lisboa irá promover uma reunião com o promotor da urbanização e melhorar a sinalização condicionante e informativa que encaminhe os peões para a passagem superior, com condições de acessibilidade e segurança que, ainda, não podem ser oferecidas no recente túnel pedonal.
Considerando ainda que:
A passagem aérea pedonal com elevadores, referida na resposta da CML como tendo “condições de acessibilidade e segurança”, em alternativa ao túnel pedonal, é muito elevada, requerendo três lances de escadas, o que, dado o universo populacional da freguesia ter uma composição mista de população muito idosa e famílias jovens com crianças de colo, inviabiliza o acesso à passagem aérea, senão através do elevador existente.
O elevador, cuja manutenção está a cargo da CML, encontra-se encerrado por avaria técnica, há cerca de cinco meses, não tendo ainda sido reparado, de acordo com o pedido da Junta de Freguesia à CML, por falta de orçamento da Câmara Municipal.
Tendo este gabinete recebido várias queixas, quer de associações de moradores, quer de cidadãos, e tendo-se analisado a situação no local, e confirmada a avaria do mesmo elevador, bem como de vários outros que, ao longo da mesma via, acedem às passagens aéreas, consultou-se sobre este assunto, em 23 de Outubro último, o senhor vereador Marcos Perestrelo.
Tendo o gabinete Cidadãos por Lisboa ficado ciente de que, visto o montante da divida actual ser muito elevado, o saldo da mesma depende de várias prioridades do orçamento.
Procurando-se soluções a curto prazo para este sério problema de mobilidade dos múnicipes, propomos que:
1 Seja notificado o promotor da urbanização para que proceda a imediata conclusão dos arranjos nas áreas do domínio público, dos passeios e das escadas ou/rampas consideradas necessárias para vencer os desníveis, desde a saída do mencionado túnel de peões, até ao nível dos arruamentos projectados, possibilitando a abertura do mesmo.
2 A zona circundante, “considerada pouco segura, e pouco aconselhável para a segurança pessoal dos utentes”, (conforme avaliação da CML, em Fevereiro 2007) seja alvo de vigilância por parte da PM, levando em conta, nomeadamente, o reforço de 150 novos agentes, provenientes da Polícia de Segurança Pública, com dependência operacional do senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e com missões específicas no que respeita a obras, habitação, comércio, saúde pública, socorro e segurança de pessoas e bens.
3 Seja solicitado aos serviços, com carácter de urgência, o levantamento do estado das várias ligações pedonais ao longo da via férrea, bem como do valor exacto necessário à reparação das mesmas pela empresa encarregue da manutenção.
4 Considerando os vários acessos inoperantes, seja tida em conta a importância vital da mobilidade dos munícipes, aquando da atribuição de prioridades na viabilização do saldo da dívida existente.
5 No caso do Elevador do Rego, seja estudado o historial de avarias do mesmo, e avaliada a sua actual utilidade, considerando que a opção da abertura do túnel pedonal poderá resolver a ligação pedonal de forma mais eficaz para os utentes, e com menor custo para a CML.

Ant.º das Neves Castanho disse...

Deve estar tão "operacional" como a celebérrima passagem desnivelada rolante (!...) entre as estações de Alcântara-Terra e Alcântara-Mar...

Carlos Medina Ribeiro disse...

No blogue SORUMBÁTICO, onde também coloquei este "post", uma leitora deixou um comentário / esclarecimento de que respingo:

«... a 'Geringonça' que serviria não só para deficientes motores mas também para a população idosa (...) e também carrinhos de bebés NUNCA funcionou.

É um escândalo o estado de degradação a que chegou o equipamento que, calculo, tenho custado um dinheirão mas que se adivinhava à partida que seria logo uma trabalheira para utilizar. Exigia um cartão, obtido na Junta de Freguesia, atestando primeiramente a necessidade de o ter (???). (...)»

Carlos Medina Ribeiro disse...

Este equipamento foi objecto de um dos programas «Nós por cá», da SIC.
Pudemos assistir à Conceição Lino a telefonar para "quem de direito", e NINGUÉM lhe sabia responder à simples pergunta:

«Onde arranjar o cartão?»

Na realidade, nenhuma das pessoas com quem falou sabia, sequer, que "a coisa" existia.

C. Lino acabou por desistir.

No entanto, dado o caricato da situação e o impacto da TV, ainda pensei que iam compor aquilo (ou, ao menos, desmontar...), mas já lá vai um par de anos e a vergonha continua.