quarta-feira, dezembro 26, 2007

Lixo: a tradição ainda é o que era


Telheiras, 26-12-07; 10h
"Lixo de Natal é alegre e às cores e até dá prendas"- no DN
O lixo no dia de Natal é muito mais alegre do que nos outros dias todos do ano. É bastante colorido e está todo enfeitado com fitas e lacinhos. E até se encontram lá prendas para quem andar a vasculhar nesses restos, como brinquedos, triciclos e os mais diversos artigos, que foram substituídos por outros novos acabadinhos de ganhar.
Pelas 17.00 de ontem, um rapaz abandonava uma viola - com cordas e tudo - junto do contentor do lixo na Rua Rodrigues Sampaio, em Lisboa.
Em Caxias, no concelho de Oeiras, alguns moradores tiveram o cuidado de acondicionar muito bem o lixo em sacos devidamente atados e bem organizados. "Aquilo até pareciam presentes de Natal à volta do contentor", gracejou um deles.
Tudo isto foi o que encontraram as equipas de reportagem do DN, quando ontem se espalharam por várias localidades para ver os restos do Natal que as pessoas não querem em casa e põem na rua, mesmo sabendo que os serviços municipais não recolhem o lixo na noite de 24 para 25.
Estes vestígios natalícios encontram-se um pouco por todas as ruas. Mais numas do que noutras, o que poderá indiciar menor ou maior civismo da parte de quem ali reside.
Um grande contraste foi detectado na zona de Arroios e na Avenida de Roma, em Lisboa. No primeiro caso, pela Rua Morais Soares encontravam-se montes de lixo à porta de quase todos os prédios, porque os moradores colocaram os contentores na rua. Quando aqueles depósitos ficaram cheios, as pessoas continuaram a pôr lixo à sua volta, que entretanto se foi entornando e espalhando pelo chão.
Na Avenida de Roma, quase ninguém pôs os contentores na rua, pelo que havia pouco lixo. Mesmo assim, alguém colocou dois contentores à porta do número 42, que se transformaram quase num depósito central. Muitos aproveitaram para ali deixar sacos, caixas, cartões e muito papel.
Quem lucrou bem neste dia foi uma mulher sem abrigo, que puxava dois carrinhos de compras carregados de cartão e outras utilidades descobertas entre os resíduos sólidos dos outros.
Anabela Ribeiro, moradora na Rua do Conde de Redondo, em Lisboa, apontava para o lixo que transbordava dos contentores e se espalhava pelo chão. "Isto é uma vergonha. As pessoas sabem que neste dia não fazem recolha, mas vão na mesma pôr tudo na rua. Deviam ficar com o lixo em casa e só o punham no contentor quando voltar a haver recolha", protestou a moradora."
(ISabel G.)

1 comentário:

Anónimo disse...

Pois... a isto se chama o repovoamento e ocupação dos espaços urbanos da cidade de Lisboa