"Terreiro do Paço sem carros aos domingos não convence a maioria dos comerciantes -PÚBLICO - 24.12.2007, Inês Boaventura
Os vendedores com negócios montados nas arcadas queixam-se da falta de movimento e de vendas, mas há quem já não passe um domingo sem ir à praça lisboeta
Quatro meses passados desde o arranque da iniciativa Aos Domingos o Terreiro do Paço É das Pessoas, a maioria dos comerciantes envolvidos no projecto da autarquia (...)
O encerramento do Terreiro do Paço ao trânsito automóvel privado aos domingos foi uma das dez medidas prioritárias anunciadas por António Costa quando conquistou a presidência da Câmara de Lisboa. Segundo o autarca, a controversa iniciativa, que tem conquistado alguns adeptos mas também gerado várias críticas, "é uma experiência de um ano", devendo prolongar-se até Agosto de 2007.
Durante a manhã de ontem, as arcadas da praça lisboeta estavam vazias, não se vendo praticamente ninguém além dos vendedores de artesanato, flores, livros e velharias que ali instalam as suas bancas aos domingos. No centro do Terreiro do Paço, cruzado de quando em quando por utilizadores de bicicletas, cerca de 30 pessoas assistiam a um espectáculo natalício promovido pelo Chapitô. Ao início da tarde, uma iniciativa das paróquias da Baixa e do Chiado e a actuação da charanga a cavalo da GNR acabaram por atrair à praça centenas de pessoas, naquele que foi seguramente um dos domingos mais concorridos desde o arranque da iniciativa camarária. Apesar disso, os comerciantes foram praticamente unânimes em queixar-se da pouca divulgação que tem sido feita das actividades existentes e da falta de vendas.
Menos turistas
"Estou aqui desde as dez horas e hoje ainda não fiz nada. Isto está mau", queixou-se Irene Sousa, que depois de quase quatro horas de trabalho continuava com uma banca cheia de flores por vender. O lamento da florista foi partilhado por vários dos artesãos que semanalmente expõem as suas peças numa feira instalada no lado nascente das arcadas do Terreiro do Paço, junto à galeria de exposições do Ministério das Finanças.
"Isto hoje não está muito bem. Nos outros domingos tem corrido mais ou menos, mas acho que a feira não está muito divulgada. Ainda por cima estamos um bocadinho escondidos e quem está do outro lado dos autocarros não nos vê", criticou a artesã Helena Rodrigues. Idêntica opinião tinha Carlos Francisco, da organização da feira de artesanato, que explicou que o negócio piorou a partir de Novembro, quando diminuiu a afluência de turistas a Lisboa. (...) A vendedora, que ontem em mais de seis horas vendeu apenas "três dúzias de castanhas", garante que, se as vendas não melhorarem nos próximos domingos, vai desistir de fazer negócio no local.
Mas, apesar das críticas dos comerciantes, a iniciativa conquistou vários adeptos. Um deles é António Fernandes, que uma vez por semana ocupa várias horas seguidas a jogar xadrez junto ao Arco da Rua Augusta e só se queixa da inexistência de um toldo que resguarde a zona do vento e da chuva.
A poucos metros das mesas consagradas ao xadrez, às damas e ao dominó está Carlos Orlando, que passa os domingos a jogar pingue-pongue com dois amigos. "Somos assíduos. Há poucas mesas de pingue-pongue em Lisboa e vimos aqui recordar velhos tempos", diz, acrescentando que era "uma pena", se a iniciativa camarária terminasse. "
Os vendedores com negócios montados nas arcadas queixam-se da falta de movimento e de vendas, mas há quem já não passe um domingo sem ir à praça lisboeta
Quatro meses passados desde o arranque da iniciativa Aos Domingos o Terreiro do Paço É das Pessoas, a maioria dos comerciantes envolvidos no projecto da autarquia (...)
O encerramento do Terreiro do Paço ao trânsito automóvel privado aos domingos foi uma das dez medidas prioritárias anunciadas por António Costa quando conquistou a presidência da Câmara de Lisboa. Segundo o autarca, a controversa iniciativa, que tem conquistado alguns adeptos mas também gerado várias críticas, "é uma experiência de um ano", devendo prolongar-se até Agosto de 2007.
Durante a manhã de ontem, as arcadas da praça lisboeta estavam vazias, não se vendo praticamente ninguém além dos vendedores de artesanato, flores, livros e velharias que ali instalam as suas bancas aos domingos. No centro do Terreiro do Paço, cruzado de quando em quando por utilizadores de bicicletas, cerca de 30 pessoas assistiam a um espectáculo natalício promovido pelo Chapitô. Ao início da tarde, uma iniciativa das paróquias da Baixa e do Chiado e a actuação da charanga a cavalo da GNR acabaram por atrair à praça centenas de pessoas, naquele que foi seguramente um dos domingos mais concorridos desde o arranque da iniciativa camarária. Apesar disso, os comerciantes foram praticamente unânimes em queixar-se da pouca divulgação que tem sido feita das actividades existentes e da falta de vendas.
Menos turistas
"Estou aqui desde as dez horas e hoje ainda não fiz nada. Isto está mau", queixou-se Irene Sousa, que depois de quase quatro horas de trabalho continuava com uma banca cheia de flores por vender. O lamento da florista foi partilhado por vários dos artesãos que semanalmente expõem as suas peças numa feira instalada no lado nascente das arcadas do Terreiro do Paço, junto à galeria de exposições do Ministério das Finanças.
"Isto hoje não está muito bem. Nos outros domingos tem corrido mais ou menos, mas acho que a feira não está muito divulgada. Ainda por cima estamos um bocadinho escondidos e quem está do outro lado dos autocarros não nos vê", criticou a artesã Helena Rodrigues. Idêntica opinião tinha Carlos Francisco, da organização da feira de artesanato, que explicou que o negócio piorou a partir de Novembro, quando diminuiu a afluência de turistas a Lisboa. (...) A vendedora, que ontem em mais de seis horas vendeu apenas "três dúzias de castanhas", garante que, se as vendas não melhorarem nos próximos domingos, vai desistir de fazer negócio no local.
Mas, apesar das críticas dos comerciantes, a iniciativa conquistou vários adeptos. Um deles é António Fernandes, que uma vez por semana ocupa várias horas seguidas a jogar xadrez junto ao Arco da Rua Augusta e só se queixa da inexistência de um toldo que resguarde a zona do vento e da chuva.
A poucos metros das mesas consagradas ao xadrez, às damas e ao dominó está Carlos Orlando, que passa os domingos a jogar pingue-pongue com dois amigos. "Somos assíduos. Há poucas mesas de pingue-pongue em Lisboa e vimos aqui recordar velhos tempos", diz, acrescentando que era "uma pena", se a iniciativa camarária terminasse. "
(Isabel G)
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