quinta-feira, dezembro 20, 2007

Acontece em Lisboa: ditirambos magnificentes... uma estranha forma de manifestar «apoio crítico» ao orçamento da CML para 2008


Fique a saber que apoio crítico é votar a favor e defender com unhas e dentes uma proposta. Pelo menos é o que leio nos parágrafos que seguem:

Parágrafo 1
Opinião do Bloco de Esquerda ontem sobre o Orçamento da CML para 2008 aprovad pela Assembleia Municipal (também ontem): «Para o coordenador autárquico do Bloco de Esquerda, Pedro Soares, o seu partido deu apoio crítico ao orçamento. "Apoio, porque o orçamento está de acordo com o Programa de Saneamento Financeiro que propusemos na campanha eleitoral, que tem duas questões essenciais: uma é o pagamento da dívida a fornecedores, e outra a integração dos trabalhadores a recibos verdes na Câmara. A proposta de orçamento contempla estas duas questões."
Além disso, Pedro Soares considera que o orçamento reduz a despesa à realidade da receita estrutural, "ao contrário de orçamentos anteriores que empolavam a receita, aparentemente sustentados em venda de Património." Pedro Soares diz ainda que o orçamento valoriza a componente da intervenção social do município e da reabilitação urbana.
A crítica do Bloco é que o orçamento não contempla uma nova estratégia para o universo empresarial do município, não reestrutura as empresas municipais. "Consideramos que não clarifica uma política relativamente a empresas como a Emel ou a Epul, e que essa é a principal debilidade.

Parágrafo 2
Opinião do mesmo BE aquando da aprovação do mesmíssimo Orçamento mas na sessão da CML (note que no Orçamento mesmo não há verbas para quase nada, mas a propaganda é de fartar vilanagem: «Desde logo, a entrada para o quadro da Câmara dos trabalhadores precários, a recibo verde, a trabalharem na CML, a tempo inteiro, em funções que perfazem um contrato normal de trabalho, já desde os mandatos do presidente João Soares; É garantida a manutenção do espaço público e de serviços públicos essenciais como o tratamento dos jardins e a limpeza urbana; É dada efectiva prioridade à reabilitação, nomeadamente dos bairros camarários, de responsabilidade municipal, onde vivem aqueles que mais dificuldades têm; As políticas de apoio social constituirão prioridade deste município e não esqueceremos o drama dos mais desfavorecidos, dos mais idosos e, em particular, do problema da toxicodependência; É relançado o processo de revisão do PDM, onde será vertido, naturalmente, o conteúdo do "Acordo de Políticas para Lisboa" que estabelecemos com o Presidente: O Plano Verde, A rede de eléctricos em articulação com outros transportes públicos. A quota mínima de 25% para habitação a custos controlados nos novos projectos.»

Ora digam lá se isto não é interessante: apoio crítico por um lado, ditirambos de entronização por outro...
E tudo lido no blog distrital do BE. É caso para dizer: «Confortos (no plural, de propósito) a quanto 'obrigas'»...

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