segunda-feira, maio 12, 2008

O verniz ... derreteu!!

Vendedores ambulantes de gelados em «pé de guerra»


Aproxima-se um Verão quente para a venda de gelados em Lisboa: os vendedores ambulantes dizem que quiosques da marca Nestlé hes estão a fazer concorrência desleal, com a «benção» de uma empresa municipal.
A principal queixa dos vendedores é que os quiosques da Nestlé autorizados pela empresa municipal EGEAC (Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural), em troca de patrocínios às Festas de Lisboa, estão demasiado perto de locais de venda pelos quais os ambulantes pagam licenças e taxas e que afirmam serem a sua única forma de subsistência.
“Concorrência desleal de uma multinacional”, acusa Silvina Rodrigues, que, desde 1982, vende gelados no Terreiro do Paço, enquanto, a poucos metros, se instala o quiosque da Nestlé. “Nós pagamos, de seis em seis meses, 500 euros de licença para vender gelados no Verão e castanhas no Inverno. Vivemos exclusivamente disto. Não queremos [os quiosques] ao pé de nós, a fazer concorrência a quem só vive disto, não podemos aceitar, parece que querem correr connosco”, disse à Lusa.
Silvina Rodrigues assegura que o conflito é entre vendedores e não marcas, apesar de a maioria dos ambulantes vender produtos de outra marca.
A Associação de Vendedores Ambulantes de Lisboa, a que Silvina Rodrigues pertence, levou o protesto à última reunião pública da Câmara, queixando-se de “prejuízo no volume de negócios” e afirmando não ser contra os quiosques por si, mas contra a sua colocação junto a sítios onde já estão vendedores licenciados.
Respondendo às queixas dos vendedores, o presidente da Câmara, António Costa, considerou que os quiosques são “inaceitáveis na cidade de Lisboa”, mas a edilidade pouco pode fazer.
“Não concordo com os quiosques ali ou em lado nenhum”, acrescentou o seu vice-presidente e responsável pelo pelouro do Espaço Público, Marcos Perestrello, frisando que, no entanto, “os protocolos estão assinados até 2009” e os quiosques estão autorizados, sem maneira de voltar atrás.
Segundo a Associação de Vendedores, a instalação dos quiosques remonta a 2006, sendo que, nessa altura, a Câmara garantiu que, em 2007, a situação não se repetiria.
- Notícias da Manhã

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