terça-feira, julho 17, 2007

O PSD na Assembleia Municipal de Lisboa e a governação da CML



Já não o podem esconder mais. Paula Teixeira da Cruz é contestada a vários níveis e Helena Lopes da Costa perfila-se desde já como sua sucessora. PTC, que hoje à noite deixará de ser Presidente da Distrital de Lisboa do PSD, é contestada também - para alguns surpreendentemente - enquanto Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa. Hoje mesmo, dia em que ela preside neste exacto momento a uma (última?) sessão da Assembleia, um grupo de eleitos do PSD naquele órgão expõe essa mesma contestação, publicamente, num blog de fracção. Ali se escreveu: «O PSD não deve ter como Presidente da Assembleia Municipal quem apenas recolheu 15,7% dos votos dos eleitores lisboetas». Esta situação não é nova, não surpreende, não é de agora. Há dois meses, no mesmo sítio, era dito também sobre Paula Teixeira da Cruz que «a actual presidente já não representa a maioria dos laranjinhas da capital. Mudou o vento... E tudo por causa da implosão interna da Câmara Municipal de Lisboa ... A que a Presidente da Distrital e, também, Presidente da Assembleia Municipal não é alheia!».
Mas as desavenças não são de agora. Elas vêm do tempo em que Teixeira da Cruz e Carmona começaram a andar publicamente de candeias às avessas, lá pelos idos de Novembro. A coisa foi tão longe que um dia, numa sessão da AML, a divisão chegou ao ponto de uma determinada moção de apoio a Teixeira da Cruz ter merecido uma declaração de voto da parte de um vintena de eleitos do PSD - alguns dos quais, é certo, vieram depois dar o dito por não dito, «corajosamente» e explicar à imprensa que não era bem aquilo que queriam dizer, que tinham assinado de cruz e sem ter lido o texto da declaração... Algo que pode recordar aqui e aqui.
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Isso importa hoje?

Sim. E de forma determinante para o futuro da gestão autárquica nos próximos dois anos. Saber-se até onde e que parte do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa pode estar disponível para fazer oposição a António Costa e de que tipo - eis uma reflexão que é urgente fazer. Não se pode esquecer que o PSD detém, no global, a maioria absoluta da AML. E que isso pode condicionar de forma irreversível o conjunto da governação da CML. A menos que uma brecha se abra por aquelas bancadas fora...
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PTC responde
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A visada já deu uma resposta hoje nos corredores da Assembleia Municipal: «A legitimidade política discute-se nos locais políticos, na distrital. Aqui não, o lugar é institucional», argumentou a autarca. E: «Não vamos importar a instabilidade para a Assembleia Municipal», disse (Sol on line).

5 comentários:

Paulo Ferrero disse...

Meu caro José Carlos,

Sabes tão bem quanto eu que essa facção é ZERO, ainda por cima déjà vu. HLC? Apenas uma santanete, igual a tantas outras. Além de que a sua obra na CML ...

A perspectiva de termos uma AML ao «bom» jeito do antigamente (a começar pelas sucessivas duplas PS/PCP, diga-se) significaria criar-se uma efectiva «via verde» para a especulação imobiliária on the loose, o regresso da «fúria parquista», os loteamentos ad hoc, os projectos de privados travestidos de planos de pormenor, e uma série de outros atentados a Lisboa que só não foram avante pq a AML se portou bem ... porque foi bem presidida. CR não terá gostado, mas Lisboa salvou-se. Essa é a verdade.

Tudo o mais são palermices, vindas de patetas encartados, desapeados, uns, simplesmente parvos, outros, outros ainda nem sabendo sequer do que falam ou do que esteve em causa ... apenas peões-de-brega de outros patetas ainda maiores (os suspeitos do costume) que ainda não perceberam que o seu tempo acabou ... Patético.

José Carlos Mendes disse...

Paulo, meu caríssimo,
Na minha terra, quando era miúdo, havia um sábio aforisma popular que dizia assim: «Tu que sabes e eu que sei / Cala-te tu, que eu me calarei».

Ou seja, segundo tradução de quem me sabe explicar esta estranha sabedoria popular: «Não nos vamos meter em intrigas».

Mas que as há, há.

Percebemos os dois do que falo...

Anónimo disse...

Estes post politiqueiros do Zé Carlos são exactamente o tipo de seca de que a opinião pública está farta, e de que a câmara está exausta.

acresce a coscuvilhice de comentar crises de partidos alheios...

Quanto às senhoras, basta dizer em relação a cada uma:

"rectidão apartidária" da Paula
vs.
"fartar vilanagem" da Lenicha.

José Carlos Mendes disse...

Peço desculpa por: 1) conhecer as situações e as pessoas; 2) tentar manter-me equidistante; 3) ter opinião; 4) expresá-la.

Agradeço a todos os que opinam sobre as minhas opiniões.Mesmo que sobranceiramente me queiram rotular, como é o caso. Até parece que tenho de pedir licença para escrever (não quererá censurar-me os textos antes de eu os editar?? - Não seria o primeiro!)


Em todo o caso: obrigado pela «lição de isenção» que me quis dar.
Tomo nota.

Anónimo disse...

(...) é caso para dizer (do anterior 'post', 'envergonhadamente anónimo', que se arroga de um direito de exclusivista - "isso do 25 de...foi, afinal o quê e quando?" - de expressão ;) e retomando o início do comentário, que, "com amigos assim quem é que precisa de inimigos!" ou, "zangam-se as comadres" ou ainda (inventada) os laranjinhas estão a torrar c/ o rescaldo das eleições, estão mais toranja, estão ao rubro!

hi, hi

AB