sexta-feira, julho 27, 2007

Quando estacionamos mal o carro

Filme da BBDO finalista em Cannes

"Obrigado pelos obstáculos, pelas barreiras e pelas dificuldades. Estamos em forma para Pequim. Muito obrigado."
(Filme do Projecto “Super Atleta Pequim 2008”- Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes, Galp Energia e a Fundação Luís Figo)
(Isabel Goulão)

6 comentários:

odete pinto disse...

Vi o filme e decidi divulgá-lo pela minha lista de mailing.

Grão a grão... se outros fizerem o mesmo, sensibiliza-se muita gente.

Anónimo disse...

Possivelmente um "ghost", feito para ganhar prémios em festivais, e excitar o ego dos seus autores, mas que jamais será exibido fora deles (dos festivais). Ou talvez eu esteja enganado e, a ser assim, aqui fica um pedido de desculpa.

Uma vez mais - e sem pretender ignorar a questão -, é prático e politicamente correcto "malhar" no automóvel e nos automobilistas. Dá sempre um bom retorno. E é inegável que a questão existe e merece ser publicitada (e tê-lo-á sido? É que nunca vi o filme... É a tal coisa: ou é um "fantasma" "para festival ver", ou então sou foi exibido lá para "as tantas" da madrugada).

Mas há mais, bem mais, a montante e a jusante deles, dos carros e de quem os conduz, a afectar a vida de quem tem mobilidade reduzida. Não o esqueçamos, nem apontemos as armas sempre ao mesmo "inimigo".

Costa

Anónimo disse...

O filme foi feito para várias instituições.
Se não passa na televisão , terá certamente outros canais de distribuição.

"Uma vez mais - e sem pretender ignorar a questão -, é prático e politicamente correcto "malhar" no automóvel e nos automobilistas. Dá sempre um bom retorno"
Tentar salvar a vida dos nossos e dos outros é o que chama bom retorno?
Eu não malho nos automóveis mas nos imbecis que os conduzem quando pôem em risco a vida dos outros. Isto é quando não os matam ou estropiam. O que também acontece.

Ou se calhar pensam as mortes e as vidas destroçadas só acontecem aos outros?
ISABEL

Anónimo disse...

"Malhar" no automobilismo que se pratica Portugal é um simples acto de sensatez e cidadania. Porque quem já assistiu ao tráfego diário em outros países mais civilizados, chega facilmente à conclusão que a MAIORIA dos condutores em Portugal usa o seu cérebro só fora da viatura (e muitos nem aí)
Ou seja...a total idiotia de uns, é paga com as vidas de outros.

JA

Anónimo disse...

Prezada Isabel e estimado JA, concordarão, ainda assim, que em nada invalidaram o que eu escrevi: "malha-se" no automobilista, por ser a via mais fácil, imediata e eficaz de conseguir apontar um inimigo de eleição e pôr a populaça a amaldiçoá-lo.

Morre-se e sofre-se nas estradas portuguesas por má formação dos condutores, de acordo. Só um doido o não reconheceria.

Mas morre-se também, e muito, por outras razões que, muito convenientemente, não merecem nem uma fracção da atenção dada ao condutor. Como sejam:

- o estado das estradas, quer quanto à sua condição quer quanto ao seu estado (há muito mais para além das belas auto-estradas);

- a sinalização das estradas. Ou a sua falta;

- o nosso parque automóvel. Por muito que seja de bom tom dizer que não se sabe de onde vem o dinheiro para tanto "topo de gama" que por aí se vê (neste país tudo o que passar o básico é - desdenhosamente - logo tido por topo de gama), o facto é que continuamos a ter um parque envelhecido, mal mantido (porque o dinheiro para a manutenção escasseia) e errado para a sua utilização. Temos pequenos carros citadinos a fazer aquilo para que não foram concebidos: transportar toda a família e sua carga em viagens longas. E a quem falta por exemplo, potência - às vezes é preciso andar depressa! - para resolver uma questão mais bicuda na estrada. Temos carros inseguros e que potenciam os efeitos nefastos de um acidente.

Agradeçam ao fisco - ao estado, ao governo - que nos condena a este subdimensionamento automóvel.

E a propósito de parque automóvel, veja-se o caso dos veículos comerciais e dos pesados. Vejam o estado em que boa parte deles anda, vejam a quantidade de notícias sobre camiões despistados ou que deixaram caír a carga;

- a actuação das "autoridades". Porque é muito mais fácil reduzir tudo à culpa dos condutores (que não têm acesso aos "media", como têm os srs. capitães e srs. tenentes da BT) e controlar velocidades, seja de forma estática seja em carros "à paisana", do que por exemplo, fazer longas e bastante frequentes patrulhas pelas estradas e ruas - em carros com as cores da BT ou PSP - garantindo grande visibilidade das autoridades e, com isso, impedindo muitos disparates. Facturava-se menos, é certo...;

- a formação das pessoas. Pessoas que são ou serão um dia condutores. Formação quanto ao que respeita à condução automóvel - uma anedota, feita a trinta-à-hora no pára-arranca das cidades e onde o importante é não tocar no passeio, ao estacionar! - e formação geral, educação, onde este povo se limita a exteriorizar, na estrada, aquilo que é (e tem sido mantido, porque dá um jeitão): uma multidão de tacanhos embrutecidos e que só "funcionam" na base do medo. É triste, muito triste, mas é assim.

Mais uma razão para que as "autoridades" se mostrassem - e muito! - nas estradas, em vez de andarem em possantes (aqui sim) automóveis descaracterizados, na mais infame caça à multa (que, convém recordar, por definição só se pode concretizar após a concretização da infracção).

Só que isto tudo dá muito mais trabalho a admitir e corrigir (demora gerações e põe muita coisa e muita gente em causa), do que apontar o dedo, e condenar aprioristicamente ao estatudo de besta, a todo aquele que esteja atrás de um volante. Apenas por que o está.

Desta forma jamais se resolverá o problema. Mas sempre haverá um útil culpado de serviço, para lavar consciências.

Que é o que interessa.

Saudações,
Costa

Anónimo disse...

Caro Costa....claro que tem razão em muito o que escreve. Eu próprio já fui testemunha de compatriotas nossos no estrangeiro, que se deslocaram a Portugal para COMPRAR
uma carta de condução.....sim, repito comprar. Um deles nunca se tinha sentado atrás de um volante de automóvel, e creio que ainda hoje o não fez....mas a carta de condução veio com ela. Outro compatriota tinha carta de condução para ligeiros, e chegou de férias com carta para pesados, pesados com atrelado, autocarro, etc......
E quantos condutores com este tipo de formação é que ocupam diariamente as estradas de Portugal ?
Claro que está que as culpas não são só dos automobilistas....


JA