No dia 1 de Fev. de 1908 teve lugar o Regicídio; foram mortos o Rei D. Carlos e o herdeiro da Coroa, no Terreiro do Paço ou Praça do Comércio.
Após o Regicídio, passou a reinar o 2º filho do Rei D. Carlos; sem qualquer preparação para governar, foi cilindrado.
Tratava-se à altura, de uma Monarquia Constitucional, que o continuou a ser até à Proclamação da República, no dia 5 de Outubro de 1910.
Se o Regicídio em 1 de Fev. de 1908 não tivesse ocorrido, era provável que Portugal ainda hoje fosse uma Monarquia Constitucional, e não uma forma Republicana de Governo.
Pessoalmente, opto pela forma republicana de governo onde, formalmente, os titulares são eleitos pelo povo, leia-se, pelos portugueses - infelizmente, nos tempos que correm, como aliás soiam correr então, na realidade nada mudou:
está tudo na mesma.
Nem sequer as moscas mudam.
A título de exemplo, um excerto das Crónicas de Eça de Queirós e, principalmente, Ramalho Ortigão, que são a ilustração intemporal deste país:
Asociedade portugueza n'este derradeiro quarteirão do seculo pode em rigor definir-se do seguinte modo:—Ajuntamento fortuito de quatro milhões d'egoismos explorando-se mutuamente e aborrecendo-se em commum.
Chamar patria á porção de territorio em que uma tal aggregação se encontra seria abusar reprehensivelmente do direito que cada um tem de ser metaphorico. O espaço circumscripto pelo cordão aduaneiro, dentro do qual sujeitos acompanhados das suas chapelleiras e dos seus embrulhos ou tomaram já assento ou furam aos cotovelões uns pelo meio dos outros para arranjar logar nas bancadas, pode-se chamar um omnibus—e é exactamente o que é—mas não se pode chamar uma patria. A patria não é o sitio em que nos colloca o acaso do nascimento, á mão direita ou á mão esquerda de um guarda da alfandega, mas sim o conjunto humano a que nos liga solidariamente a convicção de um pensamento e de um destino commum.
Já um sabio o disse: Ubi veritas ibi patria. A patria não é o solo, é a ideia.
Continuai a ler que vale a pena
Já no tempo do Império Romano diziam:
Há para o sul, um Povo que não se governa, nem se deixa governar.
Eram espertos, os Romanos.
2 comentários:
Tradução correcta:
Ubi veritas ibi patria = Onde está a verdade está a Pátria.
Caro Cesario,
A "tradução" é feita por Ramalho Ortigão.
Cmps
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