ESTAS FOTOGRAFIAS, tiradas com pouco tempo de intervalo, mostram uma realidade bem nossa conhecida. Pois bem; uma delas é em Lagos, as outras são em Lisboa. E pergunta-se: a menos que se conheça os locais, quem saberia adivinhar qual é onde?
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Mas, para sermos justos, há que acrescentar o seguinte:
As fotos de Lisboa foram tiradas nas avenidas Almirante Reis e João XXI; são de ontem à tarde, e a poucos metros dali a EMEL e a Polícia andavam a bloquear carros - o que, reconheça-se, tem sido, nos últimos tempos, relativamente frequente (embora só de segunda a sexta-feira...).
Fica, então, a questão (*): o que é que pode levar estes condutores a arriscarem-se a pagar €30 (acrescidos do reboque, se vier a ser o caso), quando têm ali ao lado lugares vagos a partir de 25 cêntimos (para já não falar dos parques subterrâneos às moscas)?!
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Ah! E o estacionamento numa passadeira de peões não é considerado infracção grave, segundo aquela Lei-da-Treta que, entre nós, dá pela divertida alcunha de Código da Estrada?
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(*) Esta questão só se coloca para Lisboa pois, em Lagos, o total desrespeito pelos direitos dos peões é uma espécie de imagem de marca da cidade - o que, no entanto, não preocupa ninguém, a começar pelos principais interessados que, com frequência, interpelo sobre o assunto.
15 comentários:
A respostas é óbvia: sai muito mais barato pagar 30€ uma vez quando o rei faz anos, do que o parquímetro.
Por isso insisto que os 30€ são uma pechincha (140 em Londres).
Tudo depende das probabilidades.
Neste caso, e mesmo sem reboque, a multa é mais de 100 vezes o preço do parquímetro - sem contar com o registo, no cadastro (?), de uma infracção grave.
Ou seja: a infracção só compensa se a probabilidade de se ser multado andar pelos 1%.
Em breve voltaremos ao tema das probabilidades e da chamada "esperança matemática".
De todas, a mais revoltante é a de baixo, na Av. João XXI, com a passadeira completamente bloqueada.
No entanto, a EMEL multa, preferencialmente, os que não têm o pagamento regularizado (mesmo que não estorvem), deixando estas bestas quase sempre impunes.
Bem, é no mínimo curioso que a EMEL andasse ali pero a bloquear carros e que aqueles todos que se vêem nas fotos não o estejam. Não devia ser grande a aplicação...
(perto)
É frequente a EMEL multar e bloquear (apenas) os carros com pagamento irregular e deixar os outros em paz.
Vejo isso todos os dias, nomeadamente nos que bloqueiam o passeio em frente ao FRUTALMEIDAS.
No caso da foto da Av. João XXI, o bloqueio só estava feito do lado Sul!
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Já aqui afixei fotos de carros a estacionar (ilegalmente) mesmo atrás da carrinha da EMEL!
Uma coisa que me impressiona é o que segue:
Todos sabemos quem em Lisboa o estacionamento é difícil em certas zonas (embora todos também saibamos que há zonas com parques onde há quase sempre lugares vagos).
Agora, é fácil assistir-se a carros mal estacionados mas que não empatam (pelo menos acintosamente) nem o trânsito nem os peões serem rebocados ou multados enquanto outros que efectivamente empatam e perturbam passam incólumes.
Os senhores guardas não terão que superar umas provazinhas de mero bom-senso ou para isso não lhes é sequer chamada a atenção na formação que suponho lhes deverá ser ministrada?
Sim, o que diz é verdade, e tenho aqui fotos a atestar cenas dessas.
Só não as afixo agora para não monopolizar este blogue...
Sou de Lagos, vivo em Lagos, sou fotógrafo. Também tenho registos de situações destas. De facto, ao longo de todo o ano assistimos nesta cidade a algumas infracções em matéria de estacionamento automóvel. É o Sr. João, apressado, a dar um “saltinho” ao Banco; é o Zé, que nunca aprendeu o significado da palavra “civismo” e deixa a carrinha mal encostada, entupindo a estreita rua de arquitectura árabe. Temos cá disso tudo. À imagem de qualquer pequena cidade de província. Nem mais, nem menos. Porém, é na silly season que as coisas atingem proporções irritantes. Não compreendo os veraneantes que, instalados dentro do perímetro da cidade, se deslocam de automóvel para praias que distam cerca de mil metros da sua habitação estival: Meia-Praia (acesso pela travessia de barco ou pela ponte pedonal), Praia Formosa, Estudantes, Pinhão.
Está claro que vão estacionar a viatura na avenida marginal, obviamente, sobre os passeios porque não há estacionamento suficiente. Na minha opinião isto resulta da rendição cabal à cultura do automóvel agravada pela degeneração do conceito vilegiatura. Será que, palmilhar 1km para aceder a uma praia, sabendo-a a escassos 100m de uma paragem de autocarro e a 500/600m do centro da cidade, é uma tarefa tão árdua? Contudo, compreensíveis e solidários com esses veraneantes que, sacrificadamente, vêm cumprir o ritual das férias, as autoridades fecham os olhos a tais infracções. Pelo que, nessa época, os passeios, as passadeiras as zonas de paragem e estacionamento proibido ou condicionado perdem as suas funcionalidades. Os peões são despojados dos escassos direitos que possuem e os cidadãos com mobilidade reduzida, esses… devem permanecer em casa, pelo menos durante o período da guerra estival.
Experimente passar pela Rua Morais Soares e acabar junto ao cemitério do Alto de São João. Apesar de haver SEMPRE estacionamento na parada em frente à entrada do cemitério, os automobilistas "preferem" estacionar o carro em cima do passeio e das passadeiras para ficarem mais perto da porta de casa. Surrealista! Por aqui não se vê EMEL ou PSP.
Acho que já nem com a educação lá vai. Só mesmo com medidas radicais...
Caro "efe",
Tenho casa em Lagos, onde o meu filho actualmente reside, e vou lá imensas vezes.
Tenho inúmeras fotos, que lhe poderei enviar, especialmente as que mostram parques de estacionamento vazios, com carros, ao lado, a bloquear passeios e entradas de casas (*).
E tenho também um bom "arquivo" de respostas dadas por agentes da PSP quando os interpelo.
Algumas das fotos que refiro já foram publicadas em jornais (nomeadamente no "Público").
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(*) Neste mesmo blogue, escreva a palavra "Lagos" em "procurar" e encontrará algumas.
Se fizer o mesmo no blogue SORUMBÁTICO (http://sorumbatico.blogspot.com) e encontrará mais.
Conheço bem Lagos, e sei que o desrespeito pelos peões não escolhe épocas do ano. A 3.ª foto, tirada na avenida marginal (principal), tanto podia ser de hoje como de Agosto.
Por lá, não existe o equivalente à EMEL; nunca vi Polícia Municipal; e, nas cidades, a GNR não actua.
Sobra, pois, a PSP que, com o seu ar pachola, circula por cenas como esta como se não fosse nada com ela.
Se lhe perguntarmos porquê, dirá que "não tem meios", uma resposta idiota se nos lembrarmos que estamos a falar de esferográficas e de cadernos de multas!!!
Inversamente, louve-se o esforço da C. Municipal, que disponibiliza largas CENTENAS de lugares gratuitos.
Sim. A 3ª foto foi tirada há poucos dias.
"É uma pena os carros não caberem nas escadas dos prédios...", foi a esta conclusão que cheguei.
Porque afinal tudo o que se quer é ter o carro à porta do lugar onde se vai, mesmo que haja lugar 1 ou 2 quarteirões à frente.
E escusam de dizer que não, porque eu vivo e conduzo em Lisboa e nunca deixo o carro mal estacionado.
(Afinal de contas, seria hipocrisia faze-lo e, depois, criticar quem faz...)
Sei é que o faço e não me custa muito (ser civilizado).
Se os carros coubessem nas escadas sempre se deixavam nos patamares...
A culpa é dos arquitectos.
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