quinta-feira, janeiro 31, 2008

NÃO FORA O 1º FEVEREIRO DE 1908?

E como seria Portugal em 1 de Fevereiro de 2008?

Na minha opinião, muito pouco teria mudado! Ora vejamos:

Antes de Fevereiro de 1908, tinhamos dois partidos (normalmente o Progressista e o Regenerador, mas por vezes com intromissões de outros), que dividiam entre si o poder, rodando entre governo e oposição.

Portugal aceitava os ditames da Inglaterra. E humilhava-se por falta de firmeza na sua política, aceitando o que era imposto de fora.

Por várias vezes a bancarrota esteve à vista, por endividamento excessivo.

Existia bastante corrupção, contra a qual o Rei, pelas limitações financeiras que teve sempre ao longo do seu reinado foi incapaz de lutar.

Havia um enorme fosso entre a pretensamente culta população urbana e a população rural.

Tinhamos governos, como notava Eça, "que tomavam apenas umas meias-medidas, inspiradas por uma meia-coragem e executadas com uma meia-prontidão".


Antes de Fevereiro de 2008?

Temos regularmente dois partidos (PS e PSD) a alternar no poder, com pequenas intromissões de outros partidos.

O nível de corrupção e de compadrio é assustador e em crescendo.

O endividamento do Estado tem oscilado entre o enorme e o grande.

As reformas raramente passam do papel e de grandes parangonas, sendo rapidamente abandonada qualquer tentativa à mínima contestação.

O fosso entre a população rural e a urbana é cada vez maior, estando a segunda cada vez mais convencida de que é muito culta quando na realidade é cada vez maior o número daqueles que não sabem escrever correctamente!

Estamos completamente subjugados a uma Bruxelas onde um directório de países poderosos impõe tudo o que lhes interessa. E nós engolimos!


Se compararem as duas situações, com 100 anos de intervalo, verão que no fundo as diferenças não são muitas! O Povo é o mesmo! E daí a minha conclusão: se o Rei não tivesse sido assassinado e mesmo com a continuação da Monarquia muito pouco teria mudado!

2 comentários:

Anónimo disse...

Pois é....somos um povinho que nunca conseguiu sentar-se no barquinho, e remar para o mesmo lado.
Cada um rema por si (e para seu bem), de preferência em barquinhos individuais, o que leva a muitas perdas de rumo, colisões, e naufrágios. Em muitos aspectos (ex. corrupção) foram 100 anos perdidos. Como bem escreve "somos o mesmo povo" ! E parece-me que vamos continuar a ser "o mesmo povo". Mas olhe de que sermos "subjugados", poderá ser a nossa salvação. Pois, por nós próprios, infelizmente......

JA

Anónimo disse...
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