quinta-feira, janeiro 10, 2008

Página da Naer (neste momento "em actualização") onde, até há pouco, éramos recebidos com um erro de ortografia e com a afirmação de que o aeroporto seria na Ota.

Acabámos, hoje, de tomar conhecimento de uma das decisões mais importantes dos últimos anos relativamente a Lisboa. Ninguém, por aqui, quer abordar o assunto?

Act.: A página já foi actualizada, mas o erro de ortografia (o inconcebível Bem Vindo, logo a abrir) mantém-se. Estamos bem entregues...

10 comentários:

António de Almeida disse...

-Satisfeito em parte com a decisão, a minha preferência seria a manutenção da Portela, e se tal resultasse impossível a Portela+1. A ter em atenção, cidade aeroportuária quer dizer o quê? que pretendem construir um aeroporto em Alcochete ainda mais caro do que a Ota? Interesses imobiliários á volta, será que o governo vai permitir a requalificação da zona envolvente? todos sabemos como se financia o poder local, e de repente podem surgir novos projectos em Alcochete, Benavente, Samora Correia e Montijo, até mesmo Alcacer do Sal. Por último, uma vez desactivada a Portela, será o prolongamento da Alta de Lisboa? ou seja, mais do mesmo? Isto ainda só agora começou!!!...

Anónimo disse...

O que em todo este assunto me espanta sobremaneira é que durante anos e anos a fio se tenha tomado o novo aeroporto na Ota como coisa adquirida, no que de resto foram gastos balúrdios em estudos, e só se tenha descoberto um local muito preferível à última hora e de forma completamente inesperada.

Usando velhos clichés tão do agrado dos jornalistas, ninguém fica bem na fotografia (excepto quem descobriu o «ovo de Comombo»).

Anónimo disse...

(Colombo, obviamente)

Anónimo disse...

Caro Medina Ribeiro,
Lamento decepcioná-lo mas por mim, tanto se me faz que fique ali ou noutro sítio. Eu gostava da Portela. Fica perto de minha casa. Sempre me serviu bem.Não o trocava por nenhum outro.
Em 2017 (dou-lhe mais 3 anos) o aeroporto estará pronto e se tiver saúde e dinheiro, quero ainda usá-lo por esse tempo.
Só lamento que a Linha de comboios da Beira Baixa esteja tão decrépita e se demore quase 4 horas para fazer 230 km a um preço demasiado caro para a qualidade e para o serviço.
ISABEL

Carlos Medina Ribeiro disse...

Diz Isabel: «Lamento decepcioná-lo...»

Mas onde é que eu digo que estou satisfeito ou insatisfeito?!

O que digo - e repito - é que se trata de «uma das decisões mais importantes dos últimos anos relativamente a Lisboa».

--

Por mim, aliás, até podiam fazer o Aeroporto de Lisboa em Faro ou no Bugio, como digo [aqui]

Carlos Medina Ribeiro disse...

...e fico surpreendido como é que, num blogue que é 100% sobre Lisboa, um assunto desta importância não está a suscitar posts - quando, noutros blogues que não são sobre a cidade, são em catadupa.

Anónimo disse...

Então aqui vai mais um comentário.

Não me agrada a ideia de Portela + 1, pois a Portela está uma manta de retalhos quase sempre em obras(das vezes que por lá passei foi a sensação que tive, embora eu não seja propriamente um «passageiro freqquente») e fazer-se uma coisa abarracada e com aspecto improvisado para os voos low-cost, em Alverca ou no Montijo, apesar de se tratar justamente de voos low-cost, também não é ideia com que simpatize.

Uma das vantagens de Alcochete é poder fazer-se em módulos e ir-se aumentando à medida das necessidades.

Agora, a desactivação da Portela coloca questões que também duvido haja força para lhes resistir, designadamente a especulação imobiliária.

Quanto a o aeroporto de Lisboa deixar de ficar perto (praticamente dentro) da cidade, haverá inconvenientes do ponto de vista prático, isso é certo. Como é de estranhar que apenas agora se projecte a sua ligação ao metro.

Ant.º das Neves Castanho disse...

Caro C. Medina R., tem toda a razão. Ou quase.


Eis a minha sintética opinião:


1º) Fala um anónimo acima num "ovo de Colombo" a propósito de Alcochete, a propósito de que afirma "[ter sido] descoberto um local muito preferível [face à Ota] à última hora e de forma completamente inesperada". A força da propaganda!... Onde, mas ONDE é que está provado que Alcochete é "muito preferível"? E para QUEM? A conclusão do L. N. E. C. é clara: Alcochete vence a Ota em 4 critérios simples, em sete possíveis, perdendo nos outros três. Agora eu, que sou Engenheiro Civil e trabalho em Planeamento Urbano e Transportes há mais de vinte anos nunca vi uma decisão ser tomada assim, SEM QUALQUER PONDERAÇÃO DOS CRITÉRIOS TÉCNICOS! Quer dizer que quem tomou efectivamente a decisão NÃO FOI O GOVERNO, MAS SIM O L. N. E. C.: viva a TECNOCRACIA!


Imagine-se que os critérios eram só seis (ou oito) e que havia um empate "simples", isto é, continuando sem ponderação. O que faria o Governo? Corria a especializar-se em análises multi-critério (no que poderia sempre, aliás, contar com a competente ajuda do Prof. José Manuel Viegas, ou de qualquer outro dos meus ilustres Professores, como o Prof. Bana e Costa...)?


Concluindo, duas coisas resultam bem claras deste Estudo: a Ota, afinal, sempre era UMA OPÇÃO TECNICAMENTE VÁLIDA (e, até, a MELHOR DE TODAS AS ANTERIORMENTE ESTUDADAS!) - e aqui, santa paciência, os senhores professores engenheiros que escreveram a esmo cobras e lagartos sobre esta opção já se deveriam ter publicamente retractado, ou então saído a contestar o seu Laboratório!!! - e as diferenças de custos entre ambas as opções são marginais, INFERIORES A DEZ POR CENTO, o que desvaloriza fatalmente o critério de custo face àqueles onde as diferenças SÃO EFECTIVAMENTE DETERMINANTES (falo das questões ambientais e de Ordenamento do Território)!!!


Bem, é triste constatá-lo, mas se isto resulta de um Governo chefiado por um licenciado em engenharia, parece que seria preferível voltarmos aos habituais juristas ou economistas...


QUANTO A LISBOA, e ao contrário do que possa transparecer das análises mais simplistas, a localização do novo Aeroporto NÃO É UM PROBLEMA EXCLUSIVO DA CIDADE, mas sim da nossa REGIÃO! Pode interessar-lhe, como interessará por exemplo à Amadora, a Almada, a Torres Vedras, ou a Sintra, mas é fundamentalmente uma questão REGIONAL. O que acontece é que a Região ainda "não existe" politicamente!


Existem apenas, lamentavelmente, os senhores autarcas que, à falta de poderes regionais legítimos e democráticos, se colocam em bicos de pés, pateticamente, seja a rejubilar com "amanhãs cantantes", seja a preparar já o choradinho das "compensações" para as suas respectivas e santas terrinhas.


Quanto ao que interessa de específico ao Município de Lisboa, directa e claramente, é sobretudo o DESTINO DOS TERRENOS DA PORTELA, tema que já foi abordado, isolada e corajosamente, por Ant.º Costa, na última campanha eleitoral, onde disse o que é óbvio mas custa a engolir: o destino dos terrenos da Portela será aquele que a C. M. L. quiser, dado que dispõe legalmente da faca e do queijo sobre esse assunto, através do seu PLANO DIRECTOR MUNICIPAL (em eterna fase de "revisão"...)!


Esperemos que não seja só uma promessa eleitoral. Os eleitores mais atentos não vão esquecê-la...

Carlos Medina Ribeiro disse...

Eu não digo que é um problema "só" de Lisboa. Digo, isso sim, que é um problema (também...) de Lisboa.

Assim, o essencial do meu post é manifestar estranheza pelo facto de esse assunto não estar a ser abordado aqui.

-

À parte, claro, o comentário ao erro de ortografia que mostra bem o nível de (i)literacia de quem decide da nossa vida...

Ant.º das Neves Castanho disse...

Mais, mas muito mais grave do que a iliteracia, é mesmo a "inumeracia"...