Porém, ao tempo e em nome de projecto(s) pessoal(ais), as propostas do então líder do PSD começaram por ser veementemente contestadas dentro do seu próprio partido pelo actual líder, de forma metódica e organizada, com uma estratégia que passava por fazer cair Lisboa, para derrubar a liderança. O apoio dos oposicionistas internos do anterior líder a Carmona Rodrigues foi cuidadosamente preparado, partindo ao meio o eleitorado do PSD nas últimas intercalares. Foram os mesmos que incentivaram Carmona Rodrigues a ficar, depois de este ter dito a Marques Mendes que não tinha condições para manter a presidência da Câmara Municipal de Lisboa (o que fez), inviabilizando uma alternativa de governo para o Executivo. Estas actuações revelam um estilo e uma prática e não podiam conduzir a nada de positivo, pela natureza das acções e dos intervenientes. Não conduziram. Luís Filipe Menezes foi vítima apenas de si próprio (das suas contradições, do seu estilo, da sua prática). Nem na despedida deixa de (tentar) municiar o primeiro-ministro contra o PSD, ao dizer o que disse sobre Manuela Ferreira Leite. Há coerência: na entrada como na saída, a postura é a mesma.
Nesta coluna afirmei como desejável a união das candidaturas que, no meu entender, preservam o Partido Social-Democrata e lhe podem emprestar novo fôlego, ainda que por razões diversas: a de Manuela Ferreira Leite e a de Pedro Passos Coelho. Essa união representaria um reforço do PSD pelo que transportam de positivo. Ainda como referi na semana passada, não sendo possível uma união pré-eleitoral, que seja potenciada no ‘pós’, para que a alternativa ao Governo do Partido Socialista seja forte, estruturada, participada; a alternativa de um Partido que prepara e tem respostas para a questão da regulação social da globalização, aliada à escassez de água, petróleo e matérias- -primas alimentares, que são as questões essenciais do início deste século.
Se as candidaturas a que me referi não se juntarem, no próximo acto eleitoral votarei em Manuela Ferreira Leite. Revejo-me na afirmação social-democrata.
Paula Teixeira da Cruz
2 comentários:
"para "enfrentar" a crise que se instalou."
Quais foram os anos, pós 25 de Abril....onde não existiu "crise" ?
JA
Por mim, não faz falta alguma. Nunca foi social-democrata e aqui reside o busílis. É de direita, tal como o seu eleitorado e nada de errado há nisso. Assuma-se finalmente, para que possamos ter um quadro partidário mais claro. Aliás, cada vez mais se parece com o seu antepassado Regenerador, enquanto o PS vai dando os seus claros sinais de arremedo dos Progressistas. A coisa acabará como se sabe.
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