Reabertura do Parque Bensaúde

Costa pede voto favorável à gestão privada de jardins
Autarca garante que os 173 jardineiros municipais não chegam para assegurar a manutenção de parques
O futuro dos jardins da capital depende da Assembleia Municipal de Lisboa. A convicção é do presidente da Câmara, António Costa, que alertou esta terça-feira para a necessidade daquele órgão aprovar a entrega da manutenção dos jardins a privados.
Depois dos deputados municipais terem chumbado, em Abril, a abertura de concursos públicos internacionais para a manutenção dos parques da capital, António Costa voltou, ontem, a reafirmar a necessidade dos partidos com assento na Assembleia Municipal aprovarem um novo concurso, que será submetido a votação. À margem da reabertura do parque Bensaúde, em São Domingos de Benfica, o autarca socialista referiu que outro chumbo dos deputados pode ser desastroso para os espaços verdes.
"No último mandato [Carmona Rodrigues] caducaram os contratos de manutenção dos espaços verdes", explicou Costa, salientado que apesar das restrições orçamentais em 2007, o município conseguiu canalizar este ano para este sector, as verbas necessárias para a manutenção daquelas áreas.
"É urgente esta autorização porque mais atrasos seriam fatais para os jardins de Lisboa", alertou Costa, acompanhado pelo vereador dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes (BE).
O concurso público destina-se à manutenção e conservação dos espaços dos Olivais Norte, Bairro de Caselas, José Gomes Ferreira, Alto da Serafina, Monsanto, Vale Grande, Moinhos de Santana, Quintas das Conchas e Lilases.
Há dois meses os deputados dos PSD consideraram que o futuro executivo, a sair das eleições de 2009, será confrontado com um prazo de contratos que se estendem aos quatros anos.
Segundo Sá Fernandes, existem apenas 173 jardineiros nos serviços municipais, o que leva neste momento a um esforço sobre-humano para garantir essa manutenção.
Os mesmos meios camarários foram os responsáveis pelos trabalhos de limpeza e requalificação no parque Bensaúde, que reabriu ontem, após ter encerrado há dois anos, pela falta de orçamento para a sua manutenção.
"Já não era sem tempo. Há muito tempo que pedia a reabertura à Câmara Municipal", reconheceu, ao JN, Karl Joensh, cidadão alemão que, há mais de 20 anos, tem vindo a cartografar as espécies florestais daquele espaço. "Desta vez, não houve multas. Quando o Santana Lopes veio reabrir este mesmo jardim, multaram 100 moradores porque quiseram estacionar os carros da comitiva, onde estavam os nossos. Em cima do passeio", recordou, por outro lado, Justino Brito, morador junto ao jardim, com 3,7 hectares, localizado entre a Estrada da Luz e a Rua Francisco Baía.
À reabertura juntaram-se dezenas de residentes, a maioria para se lamentar de ter sido alvo de assaltos em catadupa às suas viaturas estacionadas junto ao parque, durante a noite. (JN)

Fotos CML

(ISABEL G)