segunda-feira, julho 21, 2008

Sujidade é crítica recorrente


Sujidade é crítica recorrente-PUBLICO-21.07.2008

"As ruas de Lisboa estão cheias de cocó." A crítica não partiu do vulgar cidadão, mas da mandatária para a juventude na campanha de António Costa, a actriz Margarida Vila-Nova.
A actriz participava num recente encontro de militantes socialistas, no decurso do qual, segundo o semanário Expresso, o ex-vereador da Câmara de Lisboa Rui Godinho teceu também reparos ao actual sistema de recolha do lixo. As promessas do presidente da câmara de limpeza geral da cidade ficaram no tinteiro, e a sujidade das ruas tem sido tema recorrente de conversa nos últimos meses, quer entre as diferentes forças políticas representadas na autarquia, quer entre habitantes e turistas.
"Não notei muita diferença em relação ao Brasil", observava este sábado um médico de 34 anos acabado de chegar de Mato Grosso, a quem a falta de limpeza dos espaços públicos saltou à vista logo que aterrou. No Largo do Camões, onde tinha ido às compras, o postal turístico dificilmente podia ser pior, com os degraus que servem de base ao monumento cobertos de escorrências já secas de bebidas de várias proveniências e a calçada portuguesa ali mostra um canto tão encardido que mal se notavam os desenhos. Quando o turista por ali passou, já a imundície se acumulava há muitos dias.
"A cidade continua suja e pouco amigável", escreveu a social-democrata Paula Teixeira da Cruz, presidente da Assembleia Municipal, num artigo publicado no semanário Sol também neste fim-de-semana. Já o
arquitecto Manuel Graça Dias desvaloriza o problema, que entende ser "muito pequeno-burguês, de dona de casa, superficial".
"Podemos ter uma cidade com imensa qualidade, apesar de as ruas estarem um pouco sujas e sarapintadas com graffiti", contrapõe. "As pessoas que nunca foram à Índia e a África não sabem o que é uma cidade verdadeiramente suja. O que aqui vemos é uma cidade moderadamente suja. E é mais importante que não chova nas casas e que estas tenham casas de banho do que estar tudo muito asseado por fora, como no Portugal salazarista, e numa miséria por dentro." A.H.
FOTOGRAFIA : LISBOA.SOS

4 comentários:

Anónimo disse...

Uma cidade completamente encardida é 'moderadamente suja'? O senhor arquitecto anda encandeado pelo sol de Verão e não vê o negro da calçada. E o lixo que se amontoa em torno dos contentores? E o cheirete a mijo por todo o lado? E os jardins feitos matagais?
E quem lhe disse a ele que agora não chove nas casas? Não chove?
Mas isto são ninharias. O que Lisboa precisa é dumas boas obras de largos milhões para requalificar o que vai do Museu Militar até ao Hospital da CUF. - Requalificar! - Como são lindos estes bordões de discurso político. E os almeidas, os calceteiros, os jardineiros não requalificam nada? Deve ser porque ganham menos que um gestor de frentes ribeirinhas...
Cumpts.

Anónimo disse...

Vamos lá então ver se não chove.
http://estadosentido.blogspot.com/search?q=arruinada
Cumpts.

Ant.º das Neves Castanho disse...

A verdade é que uma Cidade limpa começa em cada um de nós, por mais que a Câmara faça (ou não faça, claro...)...


Ou ninguém se revolta contra o desperdício que é ter de haver o "moto-cão" para fazer aquilo que cada dono de cãozinho deveria fazer?

Bic Laranja disse...

Sr. Castanho,
Os munícipes são uns porcalhões e melhor é deixá-los no chafurdo que fazem, é isso...?
Mas olhe que câmara não faz nada pela limpeza da cidade. Nem limpa nem zela pela limpeza (passe o sr. no jardim Constantino). Possivelmente o derradeiro gesto de limpeza da C.M.L. será o 'outsourcing', mas note que isso serão já negócios, não trabalhos de limpeza. E saiba que é por isso temos esplendorosos projectos para frentes ribeirinhas mas continuamos a viver sem galochas num lameiro.
O senhor Castanho se tiver lá gente conhecida na Câmara diga-lhe isto.
Cumpts.