As saídas e soluções para a Cidade, as que houver, vão em boa parte «passar a passar» por esta escadaria... Vá a este sítio e siga as indicações... se quiser saber mais umas coisas sobre os Paços do Concelho.
terça-feira, julho 31, 2007
segunda-feira, julho 30, 2007
"Read my lips"
As prioridades de Costa: Pagamento de dívidas, limpeza e combate ao estacionamento ilegal (Portugal Diário)
"(....)António Costa apresentou as dez primeiras medidas a tomar no último dia da campanha para as eleições intercalares de Lisboa e na noite eleitoral, já como presidente eleito, reiterou os compromissos.
-O autarca eleito prometeu apresentar uma proposta de saneamento financeiro e proceder ao pagamento «imediato de 8,8 milhões de euros em dívida e reforço da cabimentação em 6,8 milhões de euros para desbloquear 18 das empreitadas que se encontram paradas exclusivamente por falta de pagamento».
-A partir de 01 de Setembro será desencadeada «uma acção de limpeza de emergência geral da cidade, centrada na recolha de detritos, lavagem de passeios e remoção de cartazes ilegalmente afixados».
-Até 12 de Setembro, António Costa conta concluir «uma operação de recuperação das passadeiras de peões», abrangendo um total de 480 estabelecimentos de ensino.
-Concluída a operação de recuperação das passadeiras, o presidente da Câmara eleito vai arrancar, nesse mesmo dia 12 de Setembro, com uma operação «tolerância zero» para o estacionamento em segunda fila ou em cima do passeio.
-Já no mês de Agosto, o socialista pretende iniciar o desvio do tráfego do Terreiro do Paço, encerrando nesse mesmo mês, aos domingos, as vias laterais desta praça e o troço da Ribeira das Naus entre o Largo do Corpo Santo e o Campo das Cebolas.
-António Costa prometeu também um programa de emergência para a manutenção dos espaços verdes e cemitérios, assim como a realização de reuniões com os presidentes das juntas de freguesia e com os directores municipais, a quem apresentará um plano de redução da despesa corrente do município em, «pelo menos, dez por cento até ao final do ano».
(Isabel Goulão)
"(....)António Costa apresentou as dez primeiras medidas a tomar no último dia da campanha para as eleições intercalares de Lisboa e na noite eleitoral, já como presidente eleito, reiterou os compromissos.
-O autarca eleito prometeu apresentar uma proposta de saneamento financeiro e proceder ao pagamento «imediato de 8,8 milhões de euros em dívida e reforço da cabimentação em 6,8 milhões de euros para desbloquear 18 das empreitadas que se encontram paradas exclusivamente por falta de pagamento».
-A partir de 01 de Setembro será desencadeada «uma acção de limpeza de emergência geral da cidade, centrada na recolha de detritos, lavagem de passeios e remoção de cartazes ilegalmente afixados».
-Até 12 de Setembro, António Costa conta concluir «uma operação de recuperação das passadeiras de peões», abrangendo um total de 480 estabelecimentos de ensino.
-Concluída a operação de recuperação das passadeiras, o presidente da Câmara eleito vai arrancar, nesse mesmo dia 12 de Setembro, com uma operação «tolerância zero» para o estacionamento em segunda fila ou em cima do passeio.
-Já no mês de Agosto, o socialista pretende iniciar o desvio do tráfego do Terreiro do Paço, encerrando nesse mesmo mês, aos domingos, as vias laterais desta praça e o troço da Ribeira das Naus entre o Largo do Corpo Santo e o Campo das Cebolas.
-António Costa prometeu também um programa de emergência para a manutenção dos espaços verdes e cemitérios, assim como a realização de reuniões com os presidentes das juntas de freguesia e com os directores municipais, a quem apresentará um plano de redução da despesa corrente do município em, «pelo menos, dez por cento até ao final do ano».
(Isabel Goulão)
domingo, julho 29, 2007
Eleições intercalares de 15 de Julho em Lisboa
Na foto: a CML (Expresso)
A prova provada da discriminação… E constatar isso agora serve de quê??
O ‘Público’ de hoje refere que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) estudou a cobertura televisiva para a campanha e constatou que as «televisões deram mais visibilidade a Costa, Negrão e Carmona na campanha para Lisboa». Mas que novidade…
Como já antes a mesma entidade tinha constatado que o mesmo sucedeu com os jornais. O que me choca ainda mais é a passividade destas constatações.
E o que me chocou ainda mais na realidade das leituras diárias que fiz e dos visionamentos das peças de televisão foram coisas como: a paginação, o uso de fotos e de planos, a duração das peças, a extensão dos textos. Qual tratamento igual qual quê? Mesmo nos oito dias de campanha isso não foi verdade. Nem de longe nem de perto. Mas no mês e meio de pré-campanha, aí foi um grande escândalo.
Fábrica de visibilidades
A televisão é uma fábrica. Fabrica personagens. Não apareces na TV, não existes. Tão simples quanto isto. É por isso que analisar agora depois da votação esta cobertura da campanha e da pré-campanha e colocar em cima as votações obtidas, como que para dizer «vejam, afinal as tvs tinham razão: as votações corresponderam mais ou menos às taxas de cobertura», como que para justificar as opções das televisões e sancionar a fraude fabricada – isso é de um cinismo revoltante…
Dou apenas uma hipótese radical absurda: se nenhum canal tivesse falado de mais ninguém se não (por exemplo) de Garcia Pereira durante os mais de 40 dias, qual acham que teria sido o resultado?
Mais as sondagens
A este panorama dos jornais e das televisões, há que somar as sondagens. São de facto muitos os factores de discriminação. E de arrastamento dos eleitores. Todos adoram votar em quem se está mesmo a ver que vai ganhar… e as pessoas votam… e não é que ganham mesmo os candidatos beneficiados nas sondagens? Milagre!
(Não me venham dizer que sou contra as sondagens. Para esse peditório já dei, francamente. Estou apenas a analisar, nem sequer estou à procura de soluções, neste momento).
O ‘Público’ de hoje refere que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) estudou a cobertura televisiva para a campanha e constatou que as «televisões deram mais visibilidade a Costa, Negrão e Carmona na campanha para Lisboa». Mas que novidade…
Como já antes a mesma entidade tinha constatado que o mesmo sucedeu com os jornais. O que me choca ainda mais é a passividade destas constatações.
E o que me chocou ainda mais na realidade das leituras diárias que fiz e dos visionamentos das peças de televisão foram coisas como: a paginação, o uso de fotos e de planos, a duração das peças, a extensão dos textos. Qual tratamento igual qual quê? Mesmo nos oito dias de campanha isso não foi verdade. Nem de longe nem de perto. Mas no mês e meio de pré-campanha, aí foi um grande escândalo.
Fábrica de visibilidades
A televisão é uma fábrica. Fabrica personagens. Não apareces na TV, não existes. Tão simples quanto isto. É por isso que analisar agora depois da votação esta cobertura da campanha e da pré-campanha e colocar em cima as votações obtidas, como que para dizer «vejam, afinal as tvs tinham razão: as votações corresponderam mais ou menos às taxas de cobertura», como que para justificar as opções das televisões e sancionar a fraude fabricada – isso é de um cinismo revoltante…
Dou apenas uma hipótese radical absurda: se nenhum canal tivesse falado de mais ninguém se não (por exemplo) de Garcia Pereira durante os mais de 40 dias, qual acham que teria sido o resultado?
Mais as sondagens
A este panorama dos jornais e das televisões, há que somar as sondagens. São de facto muitos os factores de discriminação. E de arrastamento dos eleitores. Todos adoram votar em quem se está mesmo a ver que vai ganhar… e as pessoas votam… e não é que ganham mesmo os candidatos beneficiados nas sondagens? Milagre!
(Não me venham dizer que sou contra as sondagens. Para esse peditório já dei, francamente. Estou apenas a analisar, nem sequer estou à procura de soluções, neste momento).
sábado, julho 28, 2007
Tapetes orientais no Museu Nacional de Arte Antiga
Exposição: "O Tapete Oriental em Portugal. Tapete e Pintura, séculos XV-XVIII"
De 31 de Julho a 18 de Novembro
A exposição a inaugurar no MNAA na próxima terça-feira, dia 31 de Julho, aborda, pela primeira vez, a história dos tapetes orientais em Portugal. Partindo da significativa colecção do MNAA, com a colaboração de instituições públicas e privadas, nacionais e estrangeiras, estrutura-se em quatro núcleos...
leia mais...
De 31 de Julho a 18 de Novembro
A exposição a inaugurar no MNAA na próxima terça-feira, dia 31 de Julho, aborda, pela primeira vez, a história dos tapetes orientais em Portugal. Partindo da significativa colecção do MNAA, com a colaboração de instituições públicas e privadas, nacionais e estrangeiras, estrutura-se em quatro núcleos...
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(Isabel Goulão)
Tourear os carros
Anteontem, dia de tourada no Campo Pequeno, toureavam-se os bichos dentro da arena.
Cá fora, nos passeios, os traseuntes para circular toureavam os carros.
Cá fora, nos passeios, os traseuntes para circular toureavam os carros.
O parque de estacionamento? "Livre".
(Isabel Goulão)
sexta-feira, julho 27, 2007
Cenas lisboetas (3)
Mulher falando ao telemóvel numa carruagem de metro, em voz cada vez mais alta.
- Tou! Não te percebo bem. Tou a chegar ao Campo Grande!
...
- Tou! Tou!
...
- Tás onde? Eu tou a chegar ao Campo Grande.
...
- Campo Grande, Campo Grande! Tás aí já?
...
- Como? Não consigo perceber! Quê? Eu tou a chegar ao Campo Grande!
...
- Quê? Quê? Quê?
...
- Tás já à minha espera? Eu tou a chegar. Tou, tou!
...
- Quê? Quê?
...
- Ah, tás no Parque das Nações. Agora percebi. Eu tou a chegar ao Campo Grande... Espero aqui por ti.
Quando estacionamos mal o carro
Filme da BBDO finalista em Cannes
"Obrigado pelos obstáculos, pelas barreiras e pelas dificuldades. Estamos em forma para Pequim. Muito obrigado."
(Filme do Projecto “Super Atleta Pequim 2008”- Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes, Galp Energia e a Fundação Luís Figo)
(Isabel Goulão)
Alameda - que passeios
No alto da Alameda Universitária, encontra-se edificado o glorioso símbolo do urbanismo lisboeta, um dos mais importantes marcos do progresso da cidade, o parque de estacionamento (what else?), construído para ajeitar outro importante símbolo civilizacional e da modernidade, o automóvel.
Porque para quem anda a pé e quanto a passeios laterais em ambos os sentidos, estamos conversados e o algodão não engana. O estacionamento selvagem ao longo das vias, o pó no Verão e a lama no Inverno são os ex-libris de uma zona de pedonal que compete em grande estilo com uma picada africana. E as associações de estudantes? E essa coisa da cidadania, a mobilidade, e tal? Pois é... Em bom rigor, é o panorama que se verifica nas áreas envolventes de várias faculdades em Lisboa, salvas in extremis pelo melhor amigo do peão, o pilarete. Não sei se as (raras) árvores serão poupadas. O estacionamento em altura pode ser sempre uma boa alternativa.
Alguém que deite a mão àquilo, faça passeios decentes, que está uma lástima. Mas que não leve sandálias.
Alguém que deite a mão àquilo, faça passeios decentes, que está uma lástima. Mas que não leve sandálias.
(Isabel Goulão)
"Os veículos "isentos" incluem, carros ao serviço do Estado, ou seja, das autarquias"-Porquê?
Limite de velocidade não se aplica a veículos oficiais e prioritários (DN)
A velocidade máxima de 50 ou de 80km/hora estabelecida pelos radares da câmara de Lisboa são é aplicável a todos os veículos. Há excepções. Segundo o Código da Estrada as viaturas "em sentido de urgência" estão isentas das coimas previstas. Os veículos "isentos" incluem, além das ambulâncias e outras viaturas dos bombeiros e do INEM, carros ao serviço do Estado, ou seja, das autarquias, das polícias e outras entidades oficiais.(...)
(Isabel Goulão)
A velocidade máxima de 50 ou de 80km/hora estabelecida pelos radares da câmara de Lisboa são é aplicável a todos os veículos. Há excepções. Segundo o Código da Estrada as viaturas "em sentido de urgência" estão isentas das coimas previstas. Os veículos "isentos" incluem, além das ambulâncias e outras viaturas dos bombeiros e do INEM, carros ao serviço do Estado, ou seja, das autarquias, das polícias e outras entidades oficiais.(...)
(Isabel Goulão)
Sobre o (mau) exemplo
"Um país, vários radares, duas velocidades
EDITORIAL do DN
Que uma ambulância, bombeiros ou uma perseguição policial justifiquem a ultrapassagem de todos os limites de velocidade impostos ao comum dos condutores nas nossas cidades e estradas, ainda se compreende. E aceita. Agora que se estabeleça uma lista de isenções corporativas em uso normal de funções para uma série de veículos oficiais, indígenas ou estrangeiros, só porque sim, não é uma grande ideia. E não se justifica.
É sabido que o tráfego nas cidades deste país sofre as consequências de um fluxo demasiado febril em velocidade e condução. A instalação dos 21 radares estrategicamente polvilhados pela paisagem da capital produziu já dezenas de milhares de infractores. Imagine-se, pois, neste cenário o efeito junto do condutor reprimido da passagem veloz de um veículo oficial à velocidade que a personalidade sentada no banco de trás considere compatível com os seus superiores interesses.
Já assistíamos a cenas destas nas auto-estradas do País. Agora, em Lisboa, o espectáculo de um país a duas velocidades aprofunda a ideia de que "eles" continuam a fazer o que lhes apetece. Noção tanto mais inaceitável quanto a pressa no topo do Estado vai desacelerando à medida que vamos descendo na hierarquia para desaguar na lentidão exasperante dos serviços de atendimento. (...)"
EDITORIAL do DN
Que uma ambulância, bombeiros ou uma perseguição policial justifiquem a ultrapassagem de todos os limites de velocidade impostos ao comum dos condutores nas nossas cidades e estradas, ainda se compreende. E aceita. Agora que se estabeleça uma lista de isenções corporativas em uso normal de funções para uma série de veículos oficiais, indígenas ou estrangeiros, só porque sim, não é uma grande ideia. E não se justifica.
É sabido que o tráfego nas cidades deste país sofre as consequências de um fluxo demasiado febril em velocidade e condução. A instalação dos 21 radares estrategicamente polvilhados pela paisagem da capital produziu já dezenas de milhares de infractores. Imagine-se, pois, neste cenário o efeito junto do condutor reprimido da passagem veloz de um veículo oficial à velocidade que a personalidade sentada no banco de trás considere compatível com os seus superiores interesses.
Já assistíamos a cenas destas nas auto-estradas do País. Agora, em Lisboa, o espectáculo de um país a duas velocidades aprofunda a ideia de que "eles" continuam a fazer o que lhes apetece. Noção tanto mais inaceitável quanto a pressa no topo do Estado vai desacelerando à medida que vamos descendo na hierarquia para desaguar na lentidão exasperante dos serviços de atendimento. (...)"
(Isabel Goulão)
quarta-feira, julho 25, 2007
Woody Sócrates
Muito se tem falado, ultimamente, do facto de o Governo ter pago 30 euros a cada criancinha para fazer de figurante numa sessão de apresentação do Plano Tecnológico - tal como, dias antes, alguém sem a noção do ridículo pagara excursões a cidadãos de Teixoso, Cabeceiras de Basto e Alandroal para virem a Lisboa festejar a vitória de António Costa.
Ambas as rábulas me fazem lembrar uma famosa cena do filme «O Inimigo Público», em que Woody Allen nos revela que teve uma infância tão infeliz, que a mãe até tinha de pagar aos miúdos lá da rua para brincarem com ele...
Ambas as rábulas me fazem lembrar uma famosa cena do filme «O Inimigo Público», em que Woody Allen nos revela que teve uma infância tão infeliz, que a mãe até tinha de pagar aos miúdos lá da rua para brincarem com ele...
terça-feira, julho 24, 2007
Bloco irritado por causa de uma mentira ou por se ver com a careca à mostra?
Não imagino o que se passa de facto. Mas lá que o BE está irritadíssimo, isso vê-se. E ameaça a imprensa no seu blog de Lisboa. O que está em causa é uma nota inserida hoje no «Diário Económico», como relato no LisboaLisboa: «Assim começamos mal», escreve um militante aparentemente «clandestino» («P»).
Por partes: o DE faz o relato do que terá apurado sobre as negociações entre Sá Fernandes e o PS para eventual acordo sobre pelouros, como resumo no citado blog. A isso, «P», no blog do BE de Lisboa responde com uma agressividade sintomática:
1.
«Andam a bater à porta errada».
Isto soa-me a ameaça a alguém. A quem, não sei bem.
.
2.
2.
«A imprensa tem vindo a lume com notícias sobre potenciais entendimentos entre o PS e o BE para a Câmara de Lisboa».
Note: potenciais entendimentos. Toda a imprensa noticiou isso na sexta-feira passada. Há aqui um enigma. A imprensa falou de negociações. Aqui há algo de distanciamento.
.
3.
«O Diário Económico já avança com a notícia de divergências entre o Sá Fernandes e o Bloco. O primeiro quereria um pelouro à força toda e o Bloco estaria a opor-se, desde já».
Pelouro à força, quereria - eis duas expressões claras como água.
4.
«Seja lá quem for que esteja a insuflar a mexeriquice (o Expresso diz ser uma fonte dos socialistas), está a bater à porta errada».
Quem bate à porta errada? O jornal ou a sua fonte socialista?
5.
«E assim começamos muito mal!»
A ameaça é para quem? Para a imprensa? para o PS?
.
6.
«Não acredito que o Sá Fernandes se deixe ir por lugares, nem que o Bloco se deixe empurrar por notícias».
... Se deixe ir por lugares - outra expressão clara.
.
7.
«Afinal, qual é o programa do António Costa para Lisboa? Deixa construir na frente ribeirinha ou não? Vai aplicar o Plano Verde do Ribeiro Telles, mesmo que tenha de enfrentar interesses instalados, ou não? Inclui no PDM a norma de que todas as novas urbanizações ou processos de reabilitação terão de dedicar 20% dos fogos para custos controlados, ou não? Dá um forte sinal contra a corrupção e põe a nu as negociatas da Bragaparques (mesmo as do tempo da coligação PS/PC), ou não?»
Mais claro, só mesmo com água. Que o BE (pelo menos «este» BE) não quer o acordo, isso vê-se claramente visto neste texto...
.
8.
«Isso é que importa saber quanto antes e parece que ainda não se sabe porque o PS também não sabe como jogar com essa bola. É a única conclusão que consigo tirar do clima de intriguice que alguém está interessado em fomentar».
Um fecho em beleza...
(Transcrevi o que está em itálico, corrigindo apenas os dois erros do texto original).
segunda-feira, julho 23, 2007
Jardim-Museu Agrícola Tropical
Um pouco da Lisboa fresca e verde, que ainda vai existindo!
Recomendo vivamente
«Este jardim, que funciona como um centro de investigação do Instituto de Investigação Científica Tropical, é um dos mais bonitos da capital. Tem uma variada vegetação e raros exemplares exóticos, tentando preservar todas as plantas que estão em vias de extinção ou que já desapareceram por completo nos seus países de origem.
Com cerca de sete hectares, é principalmente constituído por árvores exóticas para promover o estudo da flora das antigas colónias portuguesas. O primeiro jardim colonial foi criado a 25 de Janeiro de 1906, no reinado de D. Carlos I, por Manuel António Moreira Júnior, tendo estado instalado inicialmente no Jardim Zoológico, nas antigas estufas do Conde de Farrobo. Criado como dependência pedagógica do Instituto Superior de Agronomia e Veterinária, tinha como função reunir material vegetal das regiões tropicais. Em 1910, o Jardim Colonial foi transferido para Belém, onde ocupa, desde 1914, as actuais instalações, começando então a denominar-se Jardim do Ultramar e depois de 1974, Jardim Tropical.
Em destaque um conjunto de palmeiras plantadas pelo primeiro Presidente da República (Manuel de Arriaga); diversas estufas com bananeiras, ananaseiros, papaeiras, quineiras, a baunilha, o cafeeiro, anoneira, mandioca, diferentes orquídeas e muitas outras plantas, de distintas origens como por exemplo Macau. Estas últimas estão locallizadas predominantemente no talhão 3, dedicado à flora do Oriente.»
- Lifecooler
Endereço:
Calçada do Galvão
(Por trás dos Pastéis de Belém)
Recomendo vivamente
«Este jardim, que funciona como um centro de investigação do Instituto de Investigação Científica Tropical, é um dos mais bonitos da capital. Tem uma variada vegetação e raros exemplares exóticos, tentando preservar todas as plantas que estão em vias de extinção ou que já desapareceram por completo nos seus países de origem.
Com cerca de sete hectares, é principalmente constituído por árvores exóticas para promover o estudo da flora das antigas colónias portuguesas. O primeiro jardim colonial foi criado a 25 de Janeiro de 1906, no reinado de D. Carlos I, por Manuel António Moreira Júnior, tendo estado instalado inicialmente no Jardim Zoológico, nas antigas estufas do Conde de Farrobo. Criado como dependência pedagógica do Instituto Superior de Agronomia e Veterinária, tinha como função reunir material vegetal das regiões tropicais. Em 1910, o Jardim Colonial foi transferido para Belém, onde ocupa, desde 1914, as actuais instalações, começando então a denominar-se Jardim do Ultramar e depois de 1974, Jardim Tropical.
Em destaque um conjunto de palmeiras plantadas pelo primeiro Presidente da República (Manuel de Arriaga); diversas estufas com bananeiras, ananaseiros, papaeiras, quineiras, a baunilha, o cafeeiro, anoneira, mandioca, diferentes orquídeas e muitas outras plantas, de distintas origens como por exemplo Macau. Estas últimas estão locallizadas predominantemente no talhão 3, dedicado à flora do Oriente.»
- Lifecooler
Endereço:
Calçada do Galvão
(Por trás dos Pastéis de Belém)
domingo, julho 22, 2007
Vade retro
O Metropolitano de Lisboa acaba de anunciar que encerrará o troço Cidade Universitária-Rato, todas as noites, às 22h50. Já a partir de amanhã. Nenhuma explicação é dada no local próprio aos utentes, que se limitam a receber esta mensagem nos anúncios luminosos ou em alta-voz. Esta absurda decisão, note-se, inviabiliza as viagens de metro entre zonas como o Marquês de Pombal, o Saldanha ou a Avenida da República e a zona norte da cidade, com prolongamento para Odivelas. E ocorre, note-se também, numa altura em que Lisboa está cheia de turistas - nacionais e estrangeiros. A administração do Metropolitano (empresa pública) dá-lhes, a eles e aos residentes, duas opções: ou deitam-se cedo ou terão que se deslocar de automóvel. Bem podem todos os autarcas e candidatos a autarcas apregoar as virtudes dos transportes públicos e fazer apelos mais ou menos demagógicos à sua utilização. Nesta matéria, como em tantas outras, Lisboa anda com o passo cada vez mais desacertado em comparação com as restantes capitais europeias.
O princípio do fim?
Depois da paupérrima campanha que fez em Lisboa e dos resultados a tender para o zero que obteve nas urnas, Manuel Monteiro demitiu-se. Não sei bem de quê, mas ele diz aos jornais que sim, que se demitiu. E diz porquê. «Tinha mais votos do que quando me candidatava à associação de estudantes». E: «Acho que valho mais de mil votos». Tudo porque o seu «partido», o chamado PND, obteve nas eleições de há uma semnaa em Lisboa um número baixíssimo de votos. Como se sabia. Só ele e dois ou três dos seus indefectíveis é que poderiam, julgar que era com bonecadas de rua e vazios de ideias que conquistariam Lisboa. Que, aliás, não esteve fácil nem sorridente para nenhum dos outros concorrentes. Mas os recursos de Monteiro e o seu ideário, o deconhecimento da cidade, notório desde o primeiro momento, como chegou a ser assinaldado por outros candidatos, era flagrante - e os lisboetas, apesar de tudo, percebem lçogo essas coisas. Monteiro aprendeu a lição? Não. Culpa os lisboetas: «Valho mais». e atira-lhes com o seu espanto misto de resmungo: «Francamente!».
Lisboa rejeitou-o, como fez a outros, por uma razão simples: ele não se pôs do lado de Lisboa e sim do lado do espectáculo indecoroso que dava nas ruas. Que deu resultado na Madeira, mas que em Lisboa foi o que se viu.
Agora, foi-se embora. Mas antes de se ir ainda disse uma coisa que vale a pena registar. José Miguel Júdice defendeu em público a fusão do CDS com o PSD. Comentário de Monteiro: «Discordo. Isso vem de uma pessoa que passou a colaborar com a esquerda». E pronto.
Monteiro vai embora. Mas antes disso ainda tem tempo para uma última nota: acusa os eleitores pelo que lhe aconteceu há oito dias. Fim de jogo?
sábado, julho 21, 2007
Este blog foi citado à porta do Conselho Nacional do CDS-PP
Estou no gozo. Mas foi usada a expressão bem portuguesa…
«Se estivéssemos na direcção do partido e tivéssemos obtido este resultado, teria caído o Carmo e a Trindade».
Disse Martim Borges de Freitas (que foi membro da direcção de Ribeiro e Castro), hoje, à entrada para o Conselho Nacional do CDS-PP.
O mesmo que disse aos jornalistas, no mesmo local e bem sarcástico, que «há 70 por cento do partido, o aparelho do partido, que preferem ter 3 por cento em Lisboa» a pedir a demissão de Portas.
In Portugal Diário
«Se estivéssemos na direcção do partido e tivéssemos obtido este resultado, teria caído o Carmo e a Trindade».
Disse Martim Borges de Freitas (que foi membro da direcção de Ribeiro e Castro), hoje, à entrada para o Conselho Nacional do CDS-PP.
O mesmo que disse aos jornalistas, no mesmo local e bem sarcástico, que «há 70 por cento do partido, o aparelho do partido, que preferem ter 3 por cento em Lisboa» a pedir a demissão de Portas.
In Portugal Diário
... E houve até «um ex-dirigente, da direcção de Ribeiro e Castro» que disse: «Vamos deixar Portas enterrar-se até ao fundo»...
sexta-feira, julho 20, 2007
Mais importante do que uma análise ao Circuito Indie,
Caro José Carlos,
É a constatação de facto que a verticalidade não rende votos (renderá algum dia? quando?), e que o circuito continua a ser dominado não só pelos blockbusters, mas pelos melhores comediantes, por vezes em co-produções o mais inimagináveis possível. O argumento não passa de guião. As pipocas fazem o resto.
É a constatação de facto que a verticalidade não rende votos (renderá algum dia? quando?), e que o circuito continua a ser dominado não só pelos blockbusters, mas pelos melhores comediantes, por vezes em co-produções o mais inimagináveis possível. O argumento não passa de guião. As pipocas fazem o resto.
Logo: Indie Lisboa (em homenagem às «lanças em África»)
quinta-feira, julho 19, 2007
Reflexão sobre os «independentes» de domingo passado
Já começo a ficar farto desta conversa de vários dias sobre a força da cidadania de listas de independentes nas eleições de domingo. Quem fala de «independentes» pode estar enganado nessa visão que considero um tanto ou quanto simplista. Independentes? Vamos por partes.
Primeiro: os candidatos, de onde vieram e para onde irão, o que podem oferecer aos eleitores. Segundo: falemos sobretudo dos eleitores, do que lhes foi oferecido e do que viram nos candidatos alegadamente independentes - essas serão as razões pelas quais votaram nas suas candidaturas.
É uma reflexão que faço aqui, no LL (que gostaria de partilhar consigo). Ali quero apenas exprimir o que penso e provar que Carmona e Roseta não atraíram só nem principalmente os votos da cidadania...
Primeiro: os candidatos, de onde vieram e para onde irão, o que podem oferecer aos eleitores. Segundo: falemos sobretudo dos eleitores, do que lhes foi oferecido e do que viram nos candidatos alegadamente independentes - essas serão as razões pelas quais votaram nas suas candidaturas.
É uma reflexão que faço aqui, no LL (que gostaria de partilhar consigo). Ali quero apenas exprimir o que penso e provar que Carmona e Roseta não atraíram só nem principalmente os votos da cidadania...
Escândalo: recomeçou a empreitada dos candeeiros! Quem autorizou?
Parece mentira mas é verdade:
Em pleno câmbio de vereações na CML, e em plena estação de banhos, a própria CML, de braço dado com a empresa Visabeira, resolveru recomeçar a empreitada de abate e substituição de candeeiros em Alvalade, na Avenida Madrid, que havia sido suspensa, e bem, pela antiga vereação no seguimento de múltiplos protestos de moradores, como estes.
QUEM DEU NOVA LUZ VERDE?
Se tiver sido a Comissão Administrativa em funções, é grave, porque desrespeita uma decisão do anterior executivo sem ter competências para tal.
Se tiver sido a nova vereação por terceiros, é AINDA MAIS GRAVE, porque é sinal que o lóbi da chapa galvanizada se manterá seja com quem for.
Recorde-se que esta empreitada foi suspensa por duas vezes, e por duas vezes retomada, tal a pressão interna dos próprios serviços sobre quem decide, antes que fosse suspensa em definitivo (que afinal não é!)
Esta é uma situação grave que importa desde já denunciar.
ISTO TEM QUE ACABAR!
Parem de fazer das pessoas meros boletins de voto!
---------------------
NOTA: Segundo me acabam de dizer, a empreitada volta a estar suspensa. OBRIGADO!
Em pleno câmbio de vereações na CML, e em plena estação de banhos, a própria CML, de braço dado com a empresa Visabeira, resolveru recomeçar a empreitada de abate e substituição de candeeiros em Alvalade, na Avenida Madrid, que havia sido suspensa, e bem, pela antiga vereação no seguimento de múltiplos protestos de moradores, como estes.
QUEM DEU NOVA LUZ VERDE?
Se tiver sido a Comissão Administrativa em funções, é grave, porque desrespeita uma decisão do anterior executivo sem ter competências para tal.
Se tiver sido a nova vereação por terceiros, é AINDA MAIS GRAVE, porque é sinal que o lóbi da chapa galvanizada se manterá seja com quem for.
Recorde-se que esta empreitada foi suspensa por duas vezes, e por duas vezes retomada, tal a pressão interna dos próprios serviços sobre quem decide, antes que fosse suspensa em definitivo (que afinal não é!)
Esta é uma situação grave que importa desde já denunciar.
ISTO TEM QUE ACABAR!
Parem de fazer das pessoas meros boletins de voto!
---------------------
NOTA: Segundo me acabam de dizer, a empreitada volta a estar suspensa. OBRIGADO!
Esta CML está mal, mas é lá dentro, nos próprios departamentos. O próximo executivo vai ter muito que fazer!!
E isto tudo num pequeno país europeu....
Lisboa: multas de radares vão inundar tribunais
Justiça não tem capacidade de resposta para tantos processos
"Nas primeiras 24 horas de funcionamento, os radares instalados na cidade de Lisboa detectaram 2753 infracções. Se os condutores não pagarem as multas, estes seguem para o tribunal, mas a este ritmo, os tribunais não serão capazes de processar todas as multas, avança o jornal 24 Horas, que cita o presidente do Sindicato dos Funcionários Judicias, Fernando Jorge.
Nem todas chegam ao tribunal, mas nem é preciso, segundo o responsável, bastam 100 a 300 processos enviados por dia pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária para os tribunais, para que no final do mês, o número ultrapasse os três mil. «Um número tão grande seria suficiente para provocar uma ruptura nos tribunais de primeira instância de Lisboa», afirmou Fernando Jorge.
«Como se vai resolver o aumento de carga processual?», questiona. É que além dos condutores que deixam passar os 15 dias de prazo que têm para pagar a multa, há ainda os que decidem recorrer, por discordarem da multa. Assim, o responsável afirma que além do risco de termos tribunais ainda mais sobrecarregados, há a hipótese de grande parte das multas prescrever. "
Justiça não tem capacidade de resposta para tantos processos
"Nas primeiras 24 horas de funcionamento, os radares instalados na cidade de Lisboa detectaram 2753 infracções. Se os condutores não pagarem as multas, estes seguem para o tribunal, mas a este ritmo, os tribunais não serão capazes de processar todas as multas, avança o jornal 24 Horas, que cita o presidente do Sindicato dos Funcionários Judicias, Fernando Jorge.
Nem todas chegam ao tribunal, mas nem é preciso, segundo o responsável, bastam 100 a 300 processos enviados por dia pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária para os tribunais, para que no final do mês, o número ultrapasse os três mil. «Um número tão grande seria suficiente para provocar uma ruptura nos tribunais de primeira instância de Lisboa», afirmou Fernando Jorge.
«Como se vai resolver o aumento de carga processual?», questiona. É que além dos condutores que deixam passar os 15 dias de prazo que têm para pagar a multa, há ainda os que decidem recorrer, por discordarem da multa. Assim, o responsável afirma que além do risco de termos tribunais ainda mais sobrecarregados, há a hipótese de grande parte das multas prescrever. "
(Maria Isabel G)
Lisboetas #10
Vilhena!
Sim, esse mesmo. Não nasceu em Lisboa, este beirão, mas como fez 80 anos no passado dia 7 de Julho, e porque não deve haver lisboeta que não o conheça (quanto mais não seja por causa daquelas apelativas capas, penduradas pelos quiosques de rua, do presente - sobretudo a Gaiola Aberta - e do antigamente - sobretudo a resma de livros de bolso dedicados aos mais variados temas lusitanos, a começar pelo da «Copofonia», de 1960), aqui fica a minha homenagem a essa verdadeira instituição da banda desenhada e da caricatura, ordinária, irreverente, agressiva, crítica e certeira. A brincar, a brincar ...
Caricatura: Os Ridículos, n. 8 (1/10/1974)
quarta-feira, julho 18, 2007
O National Geographic em Lisboa, pela primeira vez!
Não, não foi por causa da entrevista de ontem de Helena Lopes da Costa à SIC-N e das duas vezes em que disse "hetacombe" (será alguma pente com apenas 7 dentes, ou algum resquício das 7 maravilhas?) em vez de hecatombe, mas antes para acompanhar a operação de libertação da manta (att. HLC, não é o agasalho mas antes a raia, não a miúda, mas a graúda e marinha!) do Oceanário, em plenas águas ao largo do Cabo Espichel. Boa sorte, manta, e, já agora, parabéns, por te teres visto livre dos lisboetas!
Sobre os radares
Velocidade máxima registada na Radial de Benfica
Lisboa: radares detectam 4090 infracções em 24 horas de funcionamento
Lisboa: radares detectam 4090 infracções em 24 horas de funcionamento
Os 21 radares a funcionar desde ontem em algumas vias de Lisboa detectaram nas primeiras 24 horas de funcionamento 4090 infracções. A velocidade máxima registada foi de 176 quilómetros/hora na Radial de Benfica.
Os radares registaram uma média de mais de 170 ocorrências por hora no primeiro dia de funcionamento dos radares. (continua)
Os radares registaram uma média de mais de 170 ocorrências por hora no primeiro dia de funcionamento dos radares. (continua)
O presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP) diz não estar "surpreendido" pelas 4090 infracções registadas num dia pelos 21 radares em Lisboa, que diz estarem "colocados arbitrariamente e sem critério".(continua)
Presidente do ACP diz que radares foram colocados «arbitrariamente e sem critério». Carlos Barbosa não está surpreendido com as mais de 4 mil infracções em 24 horas. Vai haver mais polícias para despachar multas (...)
ISABEL G)
"It’s official – there is no longer any such thing as an accident."
It’s official – there is no longer any such thing as an accident.
The word ‘accident’ is to be banned from the new edition of Britain’s Highway Code, which is published by the UK Department of Transport. Instead the words ‘collision’, ‘crash’ or ‘incident’ will be used to describe events that once were known as accidents.
This adoption of new terms for everyday events does not only have linguistic significance. The banning of the A-word is a consequence of a broader cultural outlook which insists that nothing happens accidentally these days and that there is always someone to blame.
(...)
For some time, safety experts and health promotion activists have campaigned against the very idea of an accident. Public health officials will often argue that the injuries people suffer are usually avoidable and thus it is irresponsible to say they were simply caused in an ‘accident’.
Continua: The crusade against the A-word - Frank Furedi
The word ‘accident’ is to be banned from the new edition of Britain’s Highway Code, which is published by the UK Department of Transport. Instead the words ‘collision’, ‘crash’ or ‘incident’ will be used to describe events that once were known as accidents.
This adoption of new terms for everyday events does not only have linguistic significance. The banning of the A-word is a consequence of a broader cultural outlook which insists that nothing happens accidentally these days and that there is always someone to blame.
(...)
For some time, safety experts and health promotion activists have campaigned against the very idea of an accident. Public health officials will often argue that the injuries people suffer are usually avoidable and thus it is irresponsible to say they were simply caused in an ‘accident’.
Continua: The crusade against the A-word - Frank Furedi
(Maria Isabel G)
terça-feira, julho 17, 2007
Já passaram 48h, não passaram?
Então, de que estão à espera para começar a tirar a publicidade do meio dos passeios, dos relvados, das passadeiras, dos candeeiros, dos postes e das árvores de Lisboa?
O PSD na Assembleia Municipal de Lisboa e a governação da CML
Já não o podem esconder mais. Paula Teixeira da Cruz é contestada a vários níveis e Helena Lopes da Costa perfila-se desde já como sua sucessora. PTC, que hoje à noite deixará de ser Presidente da Distrital de Lisboa do PSD, é contestada também - para alguns surpreendentemente - enquanto Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa. Hoje mesmo, dia em que ela preside neste exacto momento a uma (última?) sessão da Assembleia, um grupo de eleitos do PSD naquele órgão expõe essa mesma contestação, publicamente, num blog de fracção. Ali se escreveu: «O PSD não deve ter como Presidente da Assembleia Municipal quem apenas recolheu 15,7% dos votos dos eleitores lisboetas». Esta situação não é nova, não surpreende, não é de agora. Há dois meses, no mesmo sítio, era dito também sobre Paula Teixeira da Cruz que «a actual presidente já não representa a maioria dos laranjinhas da capital. Mudou o vento... E tudo por causa da implosão interna da Câmara Municipal de Lisboa ... A que a Presidente da Distrital e, também, Presidente da Assembleia Municipal não é alheia!».
Mas as desavenças não são de agora. Elas vêm do tempo em que Teixeira da Cruz e Carmona começaram a andar publicamente de candeias às avessas, lá pelos idos de Novembro. A coisa foi tão longe que um dia, numa sessão da AML, a divisão chegou ao ponto de uma determinada moção de apoio a Teixeira da Cruz ter merecido uma declaração de voto da parte de um vintena de eleitos do PSD - alguns dos quais, é certo, vieram depois dar o dito por não dito, «corajosamente» e explicar à imprensa que não era bem aquilo que queriam dizer, que tinham assinado de cruz e sem ter lido o texto da declaração... Algo que pode recordar aqui e aqui.
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Mas as desavenças não são de agora. Elas vêm do tempo em que Teixeira da Cruz e Carmona começaram a andar publicamente de candeias às avessas, lá pelos idos de Novembro. A coisa foi tão longe que um dia, numa sessão da AML, a divisão chegou ao ponto de uma determinada moção de apoio a Teixeira da Cruz ter merecido uma declaração de voto da parte de um vintena de eleitos do PSD - alguns dos quais, é certo, vieram depois dar o dito por não dito, «corajosamente» e explicar à imprensa que não era bem aquilo que queriam dizer, que tinham assinado de cruz e sem ter lido o texto da declaração... Algo que pode recordar aqui e aqui.
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Isso importa hoje?
Sim. E de forma determinante para o futuro da gestão autárquica nos próximos dois anos. Saber-se até onde e que parte do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa pode estar disponível para fazer oposição a António Costa e de que tipo - eis uma reflexão que é urgente fazer. Não se pode esquecer que o PSD detém, no global, a maioria absoluta da AML. E que isso pode condicionar de forma irreversível o conjunto da governação da CML. A menos que uma brecha se abra por aquelas bancadas fora...
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PTC responde
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A visada já deu uma resposta hoje nos corredores da Assembleia Municipal: «A legitimidade política discute-se nos locais políticos, na distrital. Aqui não, o lugar é institucional», argumentou a autarca. E: «Não vamos importar a instabilidade para a Assembleia Municipal», disse (Sol on line).
Onde pára a Casa Daupiás?
Alguém sabe esclarecer porque a Casa Daupiás já não aparece no site do IPPAR como estando em vias de classificação? Algum mau prenúncio?
É que, apesar de na net ainda estar activo o link, a verdade é que também está lá: «Despacho de não classificação camarária de 23-06-2006». Ou seja, mais um «brilhante» acto do Sr.Amaral Lopes, que nem deve saber quem foi Daupiás nem o que aquele chalet e aquele jardim poderiam ser numa verdadeira capital europeia.
A corrigir, portanto. A ver o que a nova casa gasta...
O susto, a realidade e a ficção
Clicar na imagem para a ampliar
Muito se tem falado do descrédito dos partidos e da influência que isso tem no desinteresse dos cidadãos pela política - de que foi um exemplo claro a abstenção de passado domingo, em Lisboa.
Mas a ideia que eu tenho é que a maioria dos políticos não aprende - até porque nem sequer percebe o que (lhes) está a acontecer: vivem de tal modo obcecados pelos seus umbigos, e de tal forma afastados das preocupações do cidadão-comum, que fazem a figura dos labregos desta rábula:
Perante a realidade-real, assustam-se um pouco - sim -, mas, lá no fundo, julgam que é ficção... e não há-de ser nada...
Mas a ideia que eu tenho é que a maioria dos políticos não aprende - até porque nem sequer percebe o que (lhes) está a acontecer: vivem de tal modo obcecados pelos seus umbigos, e de tal forma afastados das preocupações do cidadão-comum, que fazem a figura dos labregos desta rábula:
Perante a realidade-real, assustam-se um pouco - sim -, mas, lá no fundo, julgam que é ficção... e não há-de ser nada...
segunda-feira, julho 16, 2007
Duas curiosidades:
António Costa ganhou a CML com 57.907 dos votos (29,54%), ou seja, com 10% dos actuais eleitores, o que, mesmo descontando os eleitores fantasmas, é muito pouco para tanta festança (será que convidaram a D.Constança?).
Garcia Pereira, com 3.122 votos (1,59%), José Pinto Coelho com 1.501 votos (0,77%), Manuel Monteiro com 1.187 votos (0,61%), Pedro Quartin Graça com 1.052 votos (0,54%) e Gonçalo Câmara Pereira, com 745 votos (0,38%), quedaram-me muito aquém das 4.000 assinaturas exigidas para a formalização das candidaturas. Ou seja, quem assinou não votou ... será essa formalidade um dos aspectos que importa corrigir.
Garcia Pereira, com 3.122 votos (1,59%), José Pinto Coelho com 1.501 votos (0,77%), Manuel Monteiro com 1.187 votos (0,61%), Pedro Quartin Graça com 1.052 votos (0,54%) e Gonçalo Câmara Pereira, com 745 votos (0,38%), quedaram-me muito aquém das 4.000 assinaturas exigidas para a formalização das candidaturas. Ou seja, quem assinou não votou ... será essa formalidade um dos aspectos que importa corrigir.
Factos da noite:
Parabéns a António Costa, o novo Presidente da CML!
Mas, atenção, trata-se de uma vitória amarga, senão envenenada. Por isso, festejar-se (em palanque, com direito a PM, ex-PM, ex-PAR, etc ... onde estiveram na derrota de MMC?) uma vitória de 29,5% face a 62,1% de abstenção, é ignorar-se o facto de, a ter sido em referendo tal vitória teria sido tudo menos vinculativa. Mais contenção, precisa-se, até porque o ridículo mata.
Repulsa: os 17% de CR.
Lanças em África: Helena Roseta e Manuel João Ramos.
Apanhados: os apoiantes «espontâneos» ao Altis.
Verticais: MM, PTC e FN.
Aos papéis: PP (TC, a querer demitir-se de alguma coisa devia demitir-se de deputado na AR, pois foi eleito pelos lisboetas, agora de líder da bancada, importa-se de repetir?).
E agora, coligação com CR? Com CDU? Com BE? Com HR? Com PSD? A primeira, mata. A segunda, repete. A terceira, contagia. A quarta, cede. A quinta, (im)possível.
Não creio que haja coligações, apenas acordos pontuais, resta a saber em quê e envolvendo quem.
Mas, atenção, trata-se de uma vitória amarga, senão envenenada. Por isso, festejar-se (em palanque, com direito a PM, ex-PM, ex-PAR, etc ... onde estiveram na derrota de MMC?) uma vitória de 29,5% face a 62,1% de abstenção, é ignorar-se o facto de, a ter sido em referendo tal vitória teria sido tudo menos vinculativa. Mais contenção, precisa-se, até porque o ridículo mata.
Repulsa: os 17% de CR.
Lanças em África: Helena Roseta e Manuel João Ramos.
Apanhados: os apoiantes «espontâneos» ao Altis.
Verticais: MM, PTC e FN.
Aos papéis: PP (TC, a querer demitir-se de alguma coisa devia demitir-se de deputado na AR, pois foi eleito pelos lisboetas, agora de líder da bancada, importa-se de repetir?).
E agora, coligação com CR? Com CDU? Com BE? Com HR? Com PSD? A primeira, mata. A segunda, repete. A terceira, contagia. A quarta, cede. A quinta, (im)possível.
Não creio que haja coligações, apenas acordos pontuais, resta a saber em quê e envolvendo quem.
Comecemos então pela "limpeza": a porcaria da bicharada
Cumpra-se a lei:
Deliberação n.º 131/AM/95
Alterações ao Edital n.º 112/90
(Regulamento de Resíduos Sólidos da Cidade de Lisboa)
Deliberação n.º 131/AM/95
Alterações ao Edital n.º 112/90
(Regulamento de Resíduos Sólidos da Cidade de Lisboa)
-Considerando que os dejectos de animais constituem uma das principais causas de sujidade da via pública no concelho de Lisboa;
-Considerando que, ao longo dos últimos quinze anos, as medidas tomadas pela Câmara quanto à sensibilização dos proprietários de canídeos para a assunção das suas responsabilidades na remoção dos dejectos produzidos, apresentaram resultados confrangedores;
Artigos 5º a 29º (sem alteração)
Secção IV
Dejectos de animais
Artigo 30º
Os proprietários ou acompanhantes de animais devem proceder à limpeza e remoção imediata dos dejectos produzidos por estes animais na via pública.
Artigo 31º
1 - Na limpeza e remoção dos dejectos de animais devem os mesmos ser devidamente acondicionados de forma hermética, para evitar qualquer insalubridade.
2 - A deposição dos dejectos de animais acondicionados nos termos do número anterior deve ser efectuada nos equipamentos de limpeza existentes na via pública, designadamente sacões e papeleiras.
(...)
4 - A violação ao disposto no artigo 30º e n.º 1 do artigo 31º constitui contra-ordenação punida com coima de 5.000$00 a uma vez o salário mínimo nacional dos trabalhadores da indústria.
5 - A violação ao disposto no artigo 37º constitui contra-ordenação punida com coima uma a dez vezes o salário mínimo nacional dos trabalhadores da indústria e os responsáveis são obrigados a proceder à remoção dos entulhos no prazo máximo de 3 dias. (...)
-Considerando que, ao longo dos últimos quinze anos, as medidas tomadas pela Câmara quanto à sensibilização dos proprietários de canídeos para a assunção das suas responsabilidades na remoção dos dejectos produzidos, apresentaram resultados confrangedores;
Artigos 5º a 29º (sem alteração)
Secção IV
Dejectos de animais
Artigo 30º
Os proprietários ou acompanhantes de animais devem proceder à limpeza e remoção imediata dos dejectos produzidos por estes animais na via pública.
Artigo 31º
1 - Na limpeza e remoção dos dejectos de animais devem os mesmos ser devidamente acondicionados de forma hermética, para evitar qualquer insalubridade.
2 - A deposição dos dejectos de animais acondicionados nos termos do número anterior deve ser efectuada nos equipamentos de limpeza existentes na via pública, designadamente sacões e papeleiras.
(...)
4 - A violação ao disposto no artigo 30º e n.º 1 do artigo 31º constitui contra-ordenação punida com coima de 5.000$00 a uma vez o salário mínimo nacional dos trabalhadores da indústria.
5 - A violação ao disposto no artigo 37º constitui contra-ordenação punida com coima uma a dez vezes o salário mínimo nacional dos trabalhadores da indústria e os responsáveis são obrigados a proceder à remoção dos entulhos no prazo máximo de 3 dias. (...)
(Maria Isabel G)
The day after
I
O dia amanheceu cinzento e chuvoso. Vejo em directo na SIC Notícias, finalmente, o arranque do funcionamento dos radares. Parece um grande feito, quando o Porto já os tem instalados na VCI há um par de anos. Nesta cidade, onde tudo é lento, burocrático e atribulado, será provavelmente um grande feito. Por mim só pecam por tardios. Estou já a esgotar os argumentos face à inércia dos políticos, da polícia, da lentidão da justiça, da irresponsabilidade individual e da impunidade.
Fico a saber que "trinta por cento do valor das coimas cobradas por excesso de velocidade será entregue à Câmara de Lisboa, que suporta a Polícia Municipal, os seus recursos humanos e equipamento, 40 por cento reverte para o Estado, 20 por cento para a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) e 10 por cento para o Governo Civil."
Qual o destino desses 30% que a Câmara vai receber? Vão ser investidos em melhoramentos nas áreas do trânsito e mobilidade? Espero que sim.
II
Na noite da vitória, o novo Presidente da Câmara "enuncia as prioridades deste mandato: desbloquear as 18 empreitadas paralisadas por falta de verba; começar a tirar o tráfego do Terreiro do Paço; reforçar a Polícia Municipal com 150 elementos; elaborar um plano de emergência para a manutenção dos espaços verdes e cemitérios; limpeza geral da cidade; operações de reparação das passadeiras de peões; pagar aos pequenos fornecedores; tolerância zero com o estacionamento ilegal."
A bem da cidade espero que sim.
(Maria Isabel G)
Perguntas aos céus
Passada a compreensível alegria de todos os previsíveis eleitos terem sido eleitos, vamos a factos: o PSD perdeu em relação às autárquicas de 2005, 89 mil votantes, o PS 17 mil, a CDU 13500, o CDS 9500 e o BE quase 9 mil, ao todo cerca de 138 mil. Destes, 52 740 (infiéis!) votaram em Carmona Rodrigues (CR) e Helena Roseta (HR). Sobraram assim 85 mil almas que perderam toda a fé. É muita gente. E, meus amigos, desta vez até os votos nulos e em branco baixaram...
1. Conseguirá uma empresa de sondagens investigar "cientificamente" as razões do comportamento destes não-votantes? (Ao estilo de "Se não votou foi porque, a) "Estava fora de Lisboa"; b) "Porque não"; c) "Falta de tempo, por ficar em frente da TV à espera do Brasil - Argentina que começava às 22 horas"); d) "As forças vivas do Porto desta vez não se meteram na vida de Lisboa e fiquei assim sem saber o
que fazer".
2. Que misteriosa estratégia política terá levado o Dr. Negrão a gastar a maior parte do seu tempo a lembrar aos lisboetas a vital importância que o Governo central tem na resolução dos problemas de fundo de Lisboa?
3. Com este "apoio" do candidato do PSD, porque razão António Costa ficou tão longe da maioria absoluta e teve até menos votos que os independentes CR e HR juntos?
4. Sem o apoio de São Gonçalo e do seu "Plano Verde", o "Zé" teria sido eleito?
5. Nas "matemáticas" do próximo executivo camarário, qual será o mal menor para o PS: a) Coligação com a CDU e BE; b) Coligação com CR; c) Coligação com HR + BE, ou,
d) "Navegação à vista"?
6. E já agora, uma última pergunta (esta ainda mais brejeira): o apoio de São Luís Filipe Vieira terá sido bom ou mau para o novo Santo António de Lisboa?
Luís Coimbra
Independente, apoiante (desapontado) de José Sá Fernandes
1. Conseguirá uma empresa de sondagens investigar "cientificamente" as razões do comportamento destes não-votantes? (Ao estilo de "Se não votou foi porque, a) "Estava fora de Lisboa"; b) "Porque não"; c) "Falta de tempo, por ficar em frente da TV à espera do Brasil - Argentina que começava às 22 horas"); d) "As forças vivas do Porto desta vez não se meteram na vida de Lisboa e fiquei assim sem saber o
que fazer".
2. Que misteriosa estratégia política terá levado o Dr. Negrão a gastar a maior parte do seu tempo a lembrar aos lisboetas a vital importância que o Governo central tem na resolução dos problemas de fundo de Lisboa?
3. Com este "apoio" do candidato do PSD, porque razão António Costa ficou tão longe da maioria absoluta e teve até menos votos que os independentes CR e HR juntos?
4. Sem o apoio de São Gonçalo e do seu "Plano Verde", o "Zé" teria sido eleito?
5. Nas "matemáticas" do próximo executivo camarário, qual será o mal menor para o PS: a) Coligação com a CDU e BE; b) Coligação com CR; c) Coligação com HR + BE, ou,
d) "Navegação à vista"?
6. E já agora, uma última pergunta (esta ainda mais brejeira): o apoio de São Luís Filipe Vieira terá sido bom ou mau para o novo Santo António de Lisboa?
Luís Coimbra
Independente, apoiante (desapontado) de José Sá Fernandes
domingo, julho 15, 2007
Abstenção atingiu valor recorde de 62,61 por cento
António Costa vence eleições com 29,5 por cento dos votos
15.07.2007 - 21h58 PUBLICO.PT
Ainda assim, António Costa consegue uma distância confortável do ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa Carmona Rodrigues, que obteve a confiança de 32.734 eleitores (16,7 por cento), garantindo a eleição de três vereadores.
(...)A menos de dois mil votos de diferença surge a lista do PSD, encabeçada por Fernando Negrão, que obteve 15,7 por cento das preferências. Apesar do terceiro lugar, os sociais-democratas conseguem eleger o mesmo número de vereadores do que Carmona Rodrigues, mas perdem cinco representantes em relação às eleições de 2005.
(...)Confirmando as projecções avançadas após o encerramento das urnas, a candidatura independente liderada por Helena Roseta garantiu dois vereadores no executivo autárquico, o mesmo número conseguido pela CDU. As duas listas ficaram separadas por menos de 1500 votos, mas pela primeira vez em muitos anos, os comunistas perdem a posição de terceira maior força na capital.
O candidato do Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, conseguiu a sua reeleição, com 6,8 por cento dos votos, apesar de ter obtido quase menos nove mil votos do que nas autárquicas de 2005.
De fora do executivo autárquico ficará o CDS-PP, já que a candidatura encabeçada por Telmo Correia não foi além dos 3,7 por cento, contra os 5,9 por cento conseguidos em 2005 por Maria José Nogueira Pinto.
Seguem-se na lista de candidaturas o PCTP-MRPP, com 1,59 por cento dos votos, PNR (0,77), PND (0,61), MPT (0,54) e PPM (0,38).
A grande recordista das eleições deste domingo é a abstenção, já que dos 524.248 eleitores inscritos no concelho de Lisboa, pouco mais de 196 mil foram às urnas, o equivalente a uma participação de 37,39 - o valor mais baixo de sempre em autárquicas. Em 2005, 52,65 por cento dos eleitores inscritos na capital participaram no escrutínio.
António Costa vence eleições com 29,5 por cento dos votos
15.07.2007 - 21h58 PUBLICO.PT
Ainda assim, António Costa consegue uma distância confortável do ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa Carmona Rodrigues, que obteve a confiança de 32.734 eleitores (16,7 por cento), garantindo a eleição de três vereadores.
(...)A menos de dois mil votos de diferença surge a lista do PSD, encabeçada por Fernando Negrão, que obteve 15,7 por cento das preferências. Apesar do terceiro lugar, os sociais-democratas conseguem eleger o mesmo número de vereadores do que Carmona Rodrigues, mas perdem cinco representantes em relação às eleições de 2005.
(...)Confirmando as projecções avançadas após o encerramento das urnas, a candidatura independente liderada por Helena Roseta garantiu dois vereadores no executivo autárquico, o mesmo número conseguido pela CDU. As duas listas ficaram separadas por menos de 1500 votos, mas pela primeira vez em muitos anos, os comunistas perdem a posição de terceira maior força na capital.
O candidato do Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, conseguiu a sua reeleição, com 6,8 por cento dos votos, apesar de ter obtido quase menos nove mil votos do que nas autárquicas de 2005.
De fora do executivo autárquico ficará o CDS-PP, já que a candidatura encabeçada por Telmo Correia não foi além dos 3,7 por cento, contra os 5,9 por cento conseguidos em 2005 por Maria José Nogueira Pinto.
Seguem-se na lista de candidaturas o PCTP-MRPP, com 1,59 por cento dos votos, PNR (0,77), PND (0,61), MPT (0,54) e PPM (0,38).
A grande recordista das eleições deste domingo é a abstenção, já que dos 524.248 eleitores inscritos no concelho de Lisboa, pouco mais de 196 mil foram às urnas, o equivalente a uma participação de 37,39 - o valor mais baixo de sempre em autárquicas. Em 2005, 52,65 por cento dos eleitores inscritos na capital participaram no escrutínio.
(Maria Isabel G)
Outra vez o processo pessoal de Sócrates na Câmara da Covilhã onde é funcionário
A chantagem de Carlos Pinto não é crime?
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Isto que vai ler tem a ver com Lisboa «só» pelo lado de José Sócrates ser Primeiro-Ministro do País todo… E porque a edição impressa do «DN» de sexta-feira noticia uma anunciada chantagem actualíssima.
Depois da ameaça tipo Máfia agora mais uma vez feita por Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã, ao PS, «(...) de duas uma: ou a investigação à CM da Covilhã vai mesmo em frente e é publicitada e ficamos a saber que Sócrates não tem medo nenhum dos tais documentos que sobre a sua licenciatura estarão na CMC e que de vez em quando Pinto já exibe como fantasmas ou como espadas de Dâmocles sobre a cabeça de Sócrates; ou a inspecção pára e não vai em frente - e ficamos a saber que a chantagem resultou e Pinto pode respirar fundo.
Pinto acha que o País virou uma espécie de coutada de marginalidade legal e politicamente aceite.
Mas não.
A chantagem é crime. A sonegação de provas é crime. A confissão pública dos dois crimes de uma vez só é chocante. (…)»
Depois da ameaça tipo Máfia agora mais uma vez feita por Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã, ao PS, «(...) de duas uma: ou a investigação à CM da Covilhã vai mesmo em frente e é publicitada e ficamos a saber que Sócrates não tem medo nenhum dos tais documentos que sobre a sua licenciatura estarão na CMC e que de vez em quando Pinto já exibe como fantasmas ou como espadas de Dâmocles sobre a cabeça de Sócrates; ou a inspecção pára e não vai em frente - e ficamos a saber que a chantagem resultou e Pinto pode respirar fundo.
Pinto acha que o País virou uma espécie de coutada de marginalidade legal e politicamente aceite.
Mas não.
A chantagem é crime. A sonegação de provas é crime. A confissão pública dos dois crimes de uma vez só é chocante. (…)»
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Eis o que apetece dizer a Carlos Pinto: «Fale agora ou cale-se para sempre».
Pode ler a peça toda em LisboaLisboa.
Pode ler a peça toda em LisboaLisboa.
LISBOA
(Tejo)
"Na simplicidade rústica do Piodão, o Rossio liberta-se das suas pombas turísticas, que afinal não voam e só servem para sujar o mosaico, do seu chafariz decorativo, fonte inútil que não lhe mata a sede, dos seus cafés ruidosos, onde não consegue esquecer as misérias; na Avenida da Liberdade, o Piodão despe o surrão, escapa-se da missa dominical, e chega a sentir-se janota e civilizado. O abismo não é, pois, intransponível.
Talvez mesmo que lá no fundo, no fundo da desavença, não haja senão sentimento de culpa comum, a mesma mágoa inconfessada de uma desgraça que atingiu toda a nação, mas que tem na capital o seu estigma indelével. Uma espécie de recalcamento freudiano que espera a sua hora de consciencialização.
Enamorado de si, morreu Narciso à beira de um regato onde se mirava. E as ninfas, compadecidas da sua desgraça, pediram aos deuses que o transformassem numa flor.
Narcisos que fomos também um dia, esperava-nos um destino igual ao do filho de Céfiso. Lisboa é essa flor em que o destino nos transformou; o Tejo, o rio onde nos perdemos a contemplar a própria imagem."
Miguel Torga, sobre Lisboa, em "Portugal".
(publicado no Tomar Partido)
sábado, julho 14, 2007
O QUE É FEITO DO ESPÓLIO?
Em 19 de Setembro de 2006 o Ministério da Cultura e a CML assinaram um Protocolo com vista á aquisição do espólio do fado, uma colecção de Bruce Bastin, recentemente enriquecida com mais 3000 fonogramas descobertos no Brasil. O Protocolo fixava a verba d e aquisição, os prazos de pagamento da srespectivas tranches, tudo claro, direito e transparente. Falhou aos burocratas um pequeno pormenor: o acordo do proprietário. Hoje é um bom dia para perguntar a quem de direito o que é feito do protocolo, da sua execução e do espólio. Permito-me palpitar: está tudo na mesma.
(publicado no Tomar Partido)
"(...) E, no entanto, doze escolhas chegam para traçar um bom caleidoscópio dos imaginários que podem povoar a capital. E, assim, obter uma espécie de "livro de bordo", para roubar a expressão a José Cardoso Pires, esse escritor que foi recriando a sua Lísbia a cada livro, como Cesário Verde o fez em tanto poema.
Há uma Lisboa-memória. Os volumes em livro de Lisboa Desaparecida, de Marina Tavares Dias, ou o Dicionário de História de Lisboa, coordenado por Francisco Santana e Eduardo Sucena, são apenas dois exemplos da vasta bibliografia olissiponense.
E, assim como há uma Lisboa-lendária, a da cidade fundada por Ulisses, esse herói que Homero imortalizou na Odisseia, também há uma Lisboa-ironia, pois escolher A Divina Comédia, de Dante, é assumir que a capital está cheia de Mefistófeles. Podia também falar-se num Lisboa- -olhar estrangeiro, com uma escolha sempre a multiplicar-se.
E há, pelo menos, umas três Lisboas-Amália. A Amália-poema, de Alexandre O'Neill (Gaivota) e de David Mourão-Ferreira (Maria Lisboa); a Amália-melodia (do compositor Alain Oulman); a Amália-popular (Cheira a Lisboa surgiu no teatro de revista e na voz de Anita Guerreiro).
(...)
E a "cidade branca", como a baptizou o realizador suíço Alain Tanner, é também Lisboa-cinema. A preto e branco, capaz de encantar gerações portuguesas, como no filme de Cottinelli Telmo, A Canção de Lisboa. A cores e cheia de sons, para além da música dos Madredeus, como a conhece o mundo cinéfilo que aprecia Wim Wenders, o autor de Lisbon Story.
(...)
Numa cidade tão bem descrita na literatura, de Fernão Lopes a Lobo Antunes, não poderia faltar a Lisboa-romance, de que é exemplo Um Milagre segundo Salomé, de José Rodrigues Miguéis.
E, afinal, quando é que parte para a cidade que até é nome de escritores (Irene Lisboa, Eugénio Lisboa) o avião com a Ingrid Bergman e sem o Humphrey Bogart? A cada um, o seu imaginário. "
Há uma Lisboa-memória. Os volumes em livro de Lisboa Desaparecida, de Marina Tavares Dias, ou o Dicionário de História de Lisboa, coordenado por Francisco Santana e Eduardo Sucena, são apenas dois exemplos da vasta bibliografia olissiponense.
E, assim como há uma Lisboa-lendária, a da cidade fundada por Ulisses, esse herói que Homero imortalizou na Odisseia, também há uma Lisboa-ironia, pois escolher A Divina Comédia, de Dante, é assumir que a capital está cheia de Mefistófeles. Podia também falar-se num Lisboa- -olhar estrangeiro, com uma escolha sempre a multiplicar-se.
E há, pelo menos, umas três Lisboas-Amália. A Amália-poema, de Alexandre O'Neill (Gaivota) e de David Mourão-Ferreira (Maria Lisboa); a Amália-melodia (do compositor Alain Oulman); a Amália-popular (Cheira a Lisboa surgiu no teatro de revista e na voz de Anita Guerreiro).
(...)
E a "cidade branca", como a baptizou o realizador suíço Alain Tanner, é também Lisboa-cinema. A preto e branco, capaz de encantar gerações portuguesas, como no filme de Cottinelli Telmo, A Canção de Lisboa. A cores e cheia de sons, para além da música dos Madredeus, como a conhece o mundo cinéfilo que aprecia Wim Wenders, o autor de Lisbon Story.
(...)
Numa cidade tão bem descrita na literatura, de Fernão Lopes a Lobo Antunes, não poderia faltar a Lisboa-romance, de que é exemplo Um Milagre segundo Salomé, de José Rodrigues Miguéis.
E, afinal, quando é que parte para a cidade que até é nome de escritores (Irene Lisboa, Eugénio Lisboa) o avião com a Ingrid Bergman e sem o Humphrey Bogart? A cada um, o seu imaginário. "
Lisboa-poema, Lisboa-me lodia, Lisboa-cinema -Fernando Madaíl no DN
(Maria Isabel G)
sexta-feira, julho 13, 2007
Os meus 10 passos, sem tropeçar:
1. Agendar para 1ª reunião de executivo a EXTINÇÃO imediata das seguintes empresas municipais: AMARLIS, AMBELIS, LISB, EMARLIS e as 3 Sociedades de Rebilitação Urbana, com subsequente retorno das respectivas competências para a CML.
2. Agendar para 1ª reunião de executivo a aprovação de PEDIDO DE EXPLICAÇÕES AO GOVERNO sobre o ponto de situação relativo ao fecho e à venda de património do Estado (Hospital D.Estefânea, Penitenciária, IPO, Liceu Machado de Castro, Liceu D.João de Castro, Hospital Miguel Bombarda, Hospital dos Capuchos, etc.).
3. Agendar para 1ª reunião de executivo a aprovação de PEDIDO DE LEGISLAÇÃO DO GOVERNO com vista à passagem IMEDIATA dos terrenos da APL para a CML, com excepção dos directamente ligados à actividade portuária.
4. Agendar para 1ª reunião de executivo a SUSPENSÃO DE TODOS OS PROCEDIMENTOS EM ANDAMENTO relativos ao PUALZE e aos Planos de Pormenor da Colina do Atheneu, zona envolvente ao Palácio da Ajuda, pólo universitário de Campolide, Bairros da Liberdade e Boavista, Palacete Ribeiro da Cunha, e empreendimento para a zona da antiga Feira Popular/Entrecampos; com o subsequente pedido de devolução dos projectos enviados à CCDR-LVT.
5. Agendar para 1ª reunião de executivo a aprovação de MOÇÃO DE CENSURA ao Governo pela não efectivação da Autoridade Metropolitana dos Transportes, bem como o não fecho da CRIL e do Eixo N-S nos prazos acordados; com a subsequente exigência de cumprimento dos mesmos.
6. Agendar para 1ª reunião de executivo a ABERTURA de período de discussão pública do chamado Plano da Baixa-Chiado, designadamente os seus modelos institucional e de financiamento. Disponibilizar verbas imediatas para repavimentação, iluminação, limpeza, policiamento.
7. Agendar para 1ª reunião de executivo a aprovação da figura de CONSELHO CONSULTIVO MUNICIPAL com vista à efectiva triagem futura dos projectos urbanísticos que servem e não servem para Lisboa, designadamente em termos de preservação da memória, protecção do património, sistema de vistas, centralidade, cultura de bairro, corredor verde, etc.
8. Agendar para 1ª reunião de executivo a PASSAGEM À PRÁTICA DO REGULAMENTO DE CARGAS E DESCARGAS.
9. Agendar para 1ª reunião de executivo a aprovação de CADERNO DE ENCARGOS para obras de reabilitação imediata para o Capitólio e para o Pavilhão Carlos Lopes, de modo a que a verba resultante do protocolo com o Casino de Lisboa não seja canalizada para outro destino que não o previsto.
10. Agendar para 1ª reunião de executivo a REAPRECIAÇÃO DO PLANO VERDE CONSIGNADO NO PDM, relevando a necessidade extrema de se garantir a preservação do corredor verde, Parque Periférico e logradouros.
2. Agendar para 1ª reunião de executivo a aprovação de PEDIDO DE EXPLICAÇÕES AO GOVERNO sobre o ponto de situação relativo ao fecho e à venda de património do Estado (Hospital D.Estefânea, Penitenciária, IPO, Liceu Machado de Castro, Liceu D.João de Castro, Hospital Miguel Bombarda, Hospital dos Capuchos, etc.).
3. Agendar para 1ª reunião de executivo a aprovação de PEDIDO DE LEGISLAÇÃO DO GOVERNO com vista à passagem IMEDIATA dos terrenos da APL para a CML, com excepção dos directamente ligados à actividade portuária.
4. Agendar para 1ª reunião de executivo a SUSPENSÃO DE TODOS OS PROCEDIMENTOS EM ANDAMENTO relativos ao PUALZE e aos Planos de Pormenor da Colina do Atheneu, zona envolvente ao Palácio da Ajuda, pólo universitário de Campolide, Bairros da Liberdade e Boavista, Palacete Ribeiro da Cunha, e empreendimento para a zona da antiga Feira Popular/Entrecampos; com o subsequente pedido de devolução dos projectos enviados à CCDR-LVT.
5. Agendar para 1ª reunião de executivo a aprovação de MOÇÃO DE CENSURA ao Governo pela não efectivação da Autoridade Metropolitana dos Transportes, bem como o não fecho da CRIL e do Eixo N-S nos prazos acordados; com a subsequente exigência de cumprimento dos mesmos.
6. Agendar para 1ª reunião de executivo a ABERTURA de período de discussão pública do chamado Plano da Baixa-Chiado, designadamente os seus modelos institucional e de financiamento. Disponibilizar verbas imediatas para repavimentação, iluminação, limpeza, policiamento.
7. Agendar para 1ª reunião de executivo a aprovação da figura de CONSELHO CONSULTIVO MUNICIPAL com vista à efectiva triagem futura dos projectos urbanísticos que servem e não servem para Lisboa, designadamente em termos de preservação da memória, protecção do património, sistema de vistas, centralidade, cultura de bairro, corredor verde, etc.
8. Agendar para 1ª reunião de executivo a PASSAGEM À PRÁTICA DO REGULAMENTO DE CARGAS E DESCARGAS.
9. Agendar para 1ª reunião de executivo a aprovação de CADERNO DE ENCARGOS para obras de reabilitação imediata para o Capitólio e para o Pavilhão Carlos Lopes, de modo a que a verba resultante do protocolo com o Casino de Lisboa não seja canalizada para outro destino que não o previsto.
10. Agendar para 1ª reunião de executivo a REAPRECIAÇÃO DO PLANO VERDE CONSIGNADO NO PDM, relevando a necessidade extrema de se garantir a preservação do corredor verde, Parque Periférico e logradouros.
Venha o diabo e escolha
O dr. Fernando Negrão é muito engraçado. Ontem exigiu que Carmona Rodrigues peça desculpa pela forma como exerceu o mandato de dois anos terminado há dois meses. É como se dissesse duas coisas numa só:
1
Diz ele, assim, que o PSD não esteve na CML desde 2005 até Abril de 2007 - o que é uma profundíssima mentira política e um redondo embuste. Esteve, sim. É ver, só para dar um exemplo, o que na CML fez o seu número 5 (da lista que Negrão encabeça, o celebrado e agora escondido Sérgio Lipari Pinto). Mas é ver o que consta que fez Marques Mendes que, dizem, comandava a CML por telefone e por encontros rápidos tipo prostituta do Intendente dos anos 60, dizem, repito.
2
Diz ele assim também que o PSD não esteve na CML entre janeiro de 2002 e Outubro de 2005 - o que é uma tripla maneira de fabricar embustes em série. O PSD esteve na CML e de que maneira! Santana, Helena Lopes da Costa, Eduarda Napoleão à luz do dia e uma miríade de luminárias na sombra cujas pegadas vitais estão bem marcadas na calçada lisboeta da Praça do Município.
.
Não quer isto dizer que sejam um único milímetro menores as responsabilidades de Carmona (vice de Santana, Presidente em substituição e Presidente eleito pelo PSD).
Mas alguém ter o descaramento de vir falar de alto em matéria de pedido de desculpas - é arrojo...
Deve antes esperar-se, isso sim, que, nobremente, alguém do PSD (de outro PSD?) venha um dia pedir desculpa a Lisboa pelos seis anos de manobras lamentáveis e de prejuízos aos milhares de milhões. Lisboa tem muito dinheiro e entra aos milhares em cada dia. Então o que lhe fizeram? Está no bolso de alguém. De muitos alguéns. De amigos de amigos de amigos. Mas não foi útil à população de Lisboa. E são muitos milhares de milhões, não é brincadeira nenhuma. Lisboa tem / tinha solos e património insonhado. Mas foi malbaratdo num ápice. Foi um crime. E foram aprovados loteamentos sem rei nem roque. A amigos e a amigos de amigos. E isso foi um crime sem retorno.
.
Disso tudo, sim, esperamos desculpas públicas e com sentido da honradez política.
E é urgente.
A culpa não pode morrer solteira!
As pragas de Lisboa
(...)
Eu não voto em Lisboa e estarei a milhares de quilómetros da cidade nesse dia, mas – sem querer ser desagradável para o Pedro – acho que essas pragas (que são verdadeiras pragas, sim) só deixarão de ensombrar Lisboa quando as pessoas mudarem realmente. Estacionamento selvagem? Bah. Está para durar(continua)
(Maria Isabel G)
As sete pragas lisboetas
Nesta eleição para a Câmara de Lisboa tem-se falado só do que não interessa aos munícipes. Fala-se do aeroporto da Ota, fala-se do aeroporto de Alcochete, fala-se no currículo de um como governante, fala-se no currículo de outro como opositor ao Governo, fala-se na necessidade de punir Sócrates, fala-se na possibilidade de premiar Sócrates, fala-se nos cartazes de beltrano, fala-se nos cartazes de sicrano.
Como jornalista, interessa-me tudo isto. Como munícipe de Lisboa, nada disto me interessa. Como eleitor, mais interessado na resolução de problemas concretos do que no blablá politico-ideológico, votarei em quem me parecer a pessoa mais indicada para me livrar das sete pragas lisboetas. Que passo a enunciar.
Carros – Estacionados em segunda fila, obstruindo faixas de rodagem e tudo quanto é passeio, obrigam vezes sem conta os transeuntes a circular... no asfalto. É urgente acabar com o estacionamento selvagem.
Lixo – Toneladas de entulho amontoam-se na cidade. Sem remoção eficaz em tempo útil. É urgente pôr fim a tanto lixo.
Ruínas – Milhares de prédios lisboetas ameaçam ruir a qualquer momento. Tornando ainda mais desoladora a paisagem urbana, fazem da reabilitação uma palavra vã. É urgente eliminar esta absurda imagem de uma Lisboa pronta-a-cair.
Pichagens – Alguns chamam-lhes grafitti: eu chamo-lhes poluição visual. É urgente pôr termo a esta estúpida mania de uns quantos meninos que adoram conspurcar paredes.
Descargas – A qualquer hora, frente a qualquer estabelecimento comercial da cidade, estacionam veículos de abastecimento. É urgente estancar esta “inciativa privada”, impondo horários fixos para cargas e descargas que não façam entupir ainda mais o trânsito.
Jardins – A cidade tem alguns jardins, mas quase todos são infrequentáveis. Por terem um aspecto desleixado e deprimente. É urgente pôr um ponto final à desolação dos espaços verdes e torná-los acolhedores.
Esterco – Poder-se-ia apelar ao civismo e ao bom-senso dos lisboetas para pôr fim à caca de pombo e à merda canina em todos os recantos e todos canteiros da cidade. Infelizmente os donos dos bobis que os levam a cagar nos passeios fronteiros a casa não aprendem e as velhinhas que adoram dar milho aos pombos também não. É urgente impor coimas que façam doer. A sério.
Coisas simples, dirão. Coisas demasiado complexas, digo eu. Quero lá saber da Ota. Resolvam-me antes o que mencionei acima e cá estarei para aplaudir.
Publicado também no Corta-Fitas.
Há eleições por uma razão:
Há 12 anos, Jorge Sampaio resolveu candidatar-se a Belém, deixando, como que por cooptação, a CML entregue a João Soares, que nem sequer cá estava. Apesar dos protestos não houve eleições intercalares, e a democracia passou ao lado.
Este ano, o partido que detém o poder resolveu devolver a palavra ao povo a meio do mandato. Motivo: perdeu a confiança que tinha em quem tinha ajudado a eleger. Ou seja, enganou-se e corrigiu o trajecto a meio, antes que Lisboa virasse Felgueiras, Oeiras ou o Marco. Fez bem, e só lhe fica bem, a bem do futuro.
Tem a palavra quem vota em Lisboa.
Estamos, finalmente, no séc.XXI (XX?).
Este ano, o partido que detém o poder resolveu devolver a palavra ao povo a meio do mandato. Motivo: perdeu a confiança que tinha em quem tinha ajudado a eleger. Ou seja, enganou-se e corrigiu o trajecto a meio, antes que Lisboa virasse Felgueiras, Oeiras ou o Marco. Fez bem, e só lhe fica bem, a bem do futuro.
Tem a palavra quem vota em Lisboa.
Estamos, finalmente, no séc.XXI (XX?).
SÍMIOS CITY *
Na passada 2ª feira, depois de finalizado o debate que reunia os candidatos à câmara de Lisboa no Prós e Contras da RTP1, a apresentadora Fátima Campos Ferreira prontificou-se a informar o telespectador de que o debate seria comentado “já a seguir”, na RTP2. Como também achei que José Pinto Coelho e Gonçalo da Câmara Pereira não tiveram tempo para expôr a sua extensa agenda de candidatura, mudei logo de canal. Contudo, dez minutos depois, a RTP2 iniciou um documentário inglês intitulado O Que Nos Torna Humanos?, onde se tentava revelar as semelhanças entre o Homem e o Macaco. Não era bem política mas antropologia - que é afinal de contas a política com evolução. Como dizia o apresentador: “Se tirarem o meu fato e o pêlo ao chimpanzé, poucas diferenças encontrarão”. Fiquei abananado: e a discussão sobre o debate? Depois percebi: a macacada realmente não vai terminar com as eleições intercalares. Por isso, ninguém se ofenderá se eu apresentar a minha lista de promessas “in” para calar Lisboa.
1. Obrigar cada gasolineira da cidade a financiar um café com esplanada em zona requerente. Se não for possível, pelo menos ofereçam uma bica cada vez que o preço dos combustíveis subir.
2. Resolver o problema do Porto de Lisboa e da zona ribeirinha, secando o rio Tejo.
3. Criar um corredor verde gay. Onde? Deixem-me pensar. Já sei, na faixa bus. Retirar de lá os taxistas.
4. Pedir à Bragaparques para voltar a construir o Estádio da Luz – desta vez com parques de estacionamento e sem equipamentos cor-de-rosa.
5. Acabar com as barracas. O meu assessor diz-me que já não há barracas em Lisboa. Óptimo, passemos então aos condomínios de luxo.
6. Fundir a EPUL à EPAL e ao IPPAR não esquecendo o CDUL, a CDU e o LIDL para evitar confusões.
7. Fechar o Bairro Alto com toda a gente lá dentro, incluíndo o Santana Lopes. Deixar sair a Joana Amaral Dias para fazer chichi.
8. Riscar o Intendente e a Meia Laranja do mapa. Obrigar toda a gente a fechar os olhos cada vez que se passa ao pé, e a cantar com as mãos nos ouvidos quando alguém falar de toxicodependência.
9. Legalizar apenas os arrumadores de automóveis capazes de enrolar os cinco cadernos do semanário Expresso para o exercício das suas funções.
10. Passar a Alta de Lisboa para o distrito de Loures.
11. Fazer o túnel das Amoreiras. O meu assessor diz-me que já está feito. Óptimo, então prometo endireitá-lo.
12. Garantir que a velocidade máxima de 50 km/h é respeitada na cidade, inclusivé pelo futuro TGV e os aviões que sobrevoem Campo de Ourique, Sete Rios e Cidade Universitária.
13. Prometo acabar com o vento no Parque das Nações. Como? Construíndo ainda mais prédios.
14. Fazer casting de figuração com as pessoas que queremos ver a habitar a cidade de Lisboa nos próximos 20 anos. Tipo Morangos com Açúcar, mas com mais ucranianos e caboverdianos.
15. Eleger um símio inteligente em vez de mais um humano idiota. Como? Deixem-me pensar.
16. Uma vez eleito, prometo que não haverá mais eleições.
Miguel Somsen
* In Metro
1. Obrigar cada gasolineira da cidade a financiar um café com esplanada em zona requerente. Se não for possível, pelo menos ofereçam uma bica cada vez que o preço dos combustíveis subir.
2. Resolver o problema do Porto de Lisboa e da zona ribeirinha, secando o rio Tejo.
3. Criar um corredor verde gay. Onde? Deixem-me pensar. Já sei, na faixa bus. Retirar de lá os taxistas.
4. Pedir à Bragaparques para voltar a construir o Estádio da Luz – desta vez com parques de estacionamento e sem equipamentos cor-de-rosa.
5. Acabar com as barracas. O meu assessor diz-me que já não há barracas em Lisboa. Óptimo, passemos então aos condomínios de luxo.
6. Fundir a EPUL à EPAL e ao IPPAR não esquecendo o CDUL, a CDU e o LIDL para evitar confusões.
7. Fechar o Bairro Alto com toda a gente lá dentro, incluíndo o Santana Lopes. Deixar sair a Joana Amaral Dias para fazer chichi.
8. Riscar o Intendente e a Meia Laranja do mapa. Obrigar toda a gente a fechar os olhos cada vez que se passa ao pé, e a cantar com as mãos nos ouvidos quando alguém falar de toxicodependência.
9. Legalizar apenas os arrumadores de automóveis capazes de enrolar os cinco cadernos do semanário Expresso para o exercício das suas funções.
10. Passar a Alta de Lisboa para o distrito de Loures.
11. Fazer o túnel das Amoreiras. O meu assessor diz-me que já está feito. Óptimo, então prometo endireitá-lo.
12. Garantir que a velocidade máxima de 50 km/h é respeitada na cidade, inclusivé pelo futuro TGV e os aviões que sobrevoem Campo de Ourique, Sete Rios e Cidade Universitária.
13. Prometo acabar com o vento no Parque das Nações. Como? Construíndo ainda mais prédios.
14. Fazer casting de figuração com as pessoas que queremos ver a habitar a cidade de Lisboa nos próximos 20 anos. Tipo Morangos com Açúcar, mas com mais ucranianos e caboverdianos.
15. Eleger um símio inteligente em vez de mais um humano idiota. Como? Deixem-me pensar.
16. Uma vez eleito, prometo que não haverá mais eleições.
Miguel Somsen
* In Metro
7 pragas para 7 colinas
O Pedro Correia (acima) deixou uma lista das sete pragas lisboetas: Carros, lixo, ruínas, pichagens, descargas, jardins e esterco.
Só para começar e sem mais túneis nem megalomanias, concordo com tudo o que escreveu e acrescentaria:
Só para começar e sem mais túneis nem megalomanias, concordo com tudo o que escreveu e acrescentaria:
-Zonas de acalmia de tráfego junto a escolas e em locais onde fosse necessário;
-Boa sinalética nas entradas e dentro da cidade, tanto de orientação como de informação;
-Separadores, passadeiras, etc. tudo pintado com tinta de boa qualidade (não sei que tinta usam por cá que desaparece num instante);
-Limpeza frequente dos bueiros;
-Avaliação dos túneis urbanos;
-Acabar de vez com a calçada portuguesa em locais onde não é oportuna e mantê-la irrepreensível nos locais turísticos (para mim, um atraso de vida e de cara e dificil manutenção)
-Comunicação entre os cidadãos e a autarquia na denúncia dos problemas do seus bairro/rua, etc. e posterior avaliação e acompanhamento do desempenho dos respectivos serviços.
-Tolerância zero com os infractores (excesso velocidade, pasagem com sinais vermelhos, desrespeito pelas passadeiras, carros em 2ª fila, em cima dos passeios, nas curvas, etc. etc.)
-Regulamentar de uma vez por todas as competências da Polícia Municipal .
Coisas simples, diz o Pedro cheio de razão. Mas não parece. É inconcebível estarmos ainda a discutir estas medidas do mais puro bom senso. Uma tristeza.
(Maria Isabel G)
O MILAGRE DE LISBOA
De repente a corrupção desapareceu. A Bragaparques desapareceu. A sindicância desapareceu. Lisboa passou apenas a ter uma Câmara endividada. Carmona Rodrigues, o rosto da decadência de Lisboa, o rosto da inépcia política, também nunca existiu. Foi o seu espectro que andou por lá. As eleições fizeram milagres.
No domingo os lisboetas vão votar para a Câmara de Lisboa. O mais provável é que as eleições não resolvam os problemas essenciais da cidade. O estado a que chegou a Câmara exige, mais do que mezinhas de mercearia, mais do distribuição de negócios pelos vários interesses que se agrupam em redor de quem cheira a poder, uma ruptura. Há provas que será assim: António Costa já prometeu dar responsabilidades a todos. O que significa que o essencial continuará na mesma. Quando um mero vereador da oposição sem pelouro consegue empregar 11 assessores, como foi o caso de Sá Fernandes, podemos avaliar o que aí vem: mais uma rodada de emprego partidário.
Uma ruptura desde logo política e ideológica, que transcende o arranjo do passeio esburacado, a lavagem das ruas imundas que fazem lembrar os relatos dos séculos de antanho, ou a estatueta a inaugurar num domingo de manhã.
Como é evidente nenhum dos candidatos que ocupam os primeiros lugares das sondagens fará essa ruptura que é tão necessária quanto urgente. Nenhum deles, por exemplo, limpará a Câmara do emprego partidário que suga as depauperadas finanças municipais. Se fossem capazes disso e, sobretudo, se o quisessem já o teriam feito enquanto estiveram na Vereação a viabilizar à vez e em rotatividade as várias votações que nos últimos anos enterraram Lisboa no lodo da suspeita e da estagnação.
Apenas um exemplo: foi preciso que a Nova Democracia fizesse a proposta de extinção de todas as empresas municipais há dois anos para que os partidos do sistema começassem a defender a extinção de algumas. A verdade é que nem uma desapareceu.
Por isso, o voto útil no domingo não é em quem presumivelmente vai ser eleito, uma vez que já se sabe que seja quem for não tocará no essencial, mas em quem pode abanar o sistema de ineficácia e de tráfico de diversas e variadas influencias que enxameiam a Câmara. O leitor imaginará que defendo o voto no Partido da Nova Democracia. Lisboa precisa de uma nova Democracia como de pão para a boca.
No domingo os lisboetas vão votar para a Câmara de Lisboa. O mais provável é que as eleições não resolvam os problemas essenciais da cidade. O estado a que chegou a Câmara exige, mais do que mezinhas de mercearia, mais do distribuição de negócios pelos vários interesses que se agrupam em redor de quem cheira a poder, uma ruptura. Há provas que será assim: António Costa já prometeu dar responsabilidades a todos. O que significa que o essencial continuará na mesma. Quando um mero vereador da oposição sem pelouro consegue empregar 11 assessores, como foi o caso de Sá Fernandes, podemos avaliar o que aí vem: mais uma rodada de emprego partidário.
Uma ruptura desde logo política e ideológica, que transcende o arranjo do passeio esburacado, a lavagem das ruas imundas que fazem lembrar os relatos dos séculos de antanho, ou a estatueta a inaugurar num domingo de manhã.
Como é evidente nenhum dos candidatos que ocupam os primeiros lugares das sondagens fará essa ruptura que é tão necessária quanto urgente. Nenhum deles, por exemplo, limpará a Câmara do emprego partidário que suga as depauperadas finanças municipais. Se fossem capazes disso e, sobretudo, se o quisessem já o teriam feito enquanto estiveram na Vereação a viabilizar à vez e em rotatividade as várias votações que nos últimos anos enterraram Lisboa no lodo da suspeita e da estagnação.
Apenas um exemplo: foi preciso que a Nova Democracia fizesse a proposta de extinção de todas as empresas municipais há dois anos para que os partidos do sistema começassem a defender a extinção de algumas. A verdade é que nem uma desapareceu.
Por isso, o voto útil no domingo não é em quem presumivelmente vai ser eleito, uma vez que já se sabe que seja quem for não tocará no essencial, mas em quem pode abanar o sistema de ineficácia e de tráfico de diversas e variadas influencias que enxameiam a Câmara. O leitor imaginará que defendo o voto no Partido da Nova Democracia. Lisboa precisa de uma nova Democracia como de pão para a boca.
(publicado na edição de hoje do Semanário e no Tomar Partido)
APOLOGIA DA ÉTICA DE RESPONSABILIDADE *
Está a chegar ao fim a (longa) campanha eleitoral para a Câmara de Lisboa. O cansaço dos jornalistas, dos eleitores e dos candidatos é evidente e talvez explique muito do que se passou nos últimos dias. É conhecida a minha posição de apoio a António Costa e é sabido que foi ensaiada esta semana em relação a mim uma tentativa de assassinato de carácter. Fica feito o registo de interesses e o pedido para que ponderem o que vou escrever à luz destes factos.
De um modo que não é inovador, mas que se está a revelar cada dia mais relevante, o escrutínio pelos “media” dos que aceitam desempenhar cargos públicos está entre nós e veio para ficar. É um importante elemento de Cidadania e de participação democrática e pode funcionar como um factor objectivo que limite abusos e ilegalidades, quanto mais não seja porque o medo pode por vezes ser o sucedâneo da ética.
É assim noutros países e também neles é possível afirmar que este tipo de bombardeamento tem efeitos colaterais, o menor do quais não é por certo a dificuldade em encontrar quem esteja disponível para se entregar a causas públicas, por legitimamente não querer, ao mais pequeno pretexto ser arrastado pelas ruas para gáudio da populaça. Mas o maior dos efeitos colaterais é sem dúvida o sucesso de algumas tentativas de injusto assassinato que, mesmo quando sossobram, provocam mágoa e sofrimento por vezes indizíveis.
Apesar disso, apesar de tantos exemplos que poderia trazer á colação, como o que sofreu Francisco Sá Carneiro na campanha ignóbil de que foi vítima sobre pretensas dívidas à banca e sobre as suas opções pessoais sentimentais, que acompanhei de muito perto, apesar disso considero que é um sinal de modernidade e não de arcaísmo este tipo de cultura política.
No entanto, em Portugal faltam alguns elementos essenciais para o adequado funcionamento deste sistema de escrutínio. A começar pela ética de responsabilidade e por um sistema de sanções políticas e morais (para não falar das jurídicas, nos casos mais graves), que pondere e contrabalance a utilidade do sistema de escrutínio. Em sociedades mais evoluídas, a análise por vezes dura aos protagonistas é feita em regra por pessoas e entidades que, elas próprias, se submetem a tal escrutínio, que se consideram responsabilizadas pelos efeitos colaterais e que, por isso, assumem as maiores cautelas antes de utilizar publicamente factos que podem ser de interesse público. O estudo do caso “Watergate” permitirá perceber melhor o que digo.
Uma segunda falha recorrente em Portugal é a fácil e irresponsável passagem da fronteira que separa o facto do comentário sobre o facto. Como dizia um velho amigo meu, são sempre os adjectivos e nunca os substantivos o que ofende. Muitas vezes, vezes de mais, os protagonistas confrontados com factos optam por os apimentar e intensificar com registos que os factos não comportam e, assim, entram por terrenos inadequados perdendo a razão que eventualmente pudessem ter.
Um terceiro problema é uma decorrência do ritmo em regra frenético dos acontecimentos públicos aliada à tendência bem portuguesa de indiferença perante o bom nome e a honra dos outros e ao pouco valor que afinal se dá à ética em Portugal. Somos uns vidrinhos quando se trata de algo que nos atinja e, ao mesmo tempo, gozamos lubricamente com acusações feitas aos outros. É por isso que nunca se consegue ver corrigido realmente o que de errado foi publicado, até porque o público que lambera os lábios glutões perante a denúncia é o mesmo que nunca lê a correcção do erro.
Numa palavra, um sistema de escrutínio dos protagonistas típico de sociedades evoluídas exige ... sociedades evoluídas. Sem uma cultura cívica disseminada, sem uma ética de responsabilidade vivida, sem um sentido de respeito pelos outros, sem ponderação e equilíbrio, sem sanções para os prevaricadores, numa sociedade que continua – como no tempo de Camões – a ter a inveja como energia vital, o sistema de escrutínio funciona mal.
Veja-se a título de exemplo o que se passou em relação ao Arquitecto Manuel Salgado. Até se ter candidatado, era incensado por todas as áreas políticas e todos os comentadores e não se podia ler uma crítica ou uma censura (que não fosse a resposta ressabiada de um candidato há anos) à sua capacidade técnica e ao seu rigor. Candidatou-se a 6 anos de serviço público e vai ter de viver com níveis de rendimento muitissimo inferiores ao que usufruiu até agora. Vendeu a posição que tinha no seu atelier de arquitectura. Assumiu o compromisso de que esse atelier não aceitaria trabalho em Lisboa, o que – com todo o respeito – não é o mesmo que por exemplo assumir isso em relação a Freixo de Espada à Cinta. Fez isto num País habitado por conflitos de interesse, por favorecimentos, por combinações lesivas do interesse geral, que passam não noticiadas. Num acto de Cidadania resolveu dar à Cidade o seu “konw how” com sacrifícios financeiros elevados.
O Dr. Marques Mendes – numa estratégia de óbvio desespero – insinuou que Salgado vai para a Câmara para beneficiar com especulação imobiliária em relação ao Aeroporto da Portela (apesar dele não ser desactivável em menos de 10 a 12 anos!). A acusação mereceu parangonas. Revelou-se falsa e injusta, foi precipitada, difamatória. Marques Mendes não apresentou provas, tentou desviar o assunto, confirmou implicitamente que mentira e não pediu desculpas. No dia seguinte o tema já era outro, era este articulista, numa aparente estratégia de todos os dias se inventar um caso, sabiamente plantado nos “media”. E já ninguém estava disponível para prestar atenção à confirmação de que o líder do PSD falhara e lançara pazadas de lama que não eram merecidas.
Que fazer? Acabar com o escrutínio? Não. Pelo contrário. O que é essencial é apelar cada dia mais para uma ética de responsabilidade e para o aprofundamento de uma Cultura de Cidadania. Assim, quem sabe, talvez um dia Portugal venha a mudar.
José Miguel Júdice
* In Público
De um modo que não é inovador, mas que se está a revelar cada dia mais relevante, o escrutínio pelos “media” dos que aceitam desempenhar cargos públicos está entre nós e veio para ficar. É um importante elemento de Cidadania e de participação democrática e pode funcionar como um factor objectivo que limite abusos e ilegalidades, quanto mais não seja porque o medo pode por vezes ser o sucedâneo da ética.
É assim noutros países e também neles é possível afirmar que este tipo de bombardeamento tem efeitos colaterais, o menor do quais não é por certo a dificuldade em encontrar quem esteja disponível para se entregar a causas públicas, por legitimamente não querer, ao mais pequeno pretexto ser arrastado pelas ruas para gáudio da populaça. Mas o maior dos efeitos colaterais é sem dúvida o sucesso de algumas tentativas de injusto assassinato que, mesmo quando sossobram, provocam mágoa e sofrimento por vezes indizíveis.
Apesar disso, apesar de tantos exemplos que poderia trazer á colação, como o que sofreu Francisco Sá Carneiro na campanha ignóbil de que foi vítima sobre pretensas dívidas à banca e sobre as suas opções pessoais sentimentais, que acompanhei de muito perto, apesar disso considero que é um sinal de modernidade e não de arcaísmo este tipo de cultura política.
No entanto, em Portugal faltam alguns elementos essenciais para o adequado funcionamento deste sistema de escrutínio. A começar pela ética de responsabilidade e por um sistema de sanções políticas e morais (para não falar das jurídicas, nos casos mais graves), que pondere e contrabalance a utilidade do sistema de escrutínio. Em sociedades mais evoluídas, a análise por vezes dura aos protagonistas é feita em regra por pessoas e entidades que, elas próprias, se submetem a tal escrutínio, que se consideram responsabilizadas pelos efeitos colaterais e que, por isso, assumem as maiores cautelas antes de utilizar publicamente factos que podem ser de interesse público. O estudo do caso “Watergate” permitirá perceber melhor o que digo.
Uma segunda falha recorrente em Portugal é a fácil e irresponsável passagem da fronteira que separa o facto do comentário sobre o facto. Como dizia um velho amigo meu, são sempre os adjectivos e nunca os substantivos o que ofende. Muitas vezes, vezes de mais, os protagonistas confrontados com factos optam por os apimentar e intensificar com registos que os factos não comportam e, assim, entram por terrenos inadequados perdendo a razão que eventualmente pudessem ter.
Um terceiro problema é uma decorrência do ritmo em regra frenético dos acontecimentos públicos aliada à tendência bem portuguesa de indiferença perante o bom nome e a honra dos outros e ao pouco valor que afinal se dá à ética em Portugal. Somos uns vidrinhos quando se trata de algo que nos atinja e, ao mesmo tempo, gozamos lubricamente com acusações feitas aos outros. É por isso que nunca se consegue ver corrigido realmente o que de errado foi publicado, até porque o público que lambera os lábios glutões perante a denúncia é o mesmo que nunca lê a correcção do erro.
Numa palavra, um sistema de escrutínio dos protagonistas típico de sociedades evoluídas exige ... sociedades evoluídas. Sem uma cultura cívica disseminada, sem uma ética de responsabilidade vivida, sem um sentido de respeito pelos outros, sem ponderação e equilíbrio, sem sanções para os prevaricadores, numa sociedade que continua – como no tempo de Camões – a ter a inveja como energia vital, o sistema de escrutínio funciona mal.
Veja-se a título de exemplo o que se passou em relação ao Arquitecto Manuel Salgado. Até se ter candidatado, era incensado por todas as áreas políticas e todos os comentadores e não se podia ler uma crítica ou uma censura (que não fosse a resposta ressabiada de um candidato há anos) à sua capacidade técnica e ao seu rigor. Candidatou-se a 6 anos de serviço público e vai ter de viver com níveis de rendimento muitissimo inferiores ao que usufruiu até agora. Vendeu a posição que tinha no seu atelier de arquitectura. Assumiu o compromisso de que esse atelier não aceitaria trabalho em Lisboa, o que – com todo o respeito – não é o mesmo que por exemplo assumir isso em relação a Freixo de Espada à Cinta. Fez isto num País habitado por conflitos de interesse, por favorecimentos, por combinações lesivas do interesse geral, que passam não noticiadas. Num acto de Cidadania resolveu dar à Cidade o seu “konw how” com sacrifícios financeiros elevados.
O Dr. Marques Mendes – numa estratégia de óbvio desespero – insinuou que Salgado vai para a Câmara para beneficiar com especulação imobiliária em relação ao Aeroporto da Portela (apesar dele não ser desactivável em menos de 10 a 12 anos!). A acusação mereceu parangonas. Revelou-se falsa e injusta, foi precipitada, difamatória. Marques Mendes não apresentou provas, tentou desviar o assunto, confirmou implicitamente que mentira e não pediu desculpas. No dia seguinte o tema já era outro, era este articulista, numa aparente estratégia de todos os dias se inventar um caso, sabiamente plantado nos “media”. E já ninguém estava disponível para prestar atenção à confirmação de que o líder do PSD falhara e lançara pazadas de lama que não eram merecidas.
Que fazer? Acabar com o escrutínio? Não. Pelo contrário. O que é essencial é apelar cada dia mais para uma ética de responsabilidade e para o aprofundamento de uma Cultura de Cidadania. Assim, quem sabe, talvez um dia Portugal venha a mudar.
José Miguel Júdice
* In Público
quinta-feira, julho 12, 2007
Casos em fim de campanha em Lisboa
A campanha termina no meio de casos. É como uma cereja no cimo do bolo, esta coisa dos «casos». De alguns ninguém escreveu até hoje. Não são valorizados ou não se lhes dá importância. Por exemplo: Lipari desapareceu dos écrãs. Estava sempre a assomar-se por trás de Negrão, lembram-se? Depois dos vários escândalos com a Gebalis (Negrão que vai a uma festa da empresa, Toy que era para ir a um espectáculo da mesma etc. - eu sei, calma: são casos diferentes de duas facções diferentes do PSD - mas era inevitável que falar de um arrastava que se falasse do outro... e quanto mais Lipari aparecesse, pior...).
Segundo caso quase despercebido: uma candidata de Costa esconde que está ligada a determinada empresa, falsificando o currículo por omissão. Não é normal. Mal se deu por isso.
Mais dois casos na lista de Costa: Salgado (aeroporto: opinião diferente da de Costa) e Júdice (zona portuária: silêncio estranho na altura da sua apresentação como mandatário).
.
Carmona vir dizer que a CML tem estado sem orientação ou que é preciso fazer depressa a revisão do PDM (como se ele tivesse chegado agora e como se isso não fosse exactamente o que os outros lhe deviam dizer a ele)... não devia constituir também um caso - mais um caso desta campanha?
Finalmente, as peripécias em torno da Bragaparques: por um lado, vai a julgamento; por outro, vai pedir nulidade do processo; por fim, diz que vai acusar os Sá Fernandes de uma série de coisas.
Barbadinho(s)
Enquanto António Costa jura amar os logradouros (e eu não duvido nem um minuto disso), no empreendimento que o atelier do seu nº 2 projectou ao lado da Igreja de Nossa Senhora da Porciúncula (IIP), do Convento dos Barbardinhos, parece que logradouro é coisa a que se deu sumiço.
Fotos: Atelier Risco
"Estado deve milhões de euros a Lisboa "
"O Estado tem contas antigas por saldar com a câmara de Lisboa que podem atingir centenas de milhões de euros, resultantes da ausência de compensação financeira pelos terrenos do aeroporto, das expropriações da Ponte 25 de Abril ou até do antigo matadouro. O reconhecimento das dívidas por parte da Administração Central bastaria para alterar a complicada situação financeira de Lisboa, em matéria de recurso ao crédito.
A Câmara é credora do Estado também pela:
-utilização de infra-estruturas do subsolo pelos edifícios da administração
-falta de pagamento de rendas e taxas.
-a Carris, o Metro, a TAP ou a ANA com processos em tribunal há vários anos
- terrenos cedidos como o do Centro Cultural de Belém, do Centro de Saúde de Sete Rios, até do projectado e nunca feito Centro Cívico dos Olivais, de escolas e esquadras sem que a autarquia recebesse qualquer compensação financeira.
- dívida do ex-Fundo Fomento de Habitação, avaliada em 1989 em um milhão de euros (200 mil contos) nunca foi liquidada.
- não retira vantagens com a chegada de mercadorias ao porto [Feist]
- O Estado, enquanto inquilino da câmara, recorda Feist, "não paga rendas, não recupera edifícios e não paga IMI."
- o Governo "utiliza as infra-estruturas da cidade, esgotos, água, luz e comunicações, sem pagar nada."
-As taxas de direitos de passagem devidas pelas operadoras de comunicações nunca foram recebidas.
- pela exploração das condutas do subsolo".
O último inventário do deve&haver entre a Administração Central e a câmara foi feito em 1989 por Pedro Feist, então vereador das Finanças. Depois de reivindicar a transferência de 15 milhões de euros (cinco milhões contos) do Estado e ainda (...) recebeu um despacho do ministro Miguel Cadilhe, nomeando o secretário de Estado do Orçamento para acertar as contas. "O ministro", lembra Feist, "deu instruções para que se houvesse dívida esta fosse regularizada". Volvidos 18 anos, o município nunca inscreveu no Orçamento qualquer crédito do Estado.(...)"
A Câmara é credora do Estado também pela:
-utilização de infra-estruturas do subsolo pelos edifícios da administração
-falta de pagamento de rendas e taxas.
-a Carris, o Metro, a TAP ou a ANA com processos em tribunal há vários anos
- terrenos cedidos como o do Centro Cultural de Belém, do Centro de Saúde de Sete Rios, até do projectado e nunca feito Centro Cívico dos Olivais, de escolas e esquadras sem que a autarquia recebesse qualquer compensação financeira.
- dívida do ex-Fundo Fomento de Habitação, avaliada em 1989 em um milhão de euros (200 mil contos) nunca foi liquidada.
- não retira vantagens com a chegada de mercadorias ao porto [Feist]
- O Estado, enquanto inquilino da câmara, recorda Feist, "não paga rendas, não recupera edifícios e não paga IMI."
- o Governo "utiliza as infra-estruturas da cidade, esgotos, água, luz e comunicações, sem pagar nada."
-As taxas de direitos de passagem devidas pelas operadoras de comunicações nunca foram recebidas.
- pela exploração das condutas do subsolo".
O último inventário do deve&haver entre a Administração Central e a câmara foi feito em 1989 por Pedro Feist, então vereador das Finanças. Depois de reivindicar a transferência de 15 milhões de euros (cinco milhões contos) do Estado e ainda (...) recebeu um despacho do ministro Miguel Cadilhe, nomeando o secretário de Estado do Orçamento para acertar as contas. "O ministro", lembra Feist, "deu instruções para que se houvesse dívida esta fosse regularizada". Volvidos 18 anos, o município nunca inscreveu no Orçamento qualquer crédito do Estado.(...)"
(Maria Isabel G)
quarta-feira, julho 11, 2007
Ainda não foi desta!
Acabadinho de "replantar", eis que já lá estava hoje de manhã uma equipa de um empreiteiro, de picareta na mão, a picar, picar, picar ... a calçada em redor do coitado do candeeiro. A ver vamos no que dá ...
TEXTO CORRIGIDO
Notas:
TEXTO CORRIGIDO
Notas:
1. Foi tudo tapado, num abrir e fechar de olhos. Mistério, a razão da picareta.
2: Na placa verde central, à saída do viaduto, tombada sobre um arbusto, a placa não anuncia nada de bom; "ERA. Vende-se. Tlm: ..."
Lisboa a votos: a frente ribeirinha
(...)
Entre outras coisas, vai ser preciso reduzir (e bem) as competências próprias da Administração do Porto de Lisboa. Até aqui, nada contra. Em si mesmo, o projecto é louvável. Mas numa cidade que está a cair aos bocados, cada vez mais suja — por causa das obras do metro, a zona envolvente do Saldanha parece Ramallah em dia de intifada, como se não houvesse procedimentos para obviar à inevitabilidade das obras —, com cada vez mais carros, esta preocupação com a “frente do Tejo” é uma falsa questão. A frente ribeirinha recuperada, vulgo Docas, está toda pensada para automobilistas. Um turista que ande a pé pela Avenida da Índia e chegue à bifurcação da Rua de Cascais (a Rua de Cascais é a que engata com a João de Oliveira Miguens, que liga à Avenida de Ceuta a partir da Praça General Domingos Oliveira), faz o quê? Arrisca ser atropelado? Vai a pé por viadutos reservados a automóveis? Descobre por mero acaso a passagem subterrânea de acesso à estação de comboios de Alcântara, dispondo-se a uma gincana entre poças de urina? De que é que serve uma frente ribeirinha se ela impõe o uso do carro? Era este tipo de questões que gostava de ver discutidas pelo candidatos à Câmara de Lisboa. Mas nenhum dá um pio.
(Maria Isabel G)
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