No alto da Alameda Universitária, encontra-se edificado o glorioso símbolo do urbanismo lisboeta, um dos mais importantes marcos do progresso da cidade, o parque de estacionamento (what else?), construído para ajeitar outro importante símbolo civilizacional e da modernidade, o automóvel.
Porque para quem anda a pé e quanto a passeios laterais em ambos os sentidos, estamos conversados e o algodão não engana. O estacionamento selvagem ao longo das vias, o pó no Verão e a lama no Inverno são os ex-libris de uma zona de pedonal que compete em grande estilo com uma picada africana. E as associações de estudantes? E essa coisa da cidadania, a mobilidade, e tal? Pois é... Em bom rigor, é o panorama que se verifica nas áreas envolventes de várias faculdades em Lisboa, salvas in extremis pelo melhor amigo do peão, o pilarete. Não sei se as (raras) árvores serão poupadas. O estacionamento em altura pode ser sempre uma boa alternativa.
Alguém que deite a mão àquilo, faça passeios decentes, que está uma lástima. Mas que não leve sandálias.
Alguém que deite a mão àquilo, faça passeios decentes, que está uma lástima. Mas que não leve sandálias.
(Isabel Goulão)
3 comentários:
Não podia concordar mais.
Ainda hoje tenho arrepios quando me lembro que a Praça do Comércio já foi um parque de estacionamento
Uma cidade que cresceu (selvativamente, quase sempre), ignorando (sistematicamente) o automóvel.
Ignorando-o, mas, muito comodamente (deveria escrever "criminosamente"), não cuidando de criar de forma atempada e bastante, alternativas ao automóvel.
Resta a alternativa do automóvel e a culpa - pois claro! - do automóvel.
Esse parque está onde está há muito. Por lá estacionei o carro - tremenda ousadia, constato agora - nos cinco anos que por lá andei. Sempre fiz tudo o que pude para evitar estacionar de forma menos legal. Nem sempre o consegui.
Mas não me dói a consciência (ainda que lamente a inegável indignidade do estado de tudo aquilo; só um imbecil o não faria) por o ter feito. Essa deverá, deveria, doer a quem criou aquela "cidade universitária". A quem, por exemplo - logo ali ao lado - construiu uma Faculdade de Ciências com um parque de estacionamento que seria anedótico se não fosse insultuoso. E o mesmo se diga do que se passa em Psicologia.
Costa
CAro leitor Costa
Penso que não terá percebido o meu post:
o que critico principalmente na Alameda Universitária é a inexistência de passeios. Nem toda a gente usa transportes públicos ou privados.
Mas tente subir e descer a alameda usando os terrenos de terra batida que fazem de passeios. Depois falamos.
ISABEL
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