Máquina de voto electrónico no Brasil
Já há muitos anos que qualquer português que tenha acesso à Internet ou ao Multibanco pode, em Caminha, transferir para Vila Real de Santo António o dinheiro que lhe apetecer, não lhe passando pela cabeça que ele possa ir parar a outras mãos que não as do destinatário.
No entanto, no próximo domingo, milhares de portugueses vão ter de percorrer grandes distâncias (a mim e à minha família mais próxima calha um total de mais de 2000 km!) para votar em Lisboa; e isso porque "alguém", em Portugal, mandou para o lixo todo o trabalho que já havia sido feito pela UMIC no sentido de levar o nosso país a emparceirar com os que, por esse mundo fora, já usam o voto electrónico há muitos anos.
No entanto, no próximo domingo, milhares de portugueses vão ter de percorrer grandes distâncias (a mim e à minha família mais próxima calha um total de mais de 2000 km!) para votar em Lisboa; e isso porque "alguém", em Portugal, mandou para o lixo todo o trabalho que já havia sido feito pela UMIC no sentido de levar o nosso país a emparceirar com os que, por esse mundo fora, já usam o voto electrónico há muitos anos.
*
Mas o mais irritante é ouvir uma boa parte da classe política a dizer que o voto, no essencial, será para aprovar ou reprovar a acção do Governo!
_
NOTA: Aos que ainda acreditam no mito da superior segurança do voto em papel (e já que falamos de eleições em Lisboa), sugere-se a leitura do livro «Eleições Viciadas? O Frágil Destino dos Votos. Autárquicas de 2001 em Lisboa», de João Ramos de Almeida.
4 comentários:
Uma boa parte das discussões em torno do voto electrónico é "temperada" por um fenómeno bem conhecido (mas nunca reconhecido abertamente pelos afectados):
Quando há dificuldades de voto, a esquerda beneficia sempre, na medida em que os seus apoiantes são, regra-geral e historicamente falando, mais militantes - um fenómeno que é particularmente visível nos países em que o voto é obrigatório.
No caso de Lisboa, com uma eleição em pleno Verão, vai suceder o mesmo: será preciso que haja muita militância para que alguém se desloque centenas de km para votar.
Inversamente, a possibilidade do tele-voto (que mais cedo ou mais tarde vamos ter) favoreceria a direita.
Neste momento o problema não se põe. Mas será uma questão que nos vai bater à porta dentro de alguns anos.
Apoiadíssimo.
Então numa época de férias, eese tipo de votação sera utilíssimo.
Enfim, o Simplex não serve para estas coisas.
À cerca do comentário do livro de João Ramos de Almeida, Eleições viciadas?, convirá ler o último capítulo em que o autor deixa um rol de críticas à adopção do voto electrónico, como meio não controlado pelas entidades publicas capaz de propocionar ainda maiores erros ou adulterações. Com essa tecnologia custa tanto enganar com um voto como mil.. Pensem nisso...
O problema do voto electrónico pode ser visto a curto, médio ou longo prazo.
Edison dizia que a única invenção que não conseguiu vender foi, precisamente, uma máquina de contar votos. Mas isso foi no século XIX.
Alguém pensa que, daqui a 50 anos, ainda se vai ter de viajar centenas ou milhares de quilómetros para votar?
-
O que mais irrita neste caso é que todo o trabalho feito pela UMIC foi direito para o lixo assim que o governo mudou, pois o seu director (o Eng. Diogo Vasconcelos) era do PSD.
Enviar um comentário