sexta-feira, julho 11, 2008

Ministério da Educação cancelou concurso para recuperar salão nobre do conservatório ":



"Ministério da Educação cancelou concurso para recuperar salão nobre do conservatório ":
Más notícias para o meu amigo Paulo Ferrero, entusiasta e dinamizador da Petição "
Alguém acuda ao Salão Nobre do Conservatório!»

11.07.2008, Luís Filipe Sebastião -PÚBLICO:
Ministério da Cultura respondeu a deputada que desconhece os motivos por que a empreitada não se executou no Convento dos Caetanos


O salão nobre da Escola de Música do Conservatório Nacional, em Lisboa, devia ter sido recuperado através de um concurso público aberto em 2005 pela Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL), mas as obras não saíram do papel. A deputada Luísa Mesquita questionou os ministérios da Cultura e da Educação, mas ainda não conseguiu resposta acerca dos motivos que levaram ao cancelamento do concurso.
Luísa Mesquita questionou, em Abril, o Ministério da Cultura sobre que razões para que tenha sido cancelado o concurso, lançado em Dezembro de 2005, para recuperar o salão nobre do Conservatório. No requerimento endereçado através do presidente da Assembleia da República, a parlamentar pergunta ainda "que medidas pretende o Governo tomar para impedir este crime de degradação do património, lesivo da identidade nacional?"
Luísa Mesquita fundamenta as suas questões no facto da "história arquitectónica e cultural" do espaço remontar a 1881, através de um percurso consolidado pelo arquitecto Eugénio Cotrim (autor do projecto), o pintor José Malhoa (que decorou o tecto) e os músicos/compositores Luís Freitas Branco e Vianna da Motta (de entre os que por ali passaram). As obras de remodelação nos anos 40 do século passado ampliaram as condições de funcionamento do espaço cultural, cuja acústica tem sido reconhecida por reputados artistas nacionais e internacionais.
"Hoje, este equipamento cultural está de tal forma degradado que a ausência de medidas urgentes porá em risco a sua sobrevivência", sublinha a deputada eleita pelo PCP, mas que, entretanto, assumiu o estatuto de independente. A intervenção de Luísa Mesquita decorreu na sequência de uma petição entregue no Parlamento, subscrita por 5043 cidadãos, apelando à recuperação do salão nobre do conservatório nacional.
O gabinete do ministro da Cultura esclareceu, em Junho, que o concurso público foi aberto pela DREL e que este departamento do Ministério da Educação estará "habilitado a informar dos motivos pelos quais não foi executada a empreitada na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa e das medidas que pretende tomar, sem prejuízo do eventual apoio técnico que vier a ser solicitado" ao ministério de José António Pinto Ribeiro.
Perante esta resposta, Luísa Mesquita reendereçou, em Junho, as questões ao Ministério da Educação, aguardando ainda por resposta. Um assessor da ministra Maria de Lurdes Rodrigues disse ontem apenas que a recuperação no conservatório está integrado no programa de modernização do parque escolar, mas que desconhecia as razões para o concurso ter sido cancelado.
O concurso lançado pela DREL para a "recuperação do salão nobre, reparação da galeria de público da esquerda, remodelação do palco, subpalco, salas de apoio e cobertura", pelo valor base de 921.980 euros (mais IVA), terá chegado à fase do recebimento de propostas, mas não foi anunciado o vencedor. O vice-presidente do conservatório, Jorge Machado, recorda-se que foi anunciada uma lista de concorrentes, mas a instituição "nunca teve conhecimento dos motivos para o seu cancelamento". Uma proposta do vereador Fernando Negrão (PSD) para que a câmara intime o Estado a recuperar o salão nobre foi adiada anteontem devido à sua ausência no Parlamento. "
(ISABEL G)

3 comentários:

Ricardo disse...

Se no espaço ocupado pelo Conservatório estivesse instalado um Ministério, há muito que o edifício estaria recuperado e, quem sabe, não teria também caído após a recuperação. Talvez a solução para os edifícios em decadência passasse por instalar lá, rotativamente, ministérios, que os recuperariam, e instalar-se-ia o conservatório em espaços públicos já recuperados anteriormente. Assim, os alunos pagariam as propinas no palácio Foz em Junho e iniciariam as aulas em Setembro no palácio das Galveias, por exemplo.

Arq. Luís Marques da silva disse...

Pois mas há 200.000.000 € para fazer um novo museu dos coches... Mas, para a recuperação do salão nobre do Conservatório Nacional, para a conclusão da fachada Poente do Palácio da Ajuda, bem como a recuperação de outros monumentos e edifícios de indubitável valor histórico, que estão a cair de pôdres, já não há verbas...
Triste e pobre país onde as obras feitas, são as de fachada e quando se prestam ao mediatismo ridículo das grandes inaugurações...

Anónimo disse...

Como isso não dá votos, deixamos primeiro cair e depois recuperamos com a ajuda de Bruxelas. O país socretino no seu pior...