sexta-feira, março 09, 2007

Deixem de destruir Lisboa! S.F.F.!


O caso da empreitada de substituição (destruição) dos candeeiros anos 40 da Avenida de Madrid (foto acima) está a tornar-se esquisito de dia para dia, à medida que se puxa o fio à meada. Ontem ficou-se a saber que:

1. A empreitada envolve não só aquela avenida com toda a freguesia de São João de Deus (Av.Pe.Manuel da Nóbrega, R.Victor Hugo, Av.São João de Deus), pelo que a ir em frente, esta empreitada significará a destruição do mobiliário urbano da época desta freguesia, para dar lugar a objectos de qualidade inferior (ver foto abaixo).

2. A empresa envolvida na empreitada é a Visabeira.

3. A empresa que fabricou os candeeiros antigos, a CAVAN, existe, está de boa saúde e, inclusive, mantém-se a trabalhar com a CML e sempre fez a manutenção dos candeeiros da zona, pelo que começa a ser estranho perceber-se porque razão se embirrou com aquela zona ao ponto de se querer destruir algo que é genuíno e característico da zona, toda ela dos anos 40.

4. A Junta de São João de Deus já se envolveu oficialmente no assunto, tendo enviado uma série de protestos ao Sr. Vereador Aantónio Prôa, no sentido de pedir explicações sobre um assunto que lhe diz directamente respeito mas sobre o qual não foi ouvida.

5. Os moradores voltaram a pedir uma reunião a António Prôa, sem contudo obterem qualquer resposta.

DEIXEM DE DESTRUIR LISBOA!

10 comentários:

Anónimo disse...

Ao Proa? Hum...

Deviam ter mandado isso ao Popa, que Lisboa está a andar à ré.

Paulo Ferrero disse...

Últimas: OBRAS FORAM SUSPENSAS!

Carlos Medina Ribeiro disse...

"Obras foram suspensas"?

Então, mais uma vez se confirma que

«Os gestores portugueses são muito bons a resolver os problemas que eles próprios criam» - como consta num famoso relatório internacional a propósito da competitividade nacional.

Anónimo disse...

Quando há vontade, há soluções! Criou-se um problema onde não existia problema. E onde existia um problema, não se pensou na sua resolução. Problema 1: Não houve consulta de moradores, nem da Junta de Freguesia; Problema 2: não houve considerações de ordem histórica e patrimonial; Problema 3: tomou-se apenas um partido técnico elementar e simplista;
Problema 4: não se ponderou a actualização e reparação dos candeeiros, como já foi feito noutros locais com mobiliário idêntico.
Felizmente a razão parece ter vindo ao de cima. Aplausos! Que se inicie quanto antes a empreitada de recuperação dos candeeiros dos anos 40 e 50 que ainda sobrevivem em Lisboa!
F Jorge

Anónimo disse...

Um bom gestor não é o que resolve problemas, mas sim o que evita que apareçam, pois «Gerir é prever».

Os medíocres é que esperam pelos problemas para depois aparecerem a resolvê-los..

Mas pior ainda, são os que, em vez de arranjarem soluções para os problemas, arranjam problemas para as soluções...

Anónimo disse...

O que parece ter sido o que prevaleceu e já agora um conselho ao post anterior das 13:20.:

"O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm"

Descartes , René

Anónimo disse...

Existe sempre a possibilidade de manufacturar novos candeeiros, iguais aos de origem. É uma prática comum no campo da conservação, e aplicável a praticamente todo o património edificado. O caso destes candeeiros, é típico da maneira como (ainda) tratamos a nossa herança cultural mais recente, e que na realidade, tem o mesmo valor que qualquer uma outra mais antiga. O que me dá imenso gosto, é o facto de que por esta nossa cidade, se vão encontrando cada vês mais pessoas conscientes dos valores que as rodeiam. A herança modernista de Lisboa deve ser defendida "a ferros", para que não siga o mesmo trágico destino de outras épocas da nossa história.

Julio Amorim

Anónimo disse...

Anónimo das 18h46m:

A frase de Descartes, que cita, está certa, mas não se aplica ao que eu escrevi.

O meu comentário referia-se à forma como diferentes gestores encaram os problemas, e fazia notar que há os que os sabem PREVER (e, por isso, evitam que surjam) e os que, não o sabendo fazer, se limitam a tentar resolvê-los... DEPOIS.

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Pior ainda - é claro - são os gestores que CRIAM os problemas e depois correm a resolvê-los, numa adaptação do velho aforismo «fazer o mal e a caramunha».

O único motivo para o qual Descartes pode ser para aqui chamado, é pensarmos que não nos conseguimos "descartar" da caterva de incompetentes que nos (ou se?) governam...

Luís Bonifácio disse...

Pelos vistos João Soares fez escola, está na cara que a decisão de substituir os candeeiros foi tomada porque são um simbolo da arquitectura fascista, tal como foi demolido o monumento a Carmona no Campo Grande, que foi substituído por duas míseras estátuas de reis, com o único objectivo de achincalhar a monarquia portuguesa.

Anónimo disse...

O Proa está tramado. O que vai fazer? Se ceder nunca mais o largam. Se não... Também não!