quinta-feira, março 15, 2007

Martim Moniz: paradigma da Lisboa deprimente


Num raio de 200m:

- um parque de estacionamento envolto em nebulosa;
- 3 centros comerciais horrorosos, decadentes e que deviam já ter ido abaixo;
- hotel que desrespeita a traça do local, mas que vê sucessivos planos de ampliação serem aprovados pela CML;
- estacionamento continuado em zona proibida, quando não na faixa de rodagem;
- igreja colada (!) a centro comercial;
- antigo cinema que deu origem a loja;
- obras camarárias de reabilitação que se arrastam interminavelmente com andaimes e tapumes na via pública;
- cargas e descargas feitas de forma anárquica;
- paragens de autocarros e eléctricos porcas e vandalizadas;
- passageiros aguardam por autocarro debaixo do bombardeamento dos pombos suspensos nos cabos da electricidade;
- passadeiras para peões sem identificação apropriada, sendo raramente respeitadas pelos condutores;
- buraco gigantesco para empreendimento da EPUL/Jovem (envolto em mil falcatruas), que se arrasta há anos;
- monumento nacional (torreão da muralha fernandina) em risco iminente de adulteração ou destruição;
- mobiliário urbano ao abandono na via pública (quiosques);
- sem-abrigo vivendo ao relento, sem condições sanitárias;
- candongas e assaltos vários.

Foto: Académie de Paris

6 comentários:

Anónimo disse...

E falta falar na prostituição às claras e à descarada e durante o dia (que é quando ocasionalmente lá tenho circulado, após descer a Rua da Madalena).

Paulo Ferrero disse...

Sim, mas aí é mais para essa zona e Praça da Figueira ... pois aquele Martim Moniz nem lhes dá descanso para tal;-)

Anónimo disse...

...o lugar deve estar amaldiçoado. Quantos anos não estiveram lá aquelas barracas (provisórias) horríveis, a vender carates duvidosos....30 anos?

JA

Paulo Ferrero disse...

Desde o tempo em que o Estado Novo resolveu destruir a malha urbana e desatar a abrir a Almirante Reis ... ou então desde que o MM se deixou entalar na porta;-)

Anónimo disse...

Concordo com tudo o que diz o post, e o que dói mais é pensar no que poderia ser aquela praça e não é.
Mas já agora também podemos realçar os aspectos positivos. Tem das melhores mercearias indianas e chinesas de Lisboa. Onde se pode obter especiarias, malaguetas de vários tipos, legumes e frutas exóticos. E em geral o atendimento é simpático e prestável. A não perder para quem se quer aventurar a cozinhar pratos exóticos.

André Bernardes disse...

(...) pena é que a forma, a configuração do local (alguma coisa já foi feita!), não acompanhe as gentes, o exotismo e a variedade dos usos - quais resquícios da gesta dos Descobrimentos!