sábado, março 17, 2007
Lisboa à noite
Lisboa adormeceu, já se acenderam
Mil velas nos altares das colinas.
Guitarras, pouco a pouco, emudeceram,
Cerraram-se as janelas pequeninas.
Lisboa dorme um sono repousado,
Nos braços voluptuosos do seu Tejo,
Cobriu-a a colcha azul do céu estrelado
E a brisa veio, a medo, dar-lhe um beijo.
(Refrão)
Lisboa andou de lado em lado,
Foi ver uma toirada, depois bailou, bebeu.
Lisboa ouviu cantar o fado,
Rompia a madrugada, quando ela adormeceu.
Lisboa não parou a noite inteira,
Boémia, estouvanada, mas bairrista,
Foi à sardinha assada, lá na feira,
E à segunda sessão duma Revista.
Dali p'ró Bairro Alto enfim galgou,
No céu, a lua cheia refulgia,
Ouviu cantar a Amália e então sonhou
Qu'era a saudade, aquela voz que ouvia.
(Refrão)
- Fernando Santos, letra de uma música dos Santos Populares de Lisboa
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