Os leitores do Carmo e da Trindade desculpar-me-ão, mas não resisto a colocar aqui algumas Notas de viagem à Suécia que o Pedro Correia (a quem agradeço) tem vindo editar no Corta-Fitas.
Eu sei que as duas cidades não são comparáveis. Enquanto (ainda) andamos a discutir a instalação de radares na cidade...:
Eu sei que as duas cidades não são comparáveis. Enquanto (ainda) andamos a discutir a instalação de radares na cidade...:
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Carros. Param assim que cai o sinal vermelho. Nem um só estacionado em cima do passeio. Apenas uma vez ouvi uma buzina. Os taxistas dominam perfeitamente o inglês e têm um porte civilizado. Que diferença em relação a Portugal!
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Transportes. O imposto sobre combustíveis é caríssimo. Aliás, a Suécia deve ser recordista mundial em taxas fiscais. "Há hoje apenas três países comunistas no mundo: a China, Cuba e a Suécia", ironiza um português que vive em Estocolmo. O certo é que os transportes públicos funcionam com uma eficiência irrepreensível. E garantem-me que em domínios tão diversos como a saúde, a educação e a habitação o Estado satisfaz as expectativas dos contribuintes. Pudéssemos nós dizer o mesmo em Portugal...
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Ciclovias. Só na China vi mais bicicletas. Os suecos pedalam imenso, o que ajudará a explicar o facto de serem tão elegantes. Há ciclovias por toda a parte. Em Lisboa, vergonhosamente, apenas existe uma - e incompleta.
Ciclovias. Só na China vi mais bicicletas. Os suecos pedalam imenso, o que ajudará a explicar o facto de serem tão elegantes. Há ciclovias por toda a parte. Em Lisboa, vergonhosamente, apenas existe uma - e incompleta.
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Animais. Nos museus, nos centros comerciais, no metro, vejo cães com trela, acompanhados pelo dono. Como vi em Viena ou Budapeste. Algo impensável em Portugal, onde as restrições à circulação de animais - mesmo com trela e açaimo - são a regra dominante. Tudo se explica por uma considerável diferença de civismo. Desde logo porque os suecos - tal como vi no Japão, por exemplo - são incapazes de levar o cão à rua sem o respectivo saco de plástico. Em Portugal os donos ainda assobiam para o lado e fingem que não vêem os "presentes" dos bichinhos de estimação. Não há saco...
Pedro Correia Sábado, Março 10
Animais. Nos museus, nos centros comerciais, no metro, vejo cães com trela, acompanhados pelo dono. Como vi em Viena ou Budapeste. Algo impensável em Portugal, onde as restrições à circulação de animais - mesmo com trela e açaimo - são a regra dominante. Tudo se explica por uma considerável diferença de civismo. Desde logo porque os suecos - tal como vi no Japão, por exemplo - são incapazes de levar o cão à rua sem o respectivo saco de plástico. Em Portugal os donos ainda assobiam para o lado e fingem que não vêem os "presentes" dos bichinhos de estimação. Não há saco...
Pedro Correia Sábado, Março 10
(Maria Isabel Goulão)
1 comentário:
Só uma pequena nota em relação a: "a habitação o Estado satisfaz as expectativas dos contribuintes."
Foi verdade até finais dos anos 80, mas a crise financeira de 1991 foi o início de uma nova era. Quando da instalação do célebre "Miljonprogrammet" entre 1965 e 1974, que teve como objectivo a construção de um milhão de fogos, vivia-se no paraíso, no que respeita a habitação. Ainda na década de 80, qualquer jovem que quisesse sair da casa dos pais, conseguia um contrato de aluguer ....em horas. Na mesma década, muitas cidades tiveram que optar por a demolição de edifícios, por os mesmos estarem às moscas.
Aos poucos as subvenções estatais para a construção de casas foram desaparecendo, a construção nova foi diminuindo, e as coisas mudaram. Entretanto os senhorios das maiores cidades foram fazendo lucros chorudos, vendendo os apartamentos aos inquilinos. A situação de hoje, é que as casas para arrendar vão sendo cada vez mais escassas, os preços das de compra continuam a aumentar, e hoje, qualquer jovem já não sai de casa de um dia para o outro.
Claro está que a Suécia ainda vai longe da situação portuguesa, mas a marcha atrás, continua. E pena, pois a Suécia foi provavelmente o único país que durante um período de algumas décadas, conseguiu resolver o problema da habitação.
JA
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