quarta-feira, março 21, 2007

Primavera em Lisboa

(de Graça Vargas)

Indiferente ao calor, ao vento, ao frio,
poeta irmão das árvores, fixei
meus pés, minha raíz, junto de um rio,
na planície mais verde que encontrei.

Dei-me de abrigo às aves e escutei
seus cânticos de mágoa e de alegria.
Em flores e frutos sãos me derramei,
para gáudio da gente que os colhia.

E hoje, às folhas que sinto a cada hora
voarem-me dos ramos (ou dos braços?),
digo sem hesitar que há mais espaços
além deste em que o tempo se demora.


- Torquato da Luz, Irmão das árvores

4 comentários:

André Bernardes disse...

(...) e por falar em 'esplendor estético', este efeito da ponte numa inesperada desmaterialização de encontros do 3º grau, é mesmo digna de registo - neste caso, o acaso(!) do olhar fez o/a artista!

Anónimo disse...

Curiosamente a foto já não é em Lisboa cidade.
Que falta faz a regionalização, que traga uma identidade à AML

MP disse...

É, de facto, uma estética sublime! A Autora da foto (Graça Vargas) sob capturar o momento, único!

A foto foi tirada nas imediações da Expo.

Anónimo disse...

(...) onde antes existiam terrenos contaminados, na foz de um não menos poluído Trancão.
- quem diria!
AB