Não, não e não. As respostas peremptórias de utentes, comerciantes e funcionários da Gare de Santa Apolónia traduzem uma sonora nega à proposta de encerramento desta estação ferroviária, feita anteontem pelo presidente da Câmara de Lisboa, António Costa. O autarca desenterrou uma discussão com mais de 15 anos e propôs que o ramal entre Santa Apolónia e o Oriente fosse desactivado, dando lugar a uma reconversão urbanística e que o edifício pudesse acolher o futuro terminal de cruzeiros.
Contactadas pelo JN, a Rede Ferroviária Nacional, gestora da infra-estrutura, e o Metropolitano de Lisboa, empresa que há apenas quatro meses abriu no local uma estação, recusaram comentar a proposta. Só a CP admitiu que não concorda com a desactivação, argumentando que poderia provocar "congestionamento sobre a Linha de Cintura".
Porém, em comunicado enviado à agência Lusa, a empresa - que também conta naquela área com os serviços de manutenção, logística e estacionamento de composições - disse estar disponível para encontrar uma "solução de consenso, que viabilize as intenções de requalificação urbana da Câmara Municipal e as exigências do sistema de transportes na Área Metropolitana".
"Está tudo louco. Fizeram a estação do metro e agora fecham. Os comerciantes não conseguem viver com o fluxo dos cruzeiros", acusou, ontem, Joaquim Santos, um dos lojistas da estação, onde se instalou há cinco anos. Tal como o comerciante, Fernanda Saraiva, funcionária da Refer, questionou a pertinência da proposta. "Anos à espera do Metro, numa estação com esta importância e depois o presidente vem propor isto?", questionou.
A inauguração do Metro veio reanimar a centenária estação. Só nos primeiros três meses do ano, contam-se um milhão e 11 mil passageiros. Também os utilizadores que provêm da Linha Norte mostram-se satisfeitos por entrar no centro histórico de Lisboa, sem atravessar meia cidade de Metro. "A Câmara que arranje as estradas e deixe de dar palpites que só agradam aos construtores. Querem-nos enfiar no Oriente? Aquilo não tem condições", queixou-se Ricardo Costa, um dos passageiros que partia de comboio para a Azambuja.
Nelson Oliveira, presidente da Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos-de-Ferro, defende que a estação pode passar por receber somente as ligações suburbanas e transformar-se numa estrutura com um cunho turístico, similar à estação do Rossio. "A Câmara quer requalificar, mas que não se preocupe com uma tira de 10 metros [de largura] que vai desde o Oriente e serve o centro histórico", apela.
Outro problema se levanta a linha ferroviária de mercadorias, que começa no Beato e percorre parte do Porto de Lisboa e área industrial da fábrica Nacional, entroncando no ramal de Santa Apolónia, junto à discoteca Lux. O fim desta linha obrigaria a Administração do Porto de Lisboa a encontrar uma solução: ou transferia as actuais funções para as plataformas da Bobadela e futura Lisboa Norte ou optava pelo transporte rodoviário.
"Seria incomportável ter camiões a deslocarem-se diariamente ao Oriente para se fazer a distribuição de mercadorias", defende Nelson Oliveira.
Contactadas pelo JN, a Rede Ferroviária Nacional, gestora da infra-estrutura, e o Metropolitano de Lisboa, empresa que há apenas quatro meses abriu no local uma estação, recusaram comentar a proposta. Só a CP admitiu que não concorda com a desactivação, argumentando que poderia provocar "congestionamento sobre a Linha de Cintura".
Porém, em comunicado enviado à agência Lusa, a empresa - que também conta naquela área com os serviços de manutenção, logística e estacionamento de composições - disse estar disponível para encontrar uma "solução de consenso, que viabilize as intenções de requalificação urbana da Câmara Municipal e as exigências do sistema de transportes na Área Metropolitana".
"Está tudo louco. Fizeram a estação do metro e agora fecham. Os comerciantes não conseguem viver com o fluxo dos cruzeiros", acusou, ontem, Joaquim Santos, um dos lojistas da estação, onde se instalou há cinco anos. Tal como o comerciante, Fernanda Saraiva, funcionária da Refer, questionou a pertinência da proposta. "Anos à espera do Metro, numa estação com esta importância e depois o presidente vem propor isto?", questionou.
A inauguração do Metro veio reanimar a centenária estação. Só nos primeiros três meses do ano, contam-se um milhão e 11 mil passageiros. Também os utilizadores que provêm da Linha Norte mostram-se satisfeitos por entrar no centro histórico de Lisboa, sem atravessar meia cidade de Metro. "A Câmara que arranje as estradas e deixe de dar palpites que só agradam aos construtores. Querem-nos enfiar no Oriente? Aquilo não tem condições", queixou-se Ricardo Costa, um dos passageiros que partia de comboio para a Azambuja.
Nelson Oliveira, presidente da Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos-de-Ferro, defende que a estação pode passar por receber somente as ligações suburbanas e transformar-se numa estrutura com um cunho turístico, similar à estação do Rossio. "A Câmara quer requalificar, mas que não se preocupe com uma tira de 10 metros [de largura] que vai desde o Oriente e serve o centro histórico", apela.
Outro problema se levanta a linha ferroviária de mercadorias, que começa no Beato e percorre parte do Porto de Lisboa e área industrial da fábrica Nacional, entroncando no ramal de Santa Apolónia, junto à discoteca Lux. O fim desta linha obrigaria a Administração do Porto de Lisboa a encontrar uma solução: ou transferia as actuais funções para as plataformas da Bobadela e futura Lisboa Norte ou optava pelo transporte rodoviário.
"Seria incomportável ter camiões a deslocarem-se diariamente ao Oriente para se fazer a distribuição de mercadorias", defende Nelson Oliveira.
E ainda:
(Isabel G)
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